
Ex-funcionário do Horto alerta sobre práticas de poda e pintura em árvores de Patrocínio (Foto: Rede Hoje)
O ambientalista e ex-funcionário do Horto Florestal Municipal de Patrocínio, José Donizete Borges Alves, conhecido como Zequinha, manifestou preocupação com a forma como têm sido realizadas as podas de árvores em vias e praças da cidade. Segundo ele, os procedimentos aplicados não representam um manejo adequado para o desenvolvimento das plantas, mas sim “mutilações” que comprometem a saúde da vegetação urbana.
Zequinha trabalhou por mais de 13 anos no Horto Municipal, no bairro São Judas, e afirma que o problema é recorrente em diferentes administrações. Ele critica a poda em altura excessiva, além da retirada de espécies de valor ambiental e medicinal. “Tem árvore que até aceita poda, mas a maioria não. Já vi casos de exemplares simplesmente arrancados, como aconteceu na Avenida Padre Matias. Um pé de amora que estava saudável foi reduzido a um galho isolado”, relatou.
O ambientalista também questiona a pintura dos troncos. Para ele, não há clareza sobre o produto utilizado. “Não sei se é calda bordalesa, mas me parece apenas cal. Isso pode ser prejudicial às árvores”, afirmou.
O ambientalista questiona a altura do corte e a pintura dos troncos. Foto: Rede Hoje
Outro ponto levantado por Zequinha é a falta de fiscalização e de penalidades mais rígidas para irregularidades ambientais. Ele ressalta que, durante seu período de atuação no Horto, mesmo com recursos limitados, buscava-se preservar e ampliar a vegetação urbana. “Se compararmos imagens de satélite de 20 anos atrás com as atuais, é visível a supressão de áreas verdes na cidade”, observou.
Na avaliação do ex-servidor, as medidas adotadas atualmente não têm embasamento técnico adequado e indicam retrocesso na gestão ambiental do município. “Parece que quem está ordenando esse tipo de ação não tem conhecimento nem das leis, nem da forma correta de lidar com as árvores”, concluiu.