O Governo Municipal enfrentou críticas que foram da remoção dos Flamboyants ao empréstimos para a obra, porem resolveu um problema de décadas

Foto: Rede Hoje

A obra foi testada na Avenida Dom José André Coimbra, onde o novo sistema de drenagem evitou alagamentos em áreas anteriormente afetadas

Da redação da Rede Hoje

A Secretaria Municipal de Obras Públicas realiza, nesta sexta-feira (29), às 18h, a cerimônia de entrega das obras de reconstrução das Avenidas Altino Guimarães, Dom José André Coimbra e João Furtado de Oliveira, em Patrocínio. O evento será realizado no cruzamento da Avenida Dom José André Coimbra com a Avenida Faria Pereira, marcando o fim de uma obra cercada por debates e controvérsias.

As obras foram viabilizadas por um empréstimo de R$ 35 milhões obtido pela Prefeitura junto ao Banco do Brasil, com autorização da Câmara Municipal e garantia da União. O valor será pago em um prazo de 10 anos. Desde o anúncio do projeto, a população mostrou-se dividida, com debates acalorados nas redes sociais e protestos liderados por setores contrários à iniciativa.

Um dos pontos mais polêmicos foi a remoção de árvores Flamboyant, substituídas posteriormente por Ipês. Segundo a administração municipal, a retirada foi essencial para garantir a escavação do solo e a segurança das obras. A escolha dos Ipês, conhecidos pela beleza e adaptação ao clima local, recebeu apoio de especialistas, mas gerou resistência de grupos que preferiam outras espécies, como palmeiras.

Empréstimo: R$ 35 milhões
Fotos: Ascom|PMP
As Avenidas Altino Guimarães, Dom José André Coimbra e João Furtado de Oliveira, em Patrocínio

Outro foco de controvérsia foi a transparência sobre o uso do empréstimo. Na Câmara Municipal, o vereador Paulo Roberto dos Santos, conhecido como Panxita, criticou a ausência de informações detalhadas no Portal da Transparência e levantou dúvidas sobre a destinação dos recursos. "A obra está sendo realizada por servidores municipais e com maquinários próprios. Onde estão os R$ 35 milhões aprovados?", questionou o vereador em reunião.

Panxita tentou, sem sucesso, aprovar um requerimento solicitando esclarecimentos do Executivo sobre os gastos da obra. A rejeição foi atribuída à base governista na Câmara, o que gerou novas críticas. Segundo o vereador, a judicialização do caso busca garantir respostas e esclarecer os gastos com materiais e serviços.

Problemas Históricos

Por outro lado, a Prefeitura defende a eficácia das obras, destacando a resolução de problemas históricos, como as enchentes recorrentes na Avenida João Furtado de Oliveira. Após a troca de tubulações e a instalação de novas galerias, os trechos revitalizados demonstraram eficiência durante as chuvas fortes de outubro de 2023, como afirmou Diéferson Pesão, da Secretaria de Obras – veja a reportagem da Rede Hoje na época.

A obra também foi testada na Avenida Dom José André Coimbra, onde o novo sistema de drenagem evitou alagamentos em áreas anteriormente afetadas. Segundo a Prefeitura, os resultados comprovam a relevância dos investimentos para a infraestrutura da cidade.

A polêmica, no entanto, ainda ecoa entre a população. Enquanto uma parte reconhece os benefícios das obras, outra cobra maior clareza sobre os gastos e questiona as prioridades do atual governo. Para alguns, o empréstimo representou um endividamento desnecessário, especialmente em um momento de transição de gestão.


Um dos pontos mais polêmicos foi a remoção das árvores Flamboynt, substituídas posteriormente por Ipês

Além disso, a cerimônia de entrega reflete os desafios enfrentados pelo prefeito Deiró Marra, que viu sua decisão enfrentar protestos e divisões políticas. A resistência inicial à remoção das árvores, somada às críticas sobre a aplicação dos recursos, evidencia a complexidade de conciliar demandas ambientais, urbanísticas e financeiras.

Com a entrega das obras, a administração municipal espera virar a página e focar nos benefícios trazidos pelas melhorias, enquanto opositores prometem continuar questionando o uso do dinheiro público. A judicialização do caso indica que a discussão sobre o empréstimo de R$ 35 milhões pode continuar mesmo após a conclusão das obras.


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