Disponibilidade de recursos da Alemanha para apoiar cooperativas de cafeicultores na adaptação às exigências da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR) em discussão.
Foto: ascom | CNC
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, recebeu Alexander Borges Rose, diretor do Diálogo Agropolítico Brasil-Alemanha (APD), em uma reunião que contou com a participação de Luiza Kreimeier, assessora técnica do CNC
Da redação da Rede Hoje
Na tarde do dia 16 de dezembro, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, recebeu Alexander Borges Rose, diretor do Diálogo Agropolítico Brasil-Alemanha (APD), em uma reunião que contou com a participação de Luiza Kreimeier, assessora técnica do CNC. O objetivo do encontro foi discutir a disponibilidade de recursos por parte da Alemanha para apoiar cooperativas de cafeicultores na adaptação às exigências da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR).
Alexander Rose apresentou as iniciativas do APD, que promovem a cooperação bilateral entre o Brasil e a Alemanha. Essas ações estão baseadas em um memorando de entendimento firmado entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o Ministério Federal da Alimentação e Agricultura da Alemanha (BMEL). O foco dessa parceria é fortalecer a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares, garantir o direito à alimentação e proteger o clima.
Entre as principais áreas de atuação do APD, destacam-se a recuperação de áreas degradadas, o fortalecimento da agricultura familiar, a promoção da agroecologia e a implementação de cadeias de valor livres de desmatamento. Para atingir esses objetivos, o APD, em colaboração com o Instituto Thünen de Silvicultura e a Iniciativa de Cadeias de Suprimento Agrícolas Sustentáveis (SASI), busca cooperativas dispostas a coletar e compartilhar dados geoespaciais de suas propriedades, a fim de garantir conformidade com os requisitos da EUDR.
Apoiar as cooperativas é um dos principais objetivos do projeto proposto pelo CNC. A iniciativa será conduzida por especialistas em dados geoespaciais do time GEOS-EUDR e oferecerá suporte técnico para que as cooperativas possam atender às exigências da lei europeia. As ações incluirão orientações sobre o uso de Sistemas de Observação da Terra (EOS) e Sistemas de Informação Geográfica (SIG), além de avaliações sobre os desafios e soluções para a coleta de dados de geolocalização no campo e análise de mapas de referência florestal.
Silas Brasileiro ressaltou a importância dessa iniciativa, destacando que o projeto não trará custos para as cooperativas e servirá para esclarecer dúvidas sobre o regulamento europeu. Ele afirmou que a ação visa um diálogo técnico com os representantes do Ministério da Agricultura da Alemanha, comprometidos em buscar um bom entendimento com as cooperativas de café, ouvindo sugestões que possam contribuir para uma maior clareza no mercado europeu.
Outro ponto importante mencionado foi que o primeiro contato será realizado entre os técnicos do APD e os representantes responsáveis pelas plataformas de exportação das cooperativas. "Vale a pena ouvi-los", afirmou Silas Brasileiro, destacando que a sequência do projeto será definida pelas próprias cooperativas, conforme suas necessidades.