DICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA (1) | PROF. JÚLIO CÉSAR RESENDE
ESPECIALISTA EM LÍNGUAS PORTUGUESA E INGLESA


  • O verbo “haver” nunca terá plural quando significar “existir” ou “acontecer”. Ex.: Havia nove alunos na sala. Haverá novas reuniões amanhã. Esse verbo só poderá ter plural quando for usado como auxiliar. Ex.: Eles haviam comprado uma bela casa. Nós havíamos colocado o nome dele na lista.

  • O verbo “fazer” nunca será usado no plural quando indicar tempo decorrido. “Faz dois (trinta) anos que ele faleceu.

  • A palavra “meio” indicando “um pouco” é advérbio, por isso será sempre invariável. Ex.: Deixe a porta meio aberta. Ela estava meio cansada.

  • Haja” é forma do verbo “haver”. Ex.: Mesmo que haja (exista) algum perigo, vale a pena arriscar. “Aja” é forma do verbo “agir”. Para que a empresa se recupere da crise, é preciso que o proprietário aja imediatamente.

  • Muitas pessoas confundem “perca” com “perda”. A primeira é forma verbal. Ex.: Talvez ele perca o cargo na empresa. “Perda” é o substantivo. Ex.: Ele nunca superou a perda da mãe.

  • Frequentemente ouço no rádio a confusão entre “mandato” (período para o qual alguém foi eleito) com “mandado” (ordem judicial). Ele foi eleito para um mandato de quatro anos. De posse de um mandado, a polícia invadiu a casa.

  • É comum nós lermos as horas representadas assim: 20:00, 20:00h, 20hs, 20:00hs. Nos países de língua inglesa é que se representam as horas assim. Por aqui, é muito mais simples e econômico: 8h, 8h30min, 20h, sem ponto nem “s”.

  • Não tenho muito estômago para tolerar as gírias. Ainda bem que geralmente não duram mais que um ano. Uma das mais novas é “obrigado(a) eu”. Será que merecemos?

  • Em nossa cidade, a que pessoas podemos nos dirigir usando o pronome de tratamento “Vossa Excelência – V. Exa.”? Ao presidente da Câmara Municipal, ao chefe do Executivo, aos promotores e juízes. E só. Políticos, comerciantes, demais vereadores, pessoas com cargos de prestígio devem ser tratadas por “Vossa Senhoria – V. Sa.”

  • Outro irmão do mal de “haver” é a expressão “a ver”. Apesar de soarem iguaizinhas, as duas palavras, na realidade, nada têm em comum. A primeira é um verbo, mas a segunda indica uma afinidade (ou não) entre duas coisas. Ex.: Pode haver enchentes na cidade. Isso nada tem a ver com a realidade.

  • Em vez de – Ao invés de – A primeira locução indica substituição. Ex.: Em vez de Matemática, teremos aula de Física. A segunda locução é usada para contrastar ideias opostas. Ex.: Ao invés de chorar, a criança sorriu.


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