Além do Brasil, Elon Musk (dono do X) tem sido uma figura polêmica em outros países — Bolívia, Venezuela e Estados Unidos, onde apoia abertamente Donald Trump —, recentemente, o empresário também se envolveu na crise de violência no Reino Unido
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Da redação da Rede Hoje
A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, anunciou neste sábado (17) o fechamento de seu escritório no Brasil. A decisão foi divulgada em uma publicação na própria plataforma, após o suposto descumprimento de uma determinação sigilosa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O serviço da rede social, entretanto, continuará disponível para os usuários no país.
Segundo o documento divulgado pela X, a empresa recusou-se a bloquear perfis e contas em meio a um inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga obstrução de investigações de organização criminosa e incitação ao crime. O suposto despacho de Moraes indicava que, devido à não conformidade, o ministro havia determinado a intimação pessoal do representante da X no Brasil. Contudo, os oficiais de Justiça não conseguiram localizar os responsáveis pela empresa.
No documento divulgado pela rede social, Moraes teria afirmado que a representante da X no Brasil agiu de má-fé, tentando evitar a intimação. Como resultado, o ministro teria ordenado a prisão da representante legal da empresa por desobediência à ordem judicial, além da aplicação de uma multa diária de R$ 20 mil.
Em resposta ao ocorrido, o setor de assuntos globais da X emitiu um comunicado afirmando que a decisão de encerrar as operações no Brasil foi tomada para garantir a segurança de sua equipe. "O serviço X continua disponível para a população do Brasil", acrescentou a empresa, ao mesmo tempo em que criticou o STF por não acatar seus recursos e afirmou que Moraes estaria "ameaçando" sua equipe.
O fundador e proprietário da X, Elon Musk, também se pronunciou sobre o fechamento do escritório no Brasil, declarando que a decisão foi difícil, mas necessária. "Se tivéssemos concordado com as exigências de censura secreta (ilegal) e entrega de informações privadas de Alexandre de Moraes, não haveria como explicar nossas ações sem ficarmos envergonhados", comentou Musk.
O empresário tem se destacado por sua postura militante em várias partes do mundo, incluindo críticas ao Judiciário brasileiro. Em abril deste ano, Musk acusou Moraes de "censura" em relação aos conteúdos da plataforma. Especialistas acreditam que suas ações podem estar relacionadas a uma estratégia da extrema-direita global para dificultar investigações sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 no Brasil.
Além do Brasil, Musk tem sido uma figura polêmica em outros países, como Bolívia, Venezuela e Estados Unidos, onde apoia abertamente Donald Trump. Recentemente, o empresário também se envolveu na crise de violência no Reino Unido, onde comentou que uma "guerra civil é inevitável", após grupos de extrema-direita atacarem imigrantes nas ruas. A rede X tem sido acusada de promover conteúdos anti-imigrantes, alimentando tensões em várias regiões.
Fonte: Agência Brasil