Meia marca nos acréscimos, Galo vence o Bolívar por 1 a 0 e avança às semifinais do torneio continental


Bernard fez o gol após cruzamento de Scarpa, garantindo a vitória do Atlético Mineiro (Foto: Pedro Souza / Atlético)

Da Redação da Rede Hoje
O Atlético-MG derrotou o Bolívar-BOL por 1 a 0 nesta quarta-feira, na Arena MRV, assegurando sua vaga nas semifinais da Copa Sul-Americana. O gol decisivo saiu nos acréscimos do segundo tempo, quando Bernard converteu cabeçada após cruzamento preciso de Gustavo Scarpa. A vitória manteve o time mineiro como único representante brasileiro na competição continental. O ambiente na Arena MRV era de tensão até o momento final do confronto. A classificação foi conquistada com um desempenho que exigiu persistência da equipe alvinegra.

O primeiro tempo foi caracterizado por um jogo truncado e poucas oportunidades de gol claras. O Atlético-MG demonstrou dificuldades em organizar suas jogadas ofensivas contra a compacta defesa boliviana. A equipe recorreu frequentemente a passes laterais e lançamentos longos em direção à área adversária. A marcação pressionante do Bolívar impediu que os jogadores do Galo encontrassem espaços para infiltrar. A posse de bola não se traduziu em perigo real para o gol defendido por Carlos Lampe.

A primeira tentativa de perigo ocorreu aos dezesseis minutos de jogo. Hulk recebeu passe de Igor Gomes pela direita e cruzou para a área, mas a finalização não foi concluída com sucesso. Poucos minutos depois, o volante Alexsander sentiu dores e precisou ser substituído. Bernard entrou em seu lugar, enquanto Igor Gomes recuou para a posição de volante. A alteração modificou o esquema tático do time comandado por Jorge Sampaoli. A torcida presente no estádio demonstrou insatisfação com o futebol apresentado no período inicial.

PRIMEIRO TEMPO SEM INSPIRAÇÃO

A etapa inicial seguiu com o Atlético-MG controlando as ações, mas sem objetividade nas finalizações. As investidas alvinegras eram constantemente interrompidas por faltas ou passes imprecisos. O Bolívar se manteve organizado defensivamente e procurou sair em contra-ataques rápidos. A defesa mineira, com Everson no gol, não foi seriamente ameaçada pelos visitantes. O zero no placar refletiu a igualdade e as dificuldades ofensivas de ambas as equipes durante os primeiros quarenta e cinco minutos.

O intervalo chegou com a partida ainda completamente indefinida e a classificação em aberto. A necessidade de uma reação do Atlético-MG no segundo tempo era evidente para evitar a penalidade máxima. O técnico Jorge Sampaoli deve ter orientado sua equipe a buscar maior penetração e criatividade. O Bolívar, por sua vez, parecia satisfeito com o empate, que o levaria à disputa de pênaltis. A pressão sobre os jogadores da casa aumentava a cada minuto que passava sem gol.

A segunda etapa começou com o Atlético-MG saindo com mais intensidade em busca do gol da classificação. Aos sete minutos, Hulk fez boa jogada e acionou Bernard dentro da área. O meia-atacante finalizou, mas a defesa boliviana fez a cortada e afastou o perigo. Em sequência, Gustavo Scarpa arriscou chute de fora da área que passou muito próximo à trave. Guilherme Arana também tentou com arremate rasteiro, forçando defesa do goleiro Lampe. O time mineiro mostrava mais urgência, porém a eficiência ainda faltava.

SAMPAOLI FAZ MUDANÇAS


O técnico Jorge Sampaoli
Aos dezessete minutos do segundo tempo, o técnico Jorge Sampaoli promoveu a primeira alteração no ataque. Rony Rústico entou em campo para substituir Reinier, buscando injetar mais energia ofensiva. A mudança ocorreu em um momento em que o Atlético-MG dominava as ações, mas sem converter chances. Onze minutos depois, Sampaoli realizou uma dupla substituição, retirando dois titulares. Guilherme Arana e Hulk deram lugar a Caio Henriques e Biel, respectivamente, em movimentos ousados.


