Uma indústria deste porte que demanda um bem finito, a água, deve ser muito bem estudada, cautelosa.
Multinacional holandesa pretende instalar em Minas Gerais uma unidade para suprir a demanda da Região Sudeste. (foto: Pixabay)
DA REDAÇÃO DA REDE HOJE
O jornal Estado de Minas da última sexta, 24, de dezembro, trouxe a informação de que a desistência da Cervejaria Heineken de instalar uma fábrica da marca em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, deflagrou uma corrida de outros municípios para disputar o empreendimento. Entre os municípios que estão na “briga”, está Patrocínio.
O volume de investimentos previsto para o novo empreendimento é de R$ 1,8 bilhão e a unidade vai atender à demanda de consumo da Região Sudeste do país. De acordo com o jornal mineiro, estão no páreo Patrocínio, Uberaba e Frutal, no Triângulo Mineiro, Ouro Preto e Mariana, na Região Central, e Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas
Ao anunciar o cancelamento dos planos para Pedro Leopoldo, em 13 de dezembro, o diretor de Assuntos Corporativos do grupo no Brasil, Mauro Homem, afirmou que a empresa vai manter o projeto de uma nova planta no estado.
PATROCÍNIO. Informa o jornal de BH – No dia 16, foi a vez do prefeito de Patrocínio, no Triângulo Mineiro, Deiro Marra, comunicar, por meio de suas redes sociais, que entrou na ‘luta’ para ter a fábrica na cidade. Ele enviou ofícios para a empresa manifestando o interesse do município em sediar a nova unidade. “Patrocínio entrou pra valer no páreo para participar do projeto de sediar a construção de uma fábrica da Cervejaria Heineken, antes prevista para Pedro Leopoldo. Manifestamos de forma oficial nosso interesse, tanto junto à presidência da Heineken Brasil quanto à Agência de Promoção de Investimentos e Comércio Exterior e presidência do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi)”, anunciou.
Marra considera que Patrocínio tem potenciais que atendem plenamente aos pré-requisitos exigidos pela cervejaria, como, por exemplo, boa capacidade hídrica (inclusive nascentes minerais) e logística para facilitar o escoamento para diversas regiões e mínimos impactos ambientais locais. “Por enquanto, é um sonho. Mas o importante é que estamos tentando, correndo atrás, fazendo a nossa parte”. – competa o EM.
A notícia diz que o Grupo Heineken afirmou à reportagem que mantém o compromisso com Minas Gerais e que, em breve, anunciará a localização da nova fábrica no estado. A empresa disse, entretanto, que ainda não há uma definição e que todo o estado está na disputa. O anúncio do novo local deve ser feito no início de 2022.
Consultado pelo Estado de Minas, o governo do estado disse, em nota, que “por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), foi informado da decisão do Grupo Heineken de que sua nova cervejaria não será mais construída em Pedro Leopoldo” e reiterou “o compromisso do estado com o desenvolvimento econômico sustentável”. Ainda segundo o texto, a Sede e a Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais, Invest Minas, permanecem apoiando o Grupo Heineken na busca de outra localidade para a construção da unidade da cervejaria. No entanto, ressaltou a nota, “a decisão final é da empresa”.
“A atual gestão do governo Zema mantém o diálogo com todos os setores da sociedade e reforça a missão de gerar emprego e renda para os mineiros, batendo a marca histórica de R$ 189 bilhões em atração de investimentos (período de 2019 a 2021), superando em 26% o total estimado para todo o período de quatro anos de gestão, que era de R$ 150 bilhões”, ressaltou a nota. (MC)
OPINIÃO DA REDE HOJE. Ainda é só uma hipótese. O prefeito está fazendo seu trabalho e é importante que busque o desenvolvimento para o município. Porém, vemos pelo lado ambiental, prático: a implantação de uma indústria deste porte demanda especialmente de um bem finito, a água, deve ser muito bem estudada, cautelosa. Os seus impactos no meio ambiente da região podem ser maiores que os possíveis benefícios que a fábrica trará para a comunidade. Já temos exemplos de outras indústrias de bebidas desse porte instalada em Minas. Como exemplo, citamos a Serra da Moeda, um dos destinos mais procurados em Minas Gerais pelos fãs de esportes radicais, que foi palco de um protesto em 2018, quando aproximadamente 10 mil pessoas fizerem um cordão humano e abraçaram a unidade de conservação para alertar sobre a degradação das nascentes do local, alegando que a água responsável por abastecer mais de 10 mil famílias que moram naquele região corre o risco de secar devido a atuação de empreendimentos e atividades ligadas à exploração do minério e outras. Veja a reportagem ONG afirma que fábrica da Coca-Cola está destruindo meio ambiente do Ambiente Brasil .
Um dos empreendimentos que segundo a ONG tem destruído a área verde é a fábrica da Coca-Cola, instalada no município de Itabirito. Ambientalistas alegam que a unidade extrai mensalmente 173.253 m3 de água dos mananciais, sem apresentar estudos hidrogeológicos prévios, e denunciam que a fábrica foi instalada nos limites da Área de Proteção Ambiental Sul (APA SUL), o que contrariaria recomendações do Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Por isso, é necessário que os impactos sejam minuciosamente estudados e as consequências para as demais atividades da nossa região e o próprio ser humano sejam colocados na balança na hora de uma possível decisão.