Mauro Cid e Ramagem foram os primeiros a prestar depoimento; hoje, interrogatórios seguem com o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
O primeiro dia de interrogatórios no STF, que apura a tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023. (Foto: Fellipe Sampaio/STF)
Da redação da Rede Hoje
Brasília — O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, na noite desta segunda-feira (9), o primeiro dia de interrogatórios dos réus do chamado Núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado. Foram ouvidos o tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem. A audiência começou às 14h30 e terminou por volta das 20h.
Cid, que firmou acordo de delação premiada, foi o primeiro a depor. Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), falou em seguida. Ambos fazem parte do grupo de oito acusados apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como integrantes do "núcleo crucial" do plano golpista articulado entre 2022 e 2023.
As oitivas fazem parte da Ação Penal 2668, que investiga os principais responsáveis pela suposta tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Os interrogatórios seguem nesta terça-feira (10), começou às 9h, com o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha prestando depoimento. Os demais réus do grupo serão ouvidos em ordem alfabética ao longo da semana.
A sessão foi conduzida pelo relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, e contou com a presença do ministro Luiz Fux. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, representou a acusação. Após as perguntas dos magistrados e da PGR, os advogados dos outros réus também puderam questionar os depoentes.
Núcleo 1
Além de Cid, Ramagem e Garnier, o Núcleo 1 é composto ainda por Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. A PGR sustenta que esse grupo foi responsável por articular e tentar colocar em prática um plano para subverter a ordem democrática no país, com apoio de militares e integrantes do governo anterior.
O grupo responde por crimes como tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. No caso de Ramagem, as investigações relativas ao período em que já exercia o mandato de deputado federal estão suspensas até o fim de sua legislatura.
Os desdobramentos desta ação penal são considerados um dos principais processos judiciais em curso no STF, por envolver diretamente a cúpula da tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022.
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Veja a íntegra do interrogatório do tenente-coronel Mauro Cid na AP 2668
Veja a íntegra do interrogatório de Alexandre Ramagem na AP 2668