As alterações provocaram uma reorganização no esquema tático do Atlético-MG para os minutos finais. Biel assumiu a ponta-esquerda, enquanto Rony atuou mais centralizado na área de atuação. Caio ocupou a lateral-esquerda, e Fausto Vera já havia entrado no lugar de Ivan Román. O time alvinegro passou a apostar em jogadas pelas pontas e cruzamentos para os atacantes. A equipe demonstrava cansaço, mas a entrada de jogadores frescos deu novo fôlego ao setor ofensivo.

Enquanto isso, o Bolívar também se movimentou, realizando substituições para tentar segurar o resultado do empate. A equipe boliviana teve alguns períodos de posse de bola, administrando o ritmo da partida. No entanto, as investidas visitantes não conseguiram preocupar seriamente o goleiro Everson, que teve atuação tranquila. A estratégia do time de Flavio Robatto era claramente forçar a decisão por pênaltis. O relógio avançava, e a tensão na Arena MRV atingia seu ápice.

PÊNALTI ANULADO 

Um dos lances mais polêmicos da partida aconteceu aos vinte e oito minutos do segundo tempo. O árbitro Facundo Tello inicialmente assinalou pênalti a favor do Atlético-MG após falta em Biel dentro da área. Os jogadores do Bolívar protestaram veementemente contra a decisão do árbitro argentino. O lance foi revisado pelo VAR, comandado por Germán Delfino, que recomendou a análise no monitor lateral. Após revisão, Tello reverteu sua decisão, marcando falta fora da área.

A cobrança da falta foi realizada por Gustavo Scarpa, que chutou por cima da barreira e sobre o gol de Carlos Lampe. A chance de ouro foi desperdiçada, aumentando a frustração da torcida e dos jogadores do Atlético-MG. O episódio deixou claro que a vitória não viria com facilidade para a equipe mineira. A sensação era de que a partida se encaminhava irremediavelmente para a disputa de penalidades máximas. O tempo regulamentar se esgotava, e o gol parecia cada vez mais distante.

Os minutos finais foram de pressão total do Atlético-MG, que lançou mão de todos os recursos para buscar o gol. A equipe alvinegra acumulou jogadores na área adversária em busca de uma finalização decisiva. O Bolívar se defendia com todas as forças, recorrendo a faltas táticas para interromper as jogadas. O árbitro Facundo Tello acionou o cronômetro adicional, indicando cinco minutos de acréscimos. A última chance parecia estar se esvaindo quando a jogada do gol começou a se desenhar.

GOL NOS ACRÉSCIMOS

Aos quarenta e seis minutos, Gustavo Scarpa recebeu a bola na lateral direita do ataque mineiro. O meia encheu o pé e cruzou com precisão na área em direção ao segundo pau. Bernard, livre da marcação, apareceu para cabecear com força no canto inferior esquerdo do gol. O goleiro Carlos Lampe não teve chances de defesa, e a bola vibrou as redes. A Arena MRV explodiu em euforia com o gol que classificou o Atlético-MG de forma dramática.

O lance foi a coroação de uma partida de muita luta e persistência da equipe alvinegra. Bernard, que havia entrado ainda no primeiro tempo, tornou-se o herói da noite em Belo Horizonte. O jogador foi cercado pelos companheiros de equipe em comemoração que durou vários minutos. Do outro lado, os jogadores do Bolívar caíram no gramado, conscientes de que a classificação lhes escapara nos instantes finais. O apito final soou logo em seguida, confirmando a vitória por 1 a 0.

Em coletiva de imprensa, o técnico Jorge Sampaoli explicou as substituições realizadas no segundo tempo. O argentino afirmou que sempre acreditou na vitória dentro dos noventa minutos regulamentares. Sampaoli destacou que colocou jogadores com energia e velocidade para buscar o gol da classificação. Ele negou que as mudanças tenham sido pensadas visando uma eventual disputa de pênaltis. O comandante elogiou a garra de sua equipe e a importância da vitória para o clube.

ATLÉTICO-MG: ÚNICO BRASILEIRO NAS SEMIFINAIS

A classificação do Atlético-MG ganhou contornos ainda mais significativos com outros resultados da noite. O Fluminense, único outro clube brasileiro na competição, foi eliminado após empate em 1 a 1 com o Lanús. A equipe carioca viu seu técnico Renato Gaúcho pedir demissão logo após o término da partida no Maracanã. Com isso, o Galo tornou-se o único representante do país na disputa pela Sul-Americana. A responsabilidade de carregar a bandeira brasileira agora recai sobre o time mineiro.

O caminho até a final da competição continental ainda tem uma etapa a ser vencida pelo Atlético-MG. Nas semifinais, o clube enfrentará o vencedor do duelo entre Once Caldas da Colômbia e Independiente del Valle do Equador. A partida de ida entre essas equipes terminou com vitória colombiana por 2 a 0 fora de casa. A definição do adversário do Galo sairá após o jogo de volta, programado para a próxima semana. O Atlético-MG joga pelo empate na primeira partida da semifinal, devido ao gol marcado fora de casa.

A campanha do Atlético-MG na Sul-Americana mantém vivo o sonho de um título internacional e vaga na Libertadores. A conquista do torneio garante ao campeão uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores da América de 2026. Para o clube mineiro, que já possui uma Copa Libertadores em seu histórico, o objetivo é claro. A equipe busca levantar um troféu continental que não conquista desde a Recopa Sul-Americana de 2014. Os torcedores alvinegros depositam esperanças no trabalho de Sampaoli.

PRÓXIMOS COMPROMISSOS 

A agenda do Atlético-MG segue apertada com a proximidade do final do Campeonato Brasileiro. O time volta a campo no sábado, quando recebe o Mirassol pela vigésima quinta rodada da Série A. A partida está marcada para as 21 horas na Arena MRV, mesmo palco da classificação na Sul-Americana. O clube mineiro busca pontos para se manter na luta por uma vaga na próxima Libertadores pelo campeonato nacional. A equipe deve entrar em campo com misto de titulares e reservas.

Já o Bolívar retorna à sua agenda no Campeonato Boliviano, onde é tradicionalmente uma das forças. A equipe enfrenta o GV San José no domingo, às 16 horas, no Estádio Jesús Bermúdez, na cidade de Oruro. O time boliviano precisa se recuperar rapidamente da decepção sofrida na noite de quarta-feira. A eliminação na Sul-Americana representa um duro golpe para os planos do clube na temporada. A concentração agora é totalmente no campeonato nacional.

A Conmebol divulgou as datas das próximas fases da Copa Sul-Americana após o término das quartas de final. As semifinais estão agendadas para as semanas dos dias 15 e 22 de outubro, com jogos de ida e volta. A final única da competição está marcada para o dia 23 de novembro, em local a ser definido. O Atlético-MG busca chegar à decisão de um torfeio continental pela primeira vez desde 2014. A caminhada é longa, mas a vitória sobre o Bolívar injetou confiança no grupo.

A torcida do Atlético-MG lotou a Arena MRV e foi determinante no apoio até o último minuto da partida. O público de 34.102 pagantes criou um ambiente de pressão positiva sobre a equipe mineira. A renda bruta do evento alcançou a marca de R$ 1.451.028,85, um valor significativo para as finanças do clube. O apoio popular será crucial também nos próximos desafios que o time enfrentará na reta final da temporada. A Fiel Torcida mostrou mais uma vez sua força e paixão pelo Galo.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-MG 1 X 0 BOLÍVAR-BOL
Competição: Quartas de final da Copa Sul-Americana (jogo de volta)
Data: 24 de setembro de 2025
Local: Arena MRV, Belo Horizonte (MG)

Árbitro: Facundo Tello (ARG)

Assistentes: Juan Belatti (ARG) e Gabriel Chade (ARG)
VAR: Germán Delfino (ARG)

Gol: Bernard (ATM), aos 46min do 2ºT

Cartões amarelos: Igor Gomes, Fausto Vera, Biel, Bernard (ATM); Daniel Cataño, Miguel Torrén (BOL)
Público: 34.102 pagantes
Renda bruta: R$ 1.451.028,85

ATLÉTICO-MG: Everson; Lyanco, Ivan Román (Fausto Vera), Vitor Hugo e Guilherme Arana (Caio); Alexsander (Bernard), Alan Franco, Igor Gomes e Gustavo Scarpa; Reinier (Rony) e Hulk (Biel). Técnico: Jorge Sampaoli.


BOLÍVAR
: Carlos Lampe; Jesús Sagredo, Miguel Torrén, Santiago Echeverría e José Sagredo; Ervin Vaca, Leonel Justiniano, Robson Matheus e Daniel Cataño (Dorny Romero); Damián Batallini (Patrício Rodríguez) e Martín Cauteruccio. Técnico: Flavio Robatto.


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