Os dados são do Atlas da Violência 2024, elaborado pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do Rio Grande do Sul (Abramet/RS), e indicam a gravidade da insegurança no trânsito
Crédito foto: arquivo Rede Hoje | CBMMG
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica as mortes no trânsito como uma crise de saúde pública global, e não meros "acidentes"
Da redação da Rede Hoje
O trânsito no Brasil continua sendo uma das principais causas de mortes evitáveis, superando até mesmo os homicídios por armas de fogo em 13 estados e no Distrito Federal. De acordo com o levantamento, em 2022 foram registradas 34.892 mortes no trânsito, enquanto os homicídios por armas de fogo somaram 33.580.
Os dados são do Atlas da Violência 2024, elaborado pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do Rio Grande do Sul (Abramet/RS) e indicam que a gravidade da insegurança no trânsito, deve ser tratada com a mesma urgência que o combate à violência armada.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica as mortes no trânsito como uma crise de saúde pública global, e não meros "acidentes". A resposta para essa crise inclui medidas de prevenção, como o controle rigoroso sobre o uso de substâncias psicoativas por motoristas, além de uma fiscalização mais eficiente.
O exame toxicológico é uma das ferramentas essenciais nesse processo. Conforme Pedro Serafim, presidente da Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox), o exame é capaz de identificar motoristas que dirigem sob o efeito de drogas, ajudando a retirá-los das estradas e prevenindo acidentes. Ele também desempenha um papel preventivo, atuando como um dissuasor para aqueles que consideram dirigir sob a influência de substâncias proibidas.
Desde que foi implementada uma política mais rigorosa de exames toxicológicos no Brasil, mais de 1,2 milhão de motoristas testaram positivo, e 350 mil foram afastados das estradas desde 2016. Essa medida tem contribuído diretamente para a redução de acidentes de trânsito, reforçando a importância de um controle contínuo.
Os motoristas das categorias C, D e E, que incluem condutores de veículos pesados, são obrigados a realizar exames toxicológicos a cada dois anos e seis meses. O não cumprimento dessa obrigação resulta em penalidades severas, como multas, perda de pontos na carteira de habilitação e suspensão do direito de dirigir.
Além disso, o exame toxicológico randômico, exigido por empresas sob o regime da CLT, tem ajudado a manter os motoristas profissionais em conformidade com a legislação, garantindo que estejam aptos para exercer sua função de maneira segura. Essa exigência, regulamentada pela Lei Federal nº 14.599/2023 e pela Portaria nº 612/2024, visa reduzir ainda mais o número de acidentes e preservar vidas nas estradas brasileiras.