Divulgado na semana do Dia da Consciência Negra, estudo revela que 22% dos entrevistados consideram a identidade cultural fundamental para seus negócios, enquanto 28% a veem como importante

Crédito foto: Sebrae-MG


No cenário nacional, o número de empreendedores negros cresceu 22% entre 2013 e 2023

Da redação da Rede Hoje

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae Minas destaca a relevância da identidade cultural para metade dos empreendedores negros de Minas Gerais. Divulgado na semana do Dia da Consciência Negra, o estudo revela que 22% dos entrevistados consideram a identidade cultural fundamental para seus negócios, enquanto 28% a veem como importante. A pesquisa, realizada em outubro de 2024, contou com a participação de 739 empreendedores, incluindo negros (pretos e pardos) e brancos.

O afroempreendedorismo, conceito que reforça a identidade afro-brasileira e promove o empoderamento da comunidade negra, foi identificado em 23% dos negócios liderados por negros. Entre as motivações para empreender, 39% dos entrevistados destacaram a realização pessoal e paixão pelo trabalho, 28% apontaram a identificação de oportunidades de mercado, e 20% mencionaram a necessidade de renda.

A pesquisa revelou que 33% dos empreendedores negros iniciaram suas atividades após os 35 anos, enquanto 30% começaram entre 26 e 35 anos. As principais fontes de apoio ao negócio incluem a família (68%), amigos (38%) e o Sebrae (28%). No entanto, desafios persistem, especialmente no acesso a crédito, citado como maior dificuldade por 48% dos entrevistados.

Entre os que buscaram financiamento, apenas 10% conseguiram o valor solicitado, enquanto 17% não obtiveram aprovação. Outras dificuldades mencionadas incluem a falta de mão de obra qualificada (40%), alta concorrência (32%) e gestão financeira (30%). Apesar disso, a maioria dos empreendedores negros (71%) planeja expandir seus negócios nos próximos cinco anos.

Capacitação contínua

O otimismo é um traço marcante entre os empreendedores negros de Minas Gerais. Além da perspectiva de crescimento, 52% dos entrevistados afirmaram participar regularmente de ações de capacitação para melhorar a gestão de seus negócios. Outros 23% participam esporadicamente, enquanto 22% demonstram interesse, mas ainda não se envolveram em capacitações.

Outro dado relevante é que 72% dos entrevistados relataram nunca ter sofrido discriminação racial no ambiente de trabalho, mas 13% afirmaram ter enfrentado preconceito em alguma medida. Esses números destacam a importância de iniciativas que promovam a igualdade e reduzam as barreiras enfrentadas por empreendedores negros.

Empreendedorismo negro no Brasil

No cenário nacional, o número de empreendedores negros cresceu 22% entre 2013 e 2023, superando o aumento de 18% entre empreendedores brancos. Segundo dados do Sebrae, em 2023, o Brasil registrava 15,6 milhões de empreendedores negros, um avanço em relação aos 12,8 milhões de 2013.

Os empreendedores negros também apresentaram progressos em escolaridade, formalização e contribuição para a Previdência. No entanto, desafios permanecem: a proporção de empresários com CNPJ entre brancos é 18,6 pontos percentuais maior em relação a negros e pardos.

Futuro do afroempreendedorismo

O Sebrae Minas reforça a importância de apoiar o empreendedorismo negro para superar desigualdades e impulsionar a economia. Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, destaca a atuação da entidade em ampliar oportunidades e reduzir barreiras.

O afroempreendedorismo segue como um movimento essencial para a valorização cultural e econômica da comunidade negra. Com visão otimista e desejo de crescimento, os empreendedores negros continuam a fortalecer suas raízes culturais enquanto moldam um futuro promissor no mercado.


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