
Conselho de Exportadores diz que medida poderá provocar inflação e aumento de preços para os consumidores dos EUA. Foto: Imagem de Jens por Pixabay
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) reagiu com preocupação à assinatura da ordem executiva pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última terça-feira (30), que confirma a taxação de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o café. A entidade informou que continuará negociando com seus pares norte-americanos, como a National Coffee Association (NCA), para tentar incluir o produto na lista de exceções da tarifa.
Segundo o Cecafé, a relação comercial entre os dois países é estratégica. O Brasil é responsável por mais de 30% do café consumido nos Estados Unidos, sendo seu principal fornecedor. Em contrapartida, os norte-americanos representam 16% das exportações brasileiras do produto, figurando como principal destino do café nacional.
Em nota assinada pelo presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, Márcio Ferreira, e pelo diretor-geral Marcos Matos, a entidade destacou que o impacto da nova tarifa poderá ser sentido diretamente pelos consumidores americanos, já que o aumento de preços deve ser repassado no varejo, gerando inflação.
O texto também sublinha a importância econômica do café para os próprios Estados Unidos. Segundo dados citados pelo Cecafé, a bebida é consumida por 76% da população americana e movimenta cerca de US$ 343 bilhões por ano, representando 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A indústria cafeeira norte-americana gera mais de 2,2 milhões de empregos e US$ 101 bilhões em salários, beneficiando todos os estados e comunidades locais.
"Entendemos que se faz necessária a revisão da decisão de taxar os cafés do Brasil", afirma a nota. O Cecafé argumenta que a inclusão do café brasileiro entre os produtos isentos da tarifa é essencial para manter a estabilidade de preços e preservar a relevância econômica e social da cadeia produtiva tanto no Brasil quanto nos EUA.
As negociações com entidades do setor nos Estados Unidos seguem em curso. O objetivo, segundo o Conselho, é evitar que o setor cafeeiro seja impactado por uma medida que pode afetar consumidores, exportadores e a economia como um todo em ambos os países.