A cerimônia, que acontece hoje, no dia 2 de março, em Los Angeles, marca o retorno do Brasil à disputa pela cobiçada estatueta dourada após mais de duas décadas.


Lista das indicações foi divulgada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, nesta quinta-feira (23) (Divulgação / Abraplex)

Da Redação da Rede Hoje

O cinema brasileiro volta a brilhar na maior premiação do cinema mundial. "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles, foi indicado ao Oscar 2025 na categoria de "Melhor Filme Internacional". A cerimônia, que acontece hoje, dia 2 de março em Los Angeles, marca o retorno do Brasil à disputa pela cobiçada estatueta dourada após mais de duas décadas.

A última vez que um longa brasileiro concorreu nesta categoria foi em 1999, com "Central do Brasil", também dirigido por Walter Salles. Em 2004, "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, teve quatro indicações (direção, roteiro adaptado, montagem e fotografia), mas não levou prêmios. Agora, com "Ainda Estou Aqui", o Brasil volta a ter esperanças de uma conquista histórica.

A história de Eunice Paiva e um Brasil que resiste

O longa, inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva, retrata a vida de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar após ser preso, torturado e morto pelo regime. Eunice, interpretada por Fernanda Torres, se tornou advogada de direitos humanos e defensora da causa indígena enquanto criava seus cinco filhos sozinha. A narrativa emociona e resgata um dos momentos mais sombrios da história brasileira, gerando grande repercussão dentro e fora do país.

O reconhecimento internacional do filme foi ampliado com a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro na categoria de "Melhor Atriz". Emocionada, a artista dedicou o prêmio à sua mãe, Fernanda Montenegro, lenda viva do teatro e do cinema brasileiro.

A concorrência internacional e as polêmicas

Apesar do favoritismo de "Ainda Estou Aqui", o Oscar de 2025 também é marcado por polêmicas envolvendo "Emília Pérez", filme francês que lidera em indicações. A obra, ambientada no México, atraiu críticas por ter sido inteiramente gravada em Paris e contar com apenas uma atriz mexicana em papel secundário. Outro fator que levantou discussões foi a presença de uma estrategista de publicidade que também esteve por trás da polêmica campanha de "Shakespeare Apaixonado" em 1999, ano em que "Central do Brasil" perdeu o prêmio.

Além de "Emília Pérez", outros concorrentes de peso disputam a estatueta, como "The Zone of Interest" (Reino Unido) e "Perfect Days" (Japão), ambos muito bem recebidos pela crítica internacional.

O cinema nacional segue vivo e forte

O longa, inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva (Fernando Rabelo/Divulgação)

Independentemente do resultado, a presença de "Ainda Estou Aqui" no Oscar reforça a força e a relevância do cinema brasileiro. A produção da Globoplay, com suas três indicações, demonstra que o Brasil segue produzindo histórias impactantes e de alta qualidade, capazes de emocionar o mundo.

A expectativa é grande para a premiação, que será transmitida pela TV Globo e pelo g1 a partir das 21h (horário de Brasília), no domingo de Carnaval. O público também poderá acompanhar o react ao vivo pelo ICL, com especialistas comentando cada momento da noite que pode entrar para a história do cinema brasileiro. Hoje, dia 2 de março, todos os olhares estarão voltados para Hollywood, torcendo por "Ainda Estou Aqui" e pelo talento do Brasil nas telonas.+


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