CPI das Apostas Esportivas deve ouvir jogador Lucas Paquetá no 2º semestre; Anderson Ibrahin Rocha, executivo de futebol do CAP, à época, também deverá depor em agosto; o dono da SAF do Botafogo, John Textor, suspeita até de jogadores do próprio Botafogo



O presidente da CPI do Senado, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), anunciou que a CPI possui elementos suficientes para estender seus trabalhos, após receber informações graves da Receita Federal e da Polícia Federal. 
Marcos Oliveira/Agência Senado


Da redação da Rede Hoje

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado Federal está planejada para ser prorrogada até o final deste ano, segundo informações da Rede Hoje e da Agência Senado. O presidente do colegiado, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), anunciou que a CPI possui elementos suficientes para estender seus trabalhos, após receber informações graves da Receita Federal e da Polícia Federal.

"Recebemos informações muito graves da Receita e da Polícia Federal. Temos 109 partidas que trouxeram a confirmação de manipulação de resultados por meio da empresa Esporte Radar, contratada pela CBF. Temos outras 200 partidas, de 2020 até hoje, com suspeitas de manipulação. De 109, subimos para 309 partidas", afirmou Kajuru em entrevista à TV Senado em 11 de julho.

A CPI foi instalada em 10 de abril com um prazo inicial de 180 dias e tem como objetivo investigar denúncias de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas. Entre os depoimentos já colhidos, como o de Roberto "Tatá" Avatar, presidente do Patrocinense, sobre suspeitas envolvendo uma partida contra a Inter de Limeira, no Campeonato Brasileiro da Série D, em junho de 2024. 


Roberto Avattar, o Tatá, já depôs na CPI como testemunha; Anderson Ibrahim Rocha não compareceu alegando problemas de família. Fotos: Rede Hoje 

A Polícia Federal está investigando a gestão da AIR Golden por Anderson Ibrahin Rocha, diretor executivo de futebol do Patrocinense à época. Ronaldo Correia de Lima, então presidente do clube, que transferiu a gestão para Ibrahin Rocha, também está sob investigação no caso. Anderson Ibrahin Rocha não compareceu ao depoimento marcado para o mesmo dia que Tatá, alegando compromissos pessoais, mas deverá depor em agosto.

Paquetá

Outro depoimento aguardado é o do jogador Lucas Paquetá, atualmente no West Ham da Inglaterra e na seleção brasileira. Requerimentos para ouvir Paquetá foram apresentados pelo presidente da CPI, Jorge Kajuru, e pelo vice-presidente, senador Eduardo Girão (Novo-CE), e aprovados em 18 de junho. Os parlamentares mencionaram acusações da Federação Inglesa de Futebol contra Paquetá, que teria forçado cartões amarelos em quatro jogos da Premier League entre novembro de 2022 e agosto de 2023.

"Os fatos tiveram repercussão no Brasil, pois algumas dezenas de apostadores residentes na área de origem do jogador apostaram nos cartões amarelos do atleta e, por isso, fizeram jus à premiação", explicou Kajuru na justificativa do requerimento.

Além das investigações específicas sobre partidas e indivíduos, a CPI também abordou o aliciamento de jogadores para receber cartões amarelos ou vermelhos de propósito. Autoridades do Ministério Público de Goiás, Cyro Terra Peres e Fernando Martins Cesconetto, mencionaram na CPI a Operação Penalidade Máxima, que investiga um grupo acusado de subornar jogadores para prejudicar o desempenho em campo.

Em relação à prorrogação da CPI, Kajuru adiantou que novos documentos enviados pela Receita Federal e pela Polícia Federal precisam ser analisados, o que justifica estender os trabalhos da comissão até pelo menos dezembro deste ano. O presidente destacou a complexidade das investigações diante das mais de 300 partidas de futebol sob suspeita de manipulação de resultados.

Vítor Silva/Botafogo

John Textor suspeita de que até jogadores do próprio Botafogo teriam participado da manipulação de resultados nos jogos do Brasileirão 2023

Textor acusa jogadores do próprio time

A CPI também ouviu integrantes da CBF, do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), árbitros de campo e de VAR (árbitro de vídeo), além de dirigentes de clubes como a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o proprietário da SAF Botafogo, John Textor.

O dono da SAF do Botafogo, John Textor, surpreendeu a todos ao dizer que, nos jogos do Brasileirão 2023, há a suspeita de que até jogadores do próprio Botafogo teriam participado da manipulação de resultados.

A expectativa é que os trabalhos da CPI continuem até o final do ano, com novos depoimentos e aprofundamento nas investigações sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro.


Fonte: Agência Senado


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