Já há nomes para assumir, mas uma chapa será composta até a sexta-feira da próxima semana, 29, e será aclamada pelo conselho
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O presidente em exercicio José Francisco Féliz e o conselheiro Marcos Antônio Silva (Marcão) comandaram a reunião
Por Luiz Antônio Costa | Rede Hoje
A reunião do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Patrocinense (CAP), realizada nesta segunda-feira (18), não resultou na eleição de uma nova diretoria, como inicialmente planejado. A diretoria anterior havia renunciado no início do mês, e a expectativa era que Maurício Cunha e Diogo Cunha, possíveis lideranças do grupo, estivessem presentes, mas ambos não compareceram. Várias pessoas ligadas aos Cunha estiveram presentes. Os ex-presidentes Valterson José da Silva, e Roberto Avatar, "Tatá", também compareceram.
Os conselheiros decidiram por uma nova reunião no dia 29 de novembro para eleger a diretoria definitiva. Uma possibilidade forte para assumir a presidência do CAP é Geraldo Naves, conhecido como Kitute, que faz parte do grupo de Maurício Cunha e esteve presente na reunião.
Durante o encontro, os conselheiros discutiram estratégias para solucionar a dívida do clube. O conselheiro Marco Antônio da Silva, “Marcão”, sugeriu alternativas de faturamento e descartou a judicialização ou a transformação do CAP em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Segundo ele, é possível negociar a dívida, reduzindo-a em até 50%, com maior atenção às questões trabalhistas.
Marcão destacou que a negociação extrajudicial permitiria maior controle sobre o clube, sem a necessidade de um interventor. Ele acredita que é viável reduzir a dívida trabalhista em cerca de R$ 800 mil, com base em conversas preliminares com advogados.
Campeonato Mineiro
Sobre o futuro no Campeonato Mineiro, Marcão afirmou que o CAP estará em campo em 2025, com a competição prevista para começar entre março e abril. No entanto, as decisões definitivas dependem da reunião marcada para o dia 29.
A reunião foi tranquila e muita coisa foi colocada na mesa
Estima-se que o clube precisará de aproximadamente R$ 1,5 milhão para disputar o Campeonato Mineiro. Marcão sugeriu fontes de arrecadação, como a venda de placas de publicidade no estádio, que pode render entre R$ 700 mil e R$ 750 mil, e o programa de sócio-torcedor, que deve gerar cerca de R$ 90 mil, com adesões a um custo médio de R$ 300 por torcedor (nas cadeiras do estádio Pedro Alves) durante o campeonato. Outra proposta foi o lançamento da campanha "SOS CAP" ou "Reconstrução do CAP", com a venda de camisas especiais ao custo de R$ 100 a R$ 300.
Patrocínio da Prefeitura
Kitute sugeriu realizar eventos de arrecadação, como feiras inspiradas nas tradicionais barraquinhas de igrejas, enquanto outra proposta foi cobrar uma contribuição voluntária de R$ 5 na entrada do Parque de Exposições durante a festa da cidade. Essas iniciativas seriam somadas ao apoio financeiro da Prefeitura, que, por lei, não pode destinar dinheiro diretamente ao futebol profissional. Entretanto, foi levantada a possibilidade de usar a verba de publicidade para promover campanhas, como "Invista em Patrocínio", estampadas nas camisas e placas.
Esse modelo de parceria, similar ao adotado em clubes como Athletic de São João del-Rei, permitiria que a Prefeitura ajudasse indiretamente sem ferir a legislação. No entanto, essa ação dependeria da estruturação de uma diretoria de marketing, que deverá ser formada após a eleição da nova diretoria. Kitute destacou que, com planejamento, essas medidas podem ser cruciais para reerguer o CAP.
Durante a reunião, Marcão ressaltou que é essencial contar com profissionais locais capacitados para ocupar cargos estratégicos e ter poder de decisão. Ele também criticou a gestão financeira de 2024, afirmando que o diretor financeiro não tinha acesso às senhas bancárias, o que centralizava o controle em poucas mãos.
Nas discussões, caminhos parace que foram encontrados
Bloqueios de contas bancárias
Sobre os bloqueios das contas feitos pela Justiça à pedidos da CBF e da Federação Mineira de Futebol, Marco Antônio da Silva afirmou que as dívidas não serão obstáculos para a participação do Clube Atlético Patrocinense no Campeonato Mineiro de 2025. Segundo ele, a dívida com a Federação Mineira, atualmente superior a R$ 300 mil, já está sendo negociada, com a possibilidade de redução da multa de aproximadamente R$ 100 mil. Em relação à CBF, Marcão também acredita na viabilidade de uma negociação que permita ajustar os débitos sem comprometer a recuperação do clube e seus planos para a próxima temporada.
O presidente em exercício, José Francisco Félix, lamentou a ausência de Maurício Cunha e Diogo Cunha, mas considerou a presença de aliados do grupo, como Kitute, Delinho e Tarcísio, um bom sinal para o futuro. Ele enfatizou a importância de definir a nova chapa nesta semana para garantir estabilidade e planejar a próxima gestão.
Os membros da torcida “Mancha Grená” estiveram presentes. O vice presidente Higor Gabriel, “Higão”, mostrou estar “esperançoso de ter uma eleição. Não teve, mas os dois nomes indicados para presidir o clube são muito bons – Kitute e Marcão. Tem que ter união de todos e abraçar os projetos que foram apresentados”, disse.
O vereador eleito Paulinho Peúca, que esteve presente, comprometeu-se a ser um articulador do CAP na Câmara Municipal para viabilizar projetos que apoiem o clube. A próxima reunião, marcada para 29 de novembro, será decisiva para o futuro do Clube Atlético Patrocinense, com a definição da nova diretoria e os rumos da gestão 2025.