Brasil tem potencial de evitar a emissão de 18 milhões de toneladas de gás carbônico anualmente ao substituir fertilizantes minerais por bioinsumos para a produção de alimentos

Crédito foto: Toni Paul | Pixabay

Além dos benefícios ambientais, a pesquisa aponta uma economia de até US$ 5,1 bilhões para o setor agroalimentar com essa alternativa mais sustentável

Da redação da Rede Hoje

Uma pesquisa recente apontou que o Brasil tem o potencial de evitar a emissão de 18 milhões de toneladas de gás carbônico anualmente ao substituir fertilizantes minerais por bioinsumos nas plantações de gramíneas, essenciais para a produção de alimentos. O estudo foi apresentado pela pesquisadora Luana Nascimento, do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, e faz parte de um projeto de cooperação internacional sobre o uso de bioinsumos como alternativa aos fertilizantes químicos.

A pesquisa, desenvolvida pelo Senai em parceria com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), atende a uma demanda do Ministério da Agricultura e Pecuária para apoiar novas políticas públicas focadas em segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e competitividade no agronegócio.

Luana Nascimento destacou a importância das gramíneas, que incluem trigo, milho, aveia e cana-de-açúcar, não apenas na alimentação humana e animal, mas também na produção de energia e pastagens. O uso de óxido nitroso em fertilizantes minerais é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global, sendo um potente gás de efeito estufa.
O óxido nitroso usado em fertilizantes minerais é apontado como um dos mais pontentes gases de efeito estufa causadores do aquecimento global . Foto: Julio César García | Pixabay

O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos de bioinsumos que promovem a fixação biológica de nitrogênio e a solubilização de fósforo e potássio no solo. A equipe de pesquisa analisou o mercado brasileiro, incluindo produtos disponíveis, patentes e publicações científicas dos últimos cinco anos.

A pesquisa revelou que cerca de 80% dos fertilizantes minerais utilizados no Brasil são importados, o que eleva os custos de produção e gera impactos ambientais negativos quando são lixiviados pelo solo. A substituição por bioinsumos poderia reduzir em até 7 milhões de toneladas a adição de nitrogênio no ambiente, diminuindo a conversão desse gás em óxido nitroso.

Além dos benefícios ambientais, a pesquisa aponta uma economia de até US$ 5,1 bilhões para o setor agroalimentar com essa alternativa mais sustentável, impulsionando uma tecnologia majoritariamente desenvolvida no Brasil.

Os dados indicam que 63% dos bioinsumos disponíveis têm como base a bactéria *Azospirillum brasilense*, mas outras espécies também estão sendo exploradas, evidenciando o potencial para novos produtos. Luana enfatiza que isso representa uma oportunidade significativa para o desenvolvimento tecnológico adaptado às condições brasileiras, mantendo o país na vanguarda da produção de bioinsumos.

O estudo contou ainda com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que abrange 34 países. Gabriel Delgado, representante do IICA no Brasil, ressaltou a importância da pesquisa para fortalecer a resiliência dos sistemas alimentares e promover avanços na agenda ambiental do setor.


Fonte: Agencia Brasil


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