Número de desaparecidos chega a 111 pessoas

Por causa do mau tempo, 134.331 pessoas tiveram de abandonar as casas 

Da redação da Rede Hoje

Quase 850 mil pessoas (844.673) foram impactadas até o momento pelas chuvas fortes que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada. O boletim mais recente da Defesa Civil - divulgado às 18h deste domingo (5) - indica que há 78 mortes confirmadas e pelo menos mais quatro em investigação. O número de feridos é de 175 e há 105 desaparecidos.

Por causa do mau tempo, 134.331 pessoas tiveram de abandonar as casas em que vivem, sendo que 115.844 estão desalojadas e outras 18.487 vivem em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 341 foram afetados por alguma ocorrência relacionada às chuvas.

A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical.

Agora, o total de mortes está bem acima do anterior e é considerado por autoridades como o pior desastre climático da história gaúcha.

Serviços de infraestrutura

No boletim mais recente, também há informações sobre os serviços de infraestrutura estaduais, reunidos pelas Secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura, de Logística e Transportes e da Educação.

O número de mortes confirmadas decorrentes das fortes chuvas que caem no Rio Grande do Sul subiu para 83 e outros quatros óbitos estão em investigação para confirmar se há relação com os eventos meteorológicos da última semana.

Os dados constam no boletim da Defesa Civil estadual atualizado às 9h desta segunda-feira (6). No momento, o número de desaparecidos chega a 111 pessoas.

Ao todo, são 345 municípios gaúchos atingidos pelos temporais, com mais de 850,4 mil pessoas afetadas. O estado contabiliza 21.957 pessoas desalojadas. Além disso, o levantamento aponta que 19.368 pessoas estão temporariamente em abrigos e há 276 feridos.

Águas

A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul (Sema/RS) tem atualizado de hora em hora o nível do Lago Guaíba. Às 9h, desta segunda-feira (6), o nível das águas estava em 5,29 m, em Porto Alegre, capital do estado. O registro mostra a queda de 2 centímetros do maior nível do Guaíba da história, quando atingiu, neste domingo (5), 5,31 m de profundidade às 16h. A medição foi feita por régua automática da secretaria.

Nível das águas do Lago Guaíba sobe 5,29 m, nesta manhã, em Porto Alegre Foto: Alex Rocha/PMPA

O governo do Estado também tem monitorado, em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS), a situação das demais barragens gaúchas.

O estado ainda tem cerca de 435,2 mil consumidores sem luz, sendo 175.252 clientes da distribuidora de energia do Grupo Equatorial Energia (CEEE Equatorial) e outras 260 mil unidades consumidoras abastecidas pela Rio Grande Energia (RGE Sul).

O boletim informa que 884,8 mil clientes da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) estão sem abastecimento de água tratada.

Em relação à de serviços de telecomunicações (telefonia e internet), dezenas de municípios estão sem sinal, distribuídos conforme as operadoras prestadoras dos serviços: Tim: 32 municípios sem sinal; Vivo: 40 municípios; Claro: 24 municípios sem serviços de telefonia e internet.

Transportes

Nesta segunda-feira (6), às 9h, 102 trechos em 58 rodovias apresentavam bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes, conforme informações do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Os dados compreendem as rodovias estaduais e as concedidas ao setor privado. As pessoas que precisam se deslocar pelas estradas devem consultar o mapa das rodovias gaúchas atualizado em tempo real neste site.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, segue com as operações suspensas por tempo indeterminado. A concessionária Fraport, que administra o aeroporto, informa que segue em contato com a Defesa Civil, autoridades e companhias aéreas para acompanhar e avaliar a situação. Não há previsão de retomada. O terminal de passageiros está fechado, sem presença de passageiros. Os aeroportos das cidades de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santo Ângelo estão operando, mas podem ser impactados pelas condições meteorológicas no estado.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) reforçou, nesta segunda-feira, que as empresas aéreas cancelaram todos voos com origem e/ou destino para Porto Alegre e flexibilizaram as regras de remarcação e reembolso. A orientação é que os passageiros entrem em contato com a companhia aeroportuária para remarcação ou reembolso dos bilhetes para a capital gaúcha.

Pelo menos 261 mil pontos do estado estão sem energia elétrica (27% do total de clientes) e mais de 854 mil estão sem abastecimento de água (27% do total).

As chuvas provocam danos e alterações no tráfego nas rodovias. São 110 trechos em 61 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Segundo a Secretaria de Logística e Transportes (Selt), há um trabalho em curso para desobstruir as estradas o mais rápido possível.

Também foram divulgados dados em relação às escolas afetadas pelas enchentes, o que inclui as que foram danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte e de acesso, entre outras questões. Nessa situação, há 733 escolas em 229 municípios, com 247.228 estudantes impactados.

Alerta

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul (RS) emitiu alerta na noite desse sábado (4) colocando em aviso de inundação parte da cidade de Porto Alegre devido à cheia histórica do Lago Guaíba, que subiu mais de cinco metros ontem, maior nível já registrado. O mapa divulgado pela Defesa Civil considera as áreas com risco de inundação.

Cheia do Guaíba coloca Porto Alegre em alerta de mais inundação. Foto: Defesa Civil RS/Divulgação
Cheia do Guaíba coloca Porto Alegre em alerta de mais inundação.- Defesa Civil RS/Divulgação

“A mancha em vermelho representa prováveis áreas de risco sob influência da atual elevação do Guaíba. Nem todos os locais cobertos pela mancha serão atingidos da mesma forma. É preciso considerar a altura do terreno. Áreas mais altas não serão afetadas com a mesma intensidade do que as mais baixas. Quem mora em áreas mais baixas deve buscar abrigo em locais seguros, longe da zona vermelha do mapa”, informou o órgão gaúcho.

A Defesa Civil disponibiliza página na internet para a população verificar se está em área de risco e acrescenta que “não espere a água chegar, saia de casa com antecedência e vá para um local seguro. Proteja você e sua família”.

Chegou a 66 o número de pessoas mortas pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, de acordo com o último boletim da Defesa Civil divulgado às 09h deste domingo (5). Outros seis óbitos ainda estão em investigação e outras 155 pessoas estão feridas. Há ainda 101 pessoas desaparecidas. 

O número de mortes superou a última catástrofe ambiental do estado em setembro de 2023, quando 54 pessoas perderam a vida. As autoridades afirmam que esse é o pior desastre climático da história gaúcha.

As chuvas também obrigaram 95,7 mil pessoas a abandonarem suas casas, entre 80,5 mil desalojados e 15,1 mil desabrigados. Ao todo, as cheias afetaram 707,1 mil pessoas no estado. Dos 497 municípios gaúchos, 332 foram afetados pelas tempestades, o que representa 66% do total.

O governo do estado pede doações. Neste momento, os itens mais necessários são colchões, roupa de cama, roupa de banho, cobertores, água potável, ração animal e cestas básicas, preferencialmente fechadas para facilitar o transporte.

Também é possível se cadastrar pelo Whatsapp: número (61) 2034-4611. Um robô de atendimento fará a interação e o usuário poderá compartilhar a localização atual ou qualquer outra de interesse para receber as mensagens da Defesa Civil.


Fonte: Agência Brasil


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