Novidade. É o Índice SEBRAE de Desenvolvimento Econômico local - ISDEL. Na verdade, o é para as discussões municipais. Mas para o mundo empresarial não é novidade. O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) estimula o empreendedorismo. O ISDEL é o indicador para promover o desenvolvimento, diante de um futuro definido. Patrocínio está bem ou não, no contexto ISDEL? Comparando o Município com um vizinho pouco maior e com um vizinho (município) pouco menor, uma avaliação do potencial patrocinense poderá ser conhecido. Na balança dos números do ISDEL estão Patrocínio, Patos de Minas e Monte Carmelo.
**** PATROCÍNIO AQUÉM - Tanto Monte Carmelo como Patos de Minas têm o ISDEL melhor do que o de Patrocínio, na última edição publicada pelo SEBRAE. O ISDEL/2021 de PTC é classificado como médio (nem ruim nem bom). É igual a 0,450. Patos de Minas é bem superior (0,513) e Monte Carmelo um pouco superior (0,462).
**** RAZÕES QUE MOSTRAM A DIFICULDADE DE PTC - O ISDEL é formado por cinco grandes componentes. Somando as variáveis de cada componente, totalizam 106 variáveis oficiais. Os cinco componentes são: Capital Empreendedor, Tecido Empresarial (redes de empresas), Governança para Desenvolvimento, Organização Produtiva e Inserção Competitiva. Nesses cinco componentes, Patrocínio perde para Patos de Minas em todos. E ganha em um componente de Monte Carmelo, mas perde em quatro. Só ganha, por pouco, no componente Tecido Empresarial (redes de empresas e valores), dos carmelitanos.
**** O QUE PTC TEM DE REGULAR - Dentre os cincos componentes do ISDEL, Patrocínio possui dois satisfatórios. O melhorzinho é o ‘‘Tecido Empresarial’’, com a nota 0,609, considerado ‘‘Alto Desenvolvimento’’. A valoração (classificação do desenvolvimento) varia de 0 (zero), que é desenvolvimento ‘‘Muito Baixo’’, a 1 (um), que é desenvolvimento ‘‘Muito Alto’’. O outro componente é ‘‘Governança para o Desenvolvimento’’ (componente associado da sociedade civil, mercado e poder público; nesse contando a Prefeitura e Câmara Municipal). O índice da ‘‘Governança’’ de Patrocínio é 0,557. Isso significa ‘‘Alta Governança’’.
****MAS HÁ FALHAS... - Nesse componente ‘‘Governança para o Desenvolvimento’’ há muito bom Planejamento e bom Controle Social. Todavia, a variável Gestão Fiscal é ruim. E a variável Articulação quase inexiste: péssima. Falta diálogo entre os atores do desenvolvimento patrocinense. Parece, falta entendimento.
Foto: Steve Buissinne | Pixabay
****RENDA (DINHEIRO) CONCENTRADO EM POUCAS MÃOS - Segundo o SEBRAE, o percentual (%) da população (pessoas) de baixa renda (ganha pouco ou nada) de Patrocínio é elevado: 28% da população. Enquanto isso, Patos de Minas tem 19% da população com baixa renda. E Monte Carmelo 22%. Comparando com o PIB de cada cidade, não e difícil concluir que a renda em Patrocínio é concentrada. Se isso é bom ou ruim, é assunto para outro tema.
**** CENÁRIO COLABORA NO AFASTAMENTO DE EMPRESAS - O SEBRAE é muito respeitado. Ele fomenta/incentiva o empreendedorismo, via apoio ao empreendedor individual e às pequenas empresas. O ISDEL é uma boa ferramenta. Todo bom empreendedor ou bom empresário o consulta. Por isso, as lideranças empresariais e políticas patrocinenses necessitam avaliar, ou até conhecer, o ISDEL. Lembrando: Patrocínio encontra-se tão somente numa situação regular. Satisfaz, mas não encanta. Não atrai o empreendedor como deveria.
**** EXEMPLOS NÃO FALTAM - Patrocínio é um dos cinco municípios mais poderosos no Agro, em Minas. Entretanto, sua área industrial é pífia. Pouco ou nenhuma indústria cafeeira, que condiz com o seu título de campeão brasileiro da produção de café. Indústria láctea muito distante de seu título de vice-campeão mineiro na produção de leite. Nem o Sobrenatural de Almeida, do grande escritor Nelson Rodrigues, explica essa dispersão (afastamento). O momento é de reflexão, pelo menos.
PALAVRA FINAL
**** APELO - O glorioso CAP - Clube Atlético Patrocinense é a alma de Patrocínio. Representa o desejo e o amor de todos patrocinenses. Independente de cor, raça, religião, política ou classe social. Por isso, não misturem política partidária ou política de gestão com o CAP do coração. Deixem o sagrado CAP em paz. Antes tarde do que... mais tarde... ainda. Sobretudo, os afoitos, os imprudentes e os amantes ocasionais do querido CAP. O CAP ainda sobrevive.