Editorial
A liberdade de imprensa não pode ser judicializada
O Jornal de Patrocínio, com mais de 50 anos de história, enfrenta agora um episódio grave: uma ação movida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Patrocínio, por meio de seu titular, tenta impor censura prévia ao veículo. O jornal, no entanto, apenas cumpriu seu papel constitucional — informar, questionar e fiscalizar a gestão pública.
Se a autoridade entende que determinada informação não corresponde à realidade, existe um caminho democrático e legal: o direito de resposta no próprio veículo de comunicação. Acionar a Justiça como primeira medida é um atalho perigoso, que abre brecha para a judicialização da imprensa. E se esta prática se tornar recorrente, tudo o que o governo municipal não considerar “correto” poderá ser barrado na Justiça antes mesmo de chegar ao público.
A Rede Hoje repudia essa tentativa de cerceamento e se solidariza com o Jornal de Patrocínio, seus diretores Joaquim Correia Machado e Darci Guimarães, os filhos e toda a equipe. Ao longo de décadas, o jornal contribuiu para o progresso da cidade, apoiando iniciativas positivas e fiscalizando a administração pública quando necessário.
Mais do que um veículo, o Jornal de Patrocínio faz parte da vida comunitária. Seus diretores participam ativamente da sociedade, apoiando instituições como a Associação Patrocinense Eterna Juventude – 3ª Idade (APEJ), a Casa da Menina, entre outras entidades sociais que fortalecem a cidadania.
É preciso lembrar que atacar a imprensa é atacar o direito da população de ser informada. Defender a liberdade de imprensa é garantir que a sociedade tenha acesso aos fatos e possa formar opinião livremente. Que este episódio não se torne precedente, pois Patrocínio e o Brasil precisam de mais transparência, não de silenciamento.