Entre as cobranças: redução na tarifa, nova licitação e demora na modernização do sistema, "senta no ponto que vocês vão ver o estudo pronto", ironiza passageira após anúncio da Sestran sobre análise do serviço.
Foto ilustrativa: Eduardo Beleske/PMPA
Insatisfação dos usuarios vai além dos preços das passagens
Da Redação da Rede Hoje
A reportagem publicada nesta quarta-feira (5/3) pela Rede Hoje sobre o estudo da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Segurança (Sestran) para melhorias no transporte coletivo de Patrocínio gerou uma onda de reações nas redes sociais. Os usuários do serviço manifestaram sua insatisfação com a atual administração e cobraram a concretização de promessas de campanha.
Entre as principais críticas, muitos internautas lembraram a promessa do prefeito Gustavo Brasileiro de reduzir o preço da passagem para R$ 2,00, compromisso que, até o momento, não foi cumprido. "Cadê a promessa de coletivo a 2 reais?", questionou um usuário, enquanto outro afirmou que "essa nova administração não vai conseguir colocar o coletivo a dois reais".
Tarifa cara
A Viação Paraíso aumentou a tarifa no final de 2024 em mais de 9%, passando de R$ 4,50 para R$ 4,90. Gustavo Brasileiro, em dezembro, logo depois de eleito, disse que a elevação tem afetado especialmente a população mais carente, e destacou que a revisão da concessão seria uma das primeiras medidas de sua gestão. O prefeito até apontou Patos de Minas como exemplo positivo, onde a tarifa foi reduzida para R$ 3,00 e melhorias no serviço, como a ampliação da frota e a introdução de veículos novos com ar-condicionado e Wi-Fi, foram implementadas.
“É fundamental oferecer um transporte que respeite o cidadão e atenda às suas necessidades. Vamos trabalhar para garantir tarifas mais justas, um serviço mais eficiente e um transporte de qualidade para todos”, disse o prefeito eleito.
Usuários cobram mudanças estruturais
Além do valor da tarifa, os moradores também sugeriram mudanças estruturais, como a transformação da antiga rodoviária, localizada na região do Baixadinha, em um terminal central. A ideia, segundo eles, facilitaria a mobilidade dos passageiros, permitindo a troca de ônibus em um único ponto. "Isso deveria ter sido feito há 10 anos", afirmou um morador.
A qualidade da frota também foi alvo de reclamações. Usuários pedem a aquisição de ônibus novos, equipados com ar-condicionado e Wi-Fi. "Longe uma frota novinha, aí quero ver reclamar", ironizou uma usuária. Outra moradora destacou que a modernização da frota não será suficiente se os horários e rotas não forem melhorados: "O povo tem que ver que não adianta os coletivos serem novos, se não mudar os horários e passar em outros lugares".
Outro ponto recorrente nas críticas foi a necessidade de uma nova licitação para troca da empresa responsável pelo transporte urbano. Muitos acreditam que uma nova concorrência pública poderia trazer um serviço mais eficiente e acessível. "O certo seria fazer uma nova licitação e trocar a empresa", defendeu um internauta. Outros sugeriram a abertura do mercado para mais de uma empresa, como acontece em outras cidades.
"Nem precisa de pesquisa"
A insatisfação também se reflete na percepção geral sobre a gestão municipal. "Nem precisa de pesquisa, dê uma volta nos ônibus e vocês vão ver o que a população enfrenta todos os dias", criticou uma passageira. Outra usuária lamentou a demora na tomada de decisão: "Senta no ponto que vocês vão ver o estudo pronto".
A pressão popular indica que a mobilidade urbana continua sendo um tema sensível e de grande impacto na administração municipal.