O clube espera resposta de dois empresáriosum local e um de fora - para disputar o Campeonato Mineiro deste ano
Fotos: arquivo


Diretoria do Patrocinense e representantes da torcida organizada Mancha Grená se reuniram nesta segunda

Da redação da Rede Hoje

Na noite dessa segunda-feira, o restaurante Traíras, em Patrocínio, foi palco de uma reunião reservada entre a diretoria do Atlético Patrocinense (CAP) e representantes da torcida organizada Mancha Grená. O objetivo do encontro foi proporcionar um panorama mais claro sobre a atual situação financeira e administrativa do clube. No entanto, as preocupações da torcida aumentaram, principalmente quanto à participação da equipe no Campeonato Mineiro do Módulo II de 2025. A sensação de desconfiança persiste, e a falta de uma solução definitiva para os problemas financeiros deixou os torcedores mais apreensivos.

Pelo menos uma coisa boa a Rede Hoje apurou: que o CAP tem uma pessoa para assumir a presidencia do clube. Fúlvio Eduardo Barbosa, gerente de uma cooperativa de crédito local, é o nome apontado para assumir o comando do Patrocinense, a pedido do ex-presidente e atual vice-prefeito, Maurício Cunha. Fúlvio, porém, deixou claro em conversa com a redação da Rede Hoje que não tem a intenção de assumir a presidência do clube, mas que não poderia recusar um pedido de um amigo tão próximo. “Não quero ser presidente, mas o CAP é meu time do coração. Maurício me pediu, e se for necessário, estarei à disposição”, afirmou.

Apesar de se mostrar disposto a ajudar, Fúlvio alertou que a efetivