Artilheiro Kaio Jorge decide clássico no Mineirão e leva a Raposa à fase decisiva



Atacante celeste marcou os dois gols da vitória que garantiu a classificação diante do rival. Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Da Redação da Rede Hoje

O Cruzeiro confirmou a vaga na semifinal da Copa do Brasil ao derrotar o Atlético por 2 a 0 no Mineirão, na noite desta quinta-feira (11). Com gols de Kaio Jorge, um em cada tempo, a Raposa fez valer a vantagem construída no jogo de ida e não deu chances ao rival. A atuação do atacante, em noite inspirada, foi decisiva para que o time de Leonardo Jardim consolidasse sua classificação.

O triunfo celeste também reforçou a presença de Kaio Jorge no hall dos principais artilheiros do Novo Mineirão. Com os dois tentos, o camisa 9 chegou a 18 gols no estádio e assumiu a quarta posição no ranking histórico da arena. A festa da torcida, que lotou as arquibancadas, foi completa com a eliminação do adversário e a vaga assegurada entre os quatro melhores da competição nacional.

A partida começou intensa desde os primeiros minutos. Logo aos quatro, o atacante aproveitou rebote dentro da área para abrir o placar. A jogada foi revisada pelo VAR, aumentando a apreensão dos torcedores, mas a validação trouxe alívio e explosão de alegria no Gigante da Pampulha. O gol cedo ditou o ritmo do confronto e deixou o Cruzeiro em posição confortável.

O Atlético tentou reagir, mas encontrou dificuldades para furar a marcação cruzeirense. A primeira chegada efetiva só aconteceu aos 28 minutos, em finalização de Igor Gomes por cima do travessão. Pouco depois, Hulk arriscou chute cruzado sem sucesso. A resposta celeste veio em arremate de fora da área defendido por Everson, encerrando o primeiro tempo com a Raposa em vantagem.

Na etapa final, o cenário se repetiu: gol relâmpago de Kaio Jorge. Aos dois minutos, o centroavante apareceu bem posicionado para desviar cruzamento rasteiro de William, sem chances para o goleiro atleticano. O tento ampliou a vantagem e praticamente sacramentou a classificação do Cruzeiro ainda no início da segunda metade.

Com a situação sob controle, Leonardo Jardim promoveu mudanças. Kaio Jorge deixou o gramado aos 19 minutos, aplaudido de pé pelos mais de 60 mil torcedores. Gabigol entrou em seu lugar e também foi saudado. A estratégia foi preservar peças e dar ritmo a outros atletas em meio ao calendário apertado da temporada.

O Atlético, comandado por Jorge Sampaoli, buscou alternativas. Rony, Alan Franco e Reinier foram acionados, mas pouco alteraram o panorama. A defesa celeste se manteve sólida, com destaque para Fabrício Bruno e Villalba. Na lateral, William teve papel fundamental tanto na marcação quanto na assistência para o segundo gol.

A frustração alvinegra aumentou com a expulsão de Guilherme Arana, aos 37 minutos. O lateral recebeu o cartão vermelho direto após entrada dura e deixou a equipe em desvantagem numérica. Nas arquibancadas, os cruzeirenses entoaram cânticos de “eliminados” até o apito final, celebrando mais uma vitória em clássico decisivo.

O resultado encerrou a participação do Atlético na Copa do Brasil deste ano e garantiu o Cruzeiro na semifinal, onde enfrentará o Corinthians. A decisão será inédita nesta fase, já que as duas equipes nunca se cruzaram em uma semifinal do torneio. O primeiro jogo acontece em Belo Horizonte, no dia 10 de dezembro, e a volta em São Paulo, no dia 14.

O histórico do confronto é equilibrado. Em 12 encontros pela Copa do Brasil, cada time soma cinco vitórias e houve dois empates. O Cruzeiro tem leve vantagem no número de gols marcados: 23 contra 19. O duelo mais emblemático foi a final de 2018, quando a Raposa venceu os dois jogos e conquistou seu sexto título da competição.

Além da lembrança de 2018, outro jogo marcante ocorreu em 1996, quando o Cruzeiro aplicou 4 a 0 no Mineirão e garantiu classificação apesar da derrota em São Paulo. Já em 2016, os mineiros também se saíram melhor: reverteram desvantagem e avançaram à semifinal após vencer o Corinthians por 4 a 2 em Belo Horizonte.

Por outro lado, o Corinthians leva vantagem em edições como a de 1991, quando eliminou o Cruzeiro nas oitavas. Também em 2002, os paulistas triunfaram em Belo Horizonte e seguiram adiante. Esse equilíbrio histórico alimenta ainda mais a expectativa para os próximos confrontos.

Para o Cruzeiro, a classificação simboliza mais do que uma vitória em clássico. Representa a retomada da confiança em uma temporada de altos e baixos. Sob o comando de Leonardo Jardim, a equipe encontrou consistência defensiva e eficiência ofensiva, características determinantes em torneios de mata-mata.

O protagonismo de Kaio Jorge também merece destaque. O atacante tem sido decisivo nos jogos grandes, consolidando-se como referência técnica e artilheiro. Seus gols garantiram pontos no Brasileirão e agora valem uma vaga entre os quatro melhores da Copa do Brasil. A fase o coloca como peça central do projeto celeste para a sequência da temporada.

A torcida, sempre um fator decisivo, foi fundamental. Mais de 60 mil cruzeirenses transformaram o Mineirão em um caldeirão, apoiando o time do início ao fim. O ambiente empurrou a equipe e intimidou o rival, reforçando a força do Cruzeiro em casa. Essa energia será importante também contra o Corinthians, adversário tradicional e de peso.

Do lado atleticano, a eliminação expõe fragilidades. Mesmo com elenco robusto, a equipe de Sampaoli mostrou dificuldade em reagir após sair atrás. A dependência de Hulk e Arana ficou evidente, e a expulsão do lateral agravou a situação. A queda precoce na Copa do Brasil aumenta a pressão sobre o trabalho do treinador.

Agora, o Corínthians

Lucas Romero contra o Corinthians em 2018, remanescente do time que conquistou o título (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Agora, o Cruzeiro volta suas atenções ao Campeonato Brasileiro. Na próxima segunda-feira (15), enfrenta o Bahia na Fonte Nova pela 23ª rodada. A boa fase pode ser transferida para a competição de pontos corridos, onde o time busca consolidar posição no G-4 e garantir vaga na Libertadores.

O elenco celeste terá de equilibrar esforços entre as duas frentes. A Copa do Brasil surge como oportunidade de título nacional e premiação financeira, enquanto o Brasileirão é fundamental para a manutenção do calendário internacional em 2026. Jardim terá o desafio de rodar o grupo sem perder intensidade.

No Corinthians, a preparação já começa. O clube paulista, que também celebra a vaga, reencontra o Cruzeiro em fase decisiva após sete anos. A lembrança da derrota em 2018 motiva a equipe de Itaquera, que buscará revanche diante do hexacampeão da Copa do Brasil. O duelo promete ser um dos pontos altos da temporada do futebol brasileiro.

As duas torcidas têm expectativa de grandes jogos, com estádios cheios e rivalidade acentuada. A semifinal reunirá dois dos clubes mais tradicionais do país, ambos com extensa história na competição. O equilíbrio no retrospecto reforça a previsão de uma disputa acirrada, digna de uma decisão antecipada.

Seja qual for o desfecho, o confronto entre Cruzeiro e Corinthians ficará marcado na memória dos torcedores. A Copa do Brasil, conhecida por sua imprevisibilidade e jogos emocionantes, volta a oferecer ao público duelos históricos. Para os celestes, a vitória sobre o maior rival e a classificação reforçam a confiança em uma temporada que ainda pode terminar com título.

FICHA TÉCNICA
Atlético 0 x 2 Cruzeiro
Motivo: Quartas de final - volta - Copa do Brasil
Data: 11 de setembro de 2025 (quinta-feira)
Local: Mineirão, Belo Horizonte-MG

Cruzeiro: Cássio; William, Fabrício Bruno, Lucas Villalba e Kaiki; Lucas Romero, Lucas Silva (Walace), Christian (Sinisterra) e Matheus Pereira (Eduardo); Wanderson (Matheus Henrique) e Kaio Jorge (Gabigol). Técnico: Leonardo Jardim.

Atlético: Everson; Gabriel Menino (Rony), Junior Alonso, Lyanco e Guilherme Arana; Alexsander, Fausto Vera, Igor Gomes (Alan Franco) e Gustavo Scarpa; Tomás Cuello (Reinier) e Hulk. Técnico: Sampaoli.

Árbitro: Rafael Rodrigo Klein
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Victor Hugo Imazu dos Santos
VAR: Rodrigo D'Alonso Ferreira
Cartão vermelho: Guilherme Arana (Atlético)
Cartões amarelos: Wanderson (Cruzeiro) e Hulk (Atlético)
Gols: Kaio Jorge, aos 4’ do 1º tempo e aos 2’ do 2º tempo (Cruzeiro)