Os fogos silenciosos oferecem uma alternativa encantadora e inclusiva para celebrar o Ano Novo sem causar transtornos, mas em Patrocínio isso ainda é um sonho
Crédito foto: Imagem de Gerd Altmann | Pixabay
A queima de fogos com estampidos no Ano Novo pode causar mais transtornos do que encantamento para pessoas e animais.
Da redação da Rede Hoje
Celebrar a chegada do novo ano é um momento de alegria e união, mas a tradicional queima de fogos de artifício com estampidos pode trazer mais transtornos do que encantamento para muitas pessoas e animais. Felizmente, há uma alternativa que preserva o brilho e a beleza da celebração: os fogos silenciosos.
Neste domingo (8/12), o canal da Rede Hoje mostra uma reportagem sobre o assunto e apresenta um vídeo impactante que revela como os estampidos dos fogos de artifício podem afetar profundamente pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e animais. Ele ilustra situações de desconforto extremo, crises de pânico e comportamentos de fuga, destacando a importância de repensarmos as celebrações para torná-las mais inclusivas e respeitosas.
Fogos de artifício sem estampidos
Os fogos de artifício sem estampidos oferecem um espetáculo de luzes deslumbrante, sem o barulho que causa sofrimento a grupos sensíveis. Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por exemplo, podem ter crises de pânico devido à hipersensibilidade a estímulos sonoros. Da mesma forma, idosos podem sofrer com estresse, ansiedade e até aumento da pressão arterial diante do barulho intenso.
Além disso, os animais de estimação sofrem com o som dos fogos. Muitos entram em pânico, tentam fugir e podem se perder ou se machucar gravemente. Bebês e crianças pequenas também têm seu descanso comprometido pelos ruídos, afetando o bem-estar de toda a família.
Cidades brasileiras estão aderindo à mudança, proibindo o uso de fogos com estampidos por causa dos danos ambientais e de saúde que causam. As legislações variam, mas a tendência é clara: cada vez mais lugares estão optando por alternativas silenciosas para promover uma celebração inclusiva e sustentável.
Adotar fogos silenciosos é um gesto de empatia e respeito, que torna o Réveillon especial para todos. Além de preservar a magia das luzes no céu, a escolha garante uma comemoração que considera o bem-estar de pessoas sensíveis, animais e o meio ambiente. Que tal começar o próximo ano iluminando o céu sem causar sofrimento? marca a chance de o clube conquistar um título internacional inédito e coroar sua recuperação após anos difíceis.
Especialista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) alerta para danos causados por rojões e indica cuidados nessa época do ano. Durante as festas de réveillon, é comum o uso de fogos de artifício para celebrar a chegada de mais um ano. Apesar de ser uma data de extrema comemoração, existem riscos que devem ser levados em consideração para que a saúde auditiva não seja prejudicada.
Patrocínio e os fogos de artifício: um passo para trás
Fotos: Rede Hoje | Arquivo|2023
O Projeto de Lei do vereador Odirlei Magalhães, que previa a proibição desses artefatos, foi aprovado por unanimidade em dois turnos na Câmara Municipal, mas vetado pelo prefeito Deiró Marra.
Enquanto diversas cidades avançam em legislações que restringem o uso de fogos de artifício com estampidos, Patrocínio parece ir na contramão dessa tendência. O Projeto de Lei do vereador Odirlei Magalhães, que previa a proibição desses artefatos, foi aprovado por unanimidade em dois turnos na Câmara Municipal, mas vetado pelo prefeito Deiró Marra. Em um movimento controverso, oito vereadores que haviam aprovado o projeto original, apoiaram o veto do prefeito e deram aval a uma nova lei, de autoria do Executivo, que é mais branda e mantém a possibilidade de uso de fogos barulhentos sob autorização dos órgãos municipais.
Odirlei Magalhães questionou a legalidade dessa manobra, alegando que o regimento interno da Câmara não permite a votação de matérias com teor semelhante antes que o projeto anterior seja concluído. Mesmo assim, a lei proposta pelo prefeito foi aprovada em fevereiro de 2023, prevalecendo sobre o texto do parlamentar. Para Magalhães, a nova lei não só é ineficaz como também representa um retrocesso, ao legalizar o uso de fogos com explosão. Ele destacou que isso prejudica ainda mais grupos vulneráveis, como idosos, autistas e protetores de animais, que haviam celebrado o avanço inicial.
Enquanto Patrocínio flexibiliza sua legislação, Belo Horizonte segue na direção oposta. Há um ano, a capital mineira regulamentou uma lei que proíbe fogos de artifício com barulho e estabelece multas severas para quem desrespeitar a norma. As penalidades variam de R$ 100 a R$ 20 mil, com valores triplicados em casos de reincidência. A medida abrange tanto eventos particulares quanto públicos, e permite apenas o uso de fogos de vista, que produzem apenas efeitos visuais.
A diferença de postura entre as cidades evidencia o contraste nas prioridades. Enquanto Belo Horizonte adota uma abordagem rigorosa em favor do bem-estar coletivo, Patrocínio opta por uma legislação que, segundo críticos, representa mais um retrocesso do que um avanço. Com a proximidade do Réveillon, a discussão sobre os fogos de artifício se intensifica, colocando em pauta a importância de políticas públicas que equilibrem celebração e responsabilidade social.
Veja o vídeo: