Incentivos dos torcedores não faltaram, mas o Cruzeiro não correspondeu, não chutou ao gol e, quando tentou, fez de maneira equivocada, a ponto de nem sujar o uniforme.
Além de Diniz, a torcida também vaiou João Marcelo
Por Luiz Antônio Costa
Acompanhei o jogo entre Cruzeiro e Athletic aconteceu nesta quarta-feira, 22, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Este texto está coberto por imagens à justificá-lo, num vídeo que vai ao ar, hoje ainda, no canal da Rede Hoje. O mando era do Athletic, que teve os direitos adquiridos para realizá-lo uma empresa de Brasília. Embora fosse um dia de trabalho, muitos torcedores foram ver Cruzeiro e Athletic, aproveitando para conhecer as belezas de Brasília. O caminho até o Mané Garrincha é repleto de atrações, como a fonte de águas dançantes e o jardim próximo ao estádio. Quanto mais perto do estádio, mais motivos para ser otimista.
Camisas e bandeiras já tremulavam no varal dos camelôs, indicando um bom ano. Bandeiras estampadas com a imagem de Gabigol, mas não só: havia também bonecos inspirados no jogador - uma das estrelas do Cruzeiro -, com seu gesto característico de gol (braços erguidos como a mostrar os músculos). Os torcedores chegaram em pequenos números, mas, logo depois, o trânsito mostrou que o estádio teria boa lotação, considerando ser uma quarta-feira em Brasília.
Na porta do Mané Garrincha, filas e policiamento reforçado. A torcida ia chegando, animada pelas torcidas organizadas e suas enormes bandeiras. A maioria acompanhava os cânticos das torcidas. Os times entraram em campo para o aquecimento, logo depois da cerimônia oficial. O gigante Cruzeiro, multicampeão, e o novato Athletic, que há pouco tempo subiu à elite do futebol mineiro. O hino nacional foi tocado e, em seguida, houve um minuto de silêncio em homenagem ao grande Léo Batista, que faleceu no domingo. A bola rolou.
Os incentivos dos torcedores não faltaram, mas o Cruzeiro não correspondeu. O time não chutou ao gol e, quando tentou, fez de maneira equivocada, a ponto de nem sujar o uniforme. Cada jogador do Cruzeiro parecia estar em um jogo diferente, enquanto a torcida sempre incentivava. O primeiro tempo terminou assim, morno, sem grandes emoções e com poucas ações de lado a lado.
Começou o segundo tempo, quando todos pensavam que as coisas poderiam melhorar, mas o jogo ficou ainda pior, especialmente para o Cruzeiro. O Athletic, por sua vez, começou a incomodar mais, até que, aos 24 minutos, numa cobrança de falta e um cruzamento na área, o goleiro Cássio falhou e Fabrício Bruno marcou contra. Athletic 1, Cruzeiro 0.
A torcida ainda incentivou o Cruzeiro por alguns momentos do jogo, escolhendo alguns jogadores para quem direcionar suas vaias, especialmente o zagueiro João Marcelo. Quase no final da partida, começaram a gritar “Fora, Diniz”, em referência ao técnico Fernando Diniz, que não tem feito boa campanha com o Cruzeiro desde o ano passado. O clima ficou mais nervoso, e o time insistia nas jogadas, mas mesmo assim errava todas.
Ao final do jogo, a torcida ficou frustrada. O técnico Diniz chamou o time para o vestiário e deu algumas de suas costumeiras explicações. A torcida, decepcionada, saiu do estádio que mesmo ornamentado com o azul celeste nas luzes externas não tem rendido boas lembranças ao torcedor do cabuloso. Mas, é claro, esse problema será esquecido até sábado, quando o Cruzeiro joga novamente pelo Campeonato Mineiro contra o Betim, as 16h30. Aí, a história é outra. Não se sabe se será positiva ou negativa, mas vamos aguardar.
O histórico de confrontos oficiais entre o Athletic e o Cruzeiro é recente, já que o Athletic esteve afastado do futebol profissional de 1970 até 2018, tendo participado apenas uma vez da elite do futebol brasileiro. Naquela década, o Alvinegro foi eliminado na primeira fase, o que fez com que não se enfrentasse com a Raposa. O primeiro duelo entre as equipes ocorreu agora, e desde então, foram realizados sete jogos, nos quais o Cruzeiro saiu vitorioso em quatro ocasiões, com dois empates, enquanto o Athletic marcou 4 gols contra os 8 do time celeste. Em 2023, o Athletic já havia conquistado uma vitória significativa contra o Atlético-MG, ao vencer por 1 a 0 no primeiro jogo das semifinais do Campeonato Mineiro, embora tenha sido eliminado posteriormente. Os times têm um novo encontro marcado para o dia 6 de fevereiro, no Mineirão. Entre os clubes da capital, o Athletic só não venceu o América-MG, em três partidas, com um triunfo do Coelho e dois empates. Atualmente, o Athletic lidera o Grupo B do Mineiro com 100% de aproveitamento, somando seis pontos, e se prepara para enfrentar o Aymorés no próximo domingo, às 16h, no Estádio Paulo Paschoalino, em Ubá.