Ex-presidente dos EUA publicou mensagem contra processo judicial de Bolsonaro; Planalto respondeu em nota oficial

Foto: Imagem de Gerd Altmann | Pixabay
Da Redação da Rede Hoje

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou nesta segunda-feira (7) uma mensagem na rede Truth Social em defesa de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, o ex-presidente brasileiro é alvo de perseguição e está sendo vítima de uma “caça às bruxas”.

Na postagem, Trump afirmou que “algo terrível” está sendo feito no Brasil e declarou que acompanhará de perto os desdobramentos relacionados a Bolsonaro. “O grande povo do Brasil não vai tolerar o que estão fazendo com seu ex-presidente”, escreveu. Trump também disse que Bolsonaro “não é culpado de nada”.

Bolsonaro respondeu publicamente, agradecendo o apoio e dizendo que recebeu a mensagem com “alegria”. Ele afirmou que Trump também teria sido perseguido nos Estados Unidos em circunstâncias semelhantes.

Em nota oficial assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio do Planalto reagiu à declaração de Trump, sem citar diretamente seu nome. O comunicado afirma que a defesa da democracia no Brasil é responsabilidade dos brasileiros e que o país não aceita “interferência ou tutela de quem quer que seja”. A nota também destacou que “ninguém está acima da lei, sobretudo os que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito”.

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se manifestou. Ela declarou que Trump “deveria cuidar dos seus próprios problemas” e criticou o que chamou de tentativa de interferência no processo judicial brasileiro.

Bolsonaro é réu no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi tornado réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2025, junto a outros sete aliados, por tentativa de golpe de Estado. A denúncia, aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF, foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em 10 de junho, Bolsonaro prestou depoimento, negou envolvimento com tramas golpistas e afirmou que exagerou nas críticas ao sistema eleitoral. O processo está atualmente na fase final, com apresentação das alegações finais antes do julgamento definitivo.

Em julgamentos anteriores, em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão foi motivada por uma reunião com embaixadores, realizada em julho de 2022, na qual Bolsonaro questionou o sistema eleitoral sem apresentar provas. O encontro foi transmitido pela TV oficial do governo.

Atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA

Desde março, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, está nos Estados Unidos, licenciado do mandato. Segundo a PGR, ele atua para pressionar o governo americano a adotar sanções contra ministros do STF. Ele também é investigado por essa atuação.

Entre os contatos feitos, Eduardo Bolsonaro se reuniu com o deputado republicano Cory Mills, da Flórida. Após o encontro, Mills afirmou que o Brasil vive um “alarmante declínio dos direitos humanos” e sugeriu aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.

Pressões semelhantes em Israel

No final de junho, Donald Trump também usou as redes sociais para defender o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticando os promotores responsáveis por seu julgamento por corrupção. As declarações provocaram reações negativas no país, e o tribunal responsável decidiu adiar depoimentos do premiê.

No Brasil, as manifestações de Trump aumentaram a tensão política entre os dois países e levaram o governo brasileiro a reafirmar a soberania nacional e a independência do Judiciário.


Com informações do g1


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