Energia elétrica residencial tem maior impacto individual; Transportes e Vestuário registram aumento



Grupo Alimentação e Bebidas foi o único a apresentar recuo no mês. Foto: Arquivo / EBC

Da Redação da Rede Hoje

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,24% em junho, desacelerando frente ao mês anterior, que havia registrado alta de 0,26%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A principal contribuição para a desaceleração veio do grupo Alimentação e Bebidas, com queda de 0,18%, puxada especialmente pela redução de preços de itens básicos na alimentação em casa.

Com o resultado de junho, o IPCA acumula alta de 2,99% no primeiro semestre de 2025. A inflação em 12 meses está dentro da meta estipulada pelo Banco Central.

Alimentação em queda após nove meses de alta

Pela primeira vez desde agosto de 2024, o grupo Alimentação e Bebidas, que tem o maior peso no índice, registrou variação negativa. A retração foi influenciada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,43%. Entre os principais responsáveis pela queda estão o ovo de galinha (-6,58%), o arroz (-3,23%) e as frutas (-2,22%). Por outro lado, o tomate subiu 3,25%.

Já a alimentação fora do domicílio registrou aumento de 0,46% em junho, ritmo menor que o de maio (0,58%). O lanche avançou de 0,51% para 0,58%, enquanto a refeição desacelerou de 0,64% para 0,41%.

Dados comparativos entre o IPCA de maio e junho de 2025

Energia e habitação seguem pressionando

A energia elétrica residencial subiu 2,96% em junho, sendo o subitem com o maior impacto individual no IPCA. A alta é atribuída à adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,46 para cada 100 kWh consumidos. No acumulado do ano, a energia elétrica residencial já subiu 6,93%, o maior aumento para um primeiro semestre desde 2018.

Em Habitação, o índice caiu de 1,19% em maio para 0,99% em junho, mesmo com reajustes em tarifas de água e esgoto em cidades como Brasília, Curitiba, Rio Branco e Porto Alegre.

Transportes sobem apesar da queda nos combustíveis

O grupo Transportes avançou 0,27%, após recuo de 0,37% em maio. A alta foi impulsionada pelo transporte por aplicativo (13,77%) e pelo conserto de automóveis (1,03%), apesar da queda nos combustíveis (-0,42%). O reajuste médio de 8,71% na tarifa de táxis em Belo Horizonte também influenciou o índice, com alta de 0,64% nesse subitem.

Vestuário e saúde também apresentam variação positiva

O Vestuário teve alta de 0,75%, com destaque para roupas masculinas (1,03%), calçados e acessórios (0,92%) e roupas femininas (0,44%). Já o grupo Saúde e cuidados pessoais desacelerou, passando de 0,54% em maio para 0,07% em junho.

Índices regionais

A maior variação foi registrada em Rio Branco (0,64%), puxada por aumento de 77,22% em cinema, teatro e concertos — após o fim da promoção de meia entrada — e pela alta da energia elétrica (3,99%). Já a menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,08%), influenciada por quedas nos preços das frutas (-5,15%) e da gasolina (-1,38%).

Foram ainda registrados reajustes em energia em Belo Horizonte (7,36%), Porto Alegre (14,19% em uma das concessionárias), Curitiba (1,97%) e queda de 2,16% em uma concessionária do Rio de Janeiro.

Panorama geral

O resultado de junho mostra um cenário de desaceleração da inflação, influenciado pela queda nos preços de alimentos e certa estabilidade em setores como Educação, Saúde e Comunicação. Ainda assim, a pressão de custos sobre a energia elétrica e transportes mantém o alerta para os próximos meses.


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