Com uma carreira marcada pela paixão ao esporte e pelo talento nos gramados, Anedino brilhou tanto no Clube Atlético Patrocinense (CAP) e no Esporte Clube Mamoré, clubes rivais que tiveram o privilégio de contar com sua genialidade em campo.
Crédito foto: reprodução livro "CAP: A História de uma Paixão Grená"
Time do CAP em 1962: ao lado de Edvar, seu conterrâneo de Patos, e do meio campista Gulinha, de Araxá, formou um ataque memorável que encantou a torcida e marcou época no futebol regional.
Por Luiz Antônio Costa
Faleceu nesta terça-feira, 10, em Patos de Minas, o ex-atacante Anedino Cristiano Brito, um dos maiores ídolos do futebol regional. Com uma carreira marcada pela paixão ao esporte e pelo talento nos gramados, Anedino brilhou tanto no Clube Atlético Patrocinense (CAP) e no Esporte Clube Mamoré, clubes rivais que tiveram o privilégio de contar com sua genialidade em campo.
Natural de Patos de Minas, Anedino conquistou a admiração de torcedores e colegas com sua habilidade e raça. Na ponta esquerda, ele se destacou por vestir as camisas grená, do CAP, e alviverde do Mamoré nas décadas de 50 e 60 com uma dedicação exemplar. Sua trajetória no futebol mineiro tornou-se referência de comprometimento e amor ao esporte.
Trio de Ouro
Além do Mamoré, Anedino também fez história no CAP, onde atuou entre 1962 e 1964, período em que o clube de Patrocínio disputava seu primeiro campeonato profissional. Ao lado de Edvar, seu conterrâneo de Patos, e de Gulinha, de Araxá, formou um ataque memorável que encantou a torcida e marcou época no futebol regional.
Reconhecido por sua entrega e talento, Anedino participou de eventos comemorativos importantes. Em 1992, foi homenageado durante o centenário de Patos de Minas, no Caiçaras Country Clube, Patos, ao lado de outros craques que representaram Mamoré e URT. Em 2019, nos 70 anos do Mamoré, recebeu uma placa especial em reconhecimento às conquistas e contribuições que marcaram sua carreira e gravou uma participação no video do “Sapo”.
O legado de Anedino também se estende além das quatro linhas. Ele será lembrado por sua generosidade e amizade, qualidades que o tornaram querido por todos, independentemente de rivalidades entre torcidas. Sua dedicação ao esporte e sua relação com o Mamoré exemplificam o amor genuíno pelo futebol e pelo clube.
Contribuições ao CAP, anos 1960
Anedino fez parte de um elenco histórico do CAP, que marcou a trajetória do clube desde o início dos anos 1960 até cerca de 1968, quando passou a se chamar Patrocínio E.C. Na primeira metade da década, o time foi comandado pelo técnico Tam, com apoio do massagista Paulinho e do auxiliar Tião do Dego, enquanto Nazir Félix presidia o clube. Entre 1963 e 1965, jogadores como Macalé, Jovelino, Barofo, Edvar, Fausto, Gulinha e Anedino foram fundamentais para a formação do time.
Nos anos finais da década, com a mudança para o Patrocínio E.C. e a presidência de Jorge Elias Abrao, o time passou a contar com nomes como Paturé, Pedrinho, Gato Preto, Frazão (Perereca), Milton e Turunga, consolidando uma nova fase.
Além do CAP, Patrocínio revelou outros grandes craques, como os irmãos Gato e Dedão, o zagueiro Macalé e o volante Peroba, que brilharam no futebol local. Jogadores vindos do Flamengo patrocinense, como Calau, Manelico, Rubinho, Totonho, Dizinho, Romeuzinho e Ratinho, também marcaram época.
Anedino, durante sua passagem pelo CAP entre 1962 e 1964, destacou-se ao lado desses grandes jogadores, sob a direção de Tam. Juntos, conquistaram o respeito da região e ajudaram a consolidar o CAP como uma força no futebol mineiro.
O Patrocinense, que passou por três mudanças de nome ao longo dos anos - Patrocinense de 1948 até 1967; Patrocínio Esporte, de 67 a 1973, Milan de 1974 a 1980 e voltou a ser Clube Altético Patrocinense até os dias atuais - , teve uma transformação crucial em sua história com a presença de Anedino. Sua contribuição foi essencial para tornar o CAP um símbolo de Patrocínio, deixando um legado no futebol local.
Essa fase de ascensão do CAP consolidou sua identidade e importância no futebol de Minas Gerais. A qualidade dos jogadores e a dedicação da comissão técnica ajudaram a estabelecer o clube como um marco no esporte regional.
O legado deixado por Anedino e outros grandes nomes perdurou, influenciando as gerações seguintes. O CAP, com suas transformações, continua sendo símbolo de luta e história no esporte local. O clube, que iniciou sua nova fase em 1985, conquistou uma torcida apaixonada que o acompanha até hoje, superando desafios ao longo dos anos.
Homenagem do MamoréAnadino grava nos 70 anos do Mamoré
O Mamoré, clube pelo qual Anedino sempre demonstrou profunda paixão, publicou uma nota oficial em reconhecimento à sua trajetória. “É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Anedino, ex-jogador do Esporte Clube Mamoré e grande torcedor fanático do Sapo. Sua paixão pelo futebol e pelo Mamoré era imensa, e sua contribuição para o time e para a cidade de Patos de Minas será sempre lembrada com carinho.”
Além de sua atuação em campo, Anedino foi um exemplo de dedicação fora dele, sempre disposto a ajudar o clube e a comunidade. Sua perda representa uma grande lacuna no esporte local, mas seu legado continuará vivo.
Um legado para o futebol mineiro
Foto: Clube Notícias
Anedino Cristiano Brito será eternamente lembrado como um símbolo de união e rivalidade saudável entre Mamoré e Patrocinense. Seu talento e paixão transcenderam barreiras e deixaram uma marca indelével na história do futebol mineiro.
Com sua partida, o esporte regional perde um de seus maiores representantes, mas a memória de Anedino permanecerá viva nas lembranças dos torcedores que vibraram com suas jogadas e nos corações daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo, como eu, de quem ele dizia - para meu orgulho - ser fã.
De acordo com o site da Rádio Clube de Patos (Clube Notícias) Anedino deixa a esposa Orcalita e os filhos Sérgio e Marcelo, além de uma legião de amigos e admiradores que sempre o respeitaram por sua simplicidade e caráter. A família agradece as manifestações de carinho e apoio neste momento de luto.
O velório de Anedino acontece desde às 18h desta terça-feira, na Funerária Bom Pastor, localizada na Avenida Paracatu, em Patos de Minas. O sepultamento será realizado nesta quarta-feira, 11, às 9h, no Cemitério Municipal Santa Cruz, na Rua Ouro Preto.