O cineasta Carlos Diegues faleceu nesta sexta-feira (14), vítima de complicações cirúrgicas. Reconhecido como um dos precursores do Cinema Novo, dirigiu clássicos como Xica da Silva e Bye Bye, Brasil.
Foto: Divulgação | Emater MG
Da redação da Rede Hoje
cineasta Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, faleceu nesta sexta-feira (14), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL). A morte ocorreu devido a complicações de uma cirurgia.
Um dos precursores do Cinema Novo, Diegues nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL), e mudou-se para o Rio de Janeiro aos seis anos de idade. Ainda na juventude, ingressou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde fundou um cineclube e iniciou sua trajetória cinematográfica ao lado de nomes como Arnaldo Jabor.
O cineclube tornou-se um dos núcleos do Cinema Novo, movimento influenciado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, caracterizado por críticas políticas e sociais, especialmente durante a ditadura militar.
Trajetória e Legado
Entre seus primeiros filmes, destacam-se Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969). Exilado na Europa devido à repressão política, retornou ao Brasil nos anos 1970 e dirigiu produções icônicas como Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973), Xica da Silva (1976), Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye, Brasil (1980).
Na fase de retomada do cinema brasileiro, lançou Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é Brasileiro (2002). Seu último trabalho como diretor foi O Grande Circo Místico (2018).
Ao longo da carreira, Cacá Diegues recebeu prêmios em festivais nacionais e internacionais. Em 2018, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de Nelson Pereira dos Santos.
Em nota, a ABL expressou solidariedade à esposa, Renata Almeida Magalhães, e aos filhos. "Sua obra equilibrou popularidade e profundidade artística, abordando temas sociais e culturais com sensibilidade. Durante a ditadura militar, viveu no exílio, mantendo-se sempre ativo no debate sobre política, cultura e cinema", destacou a instituição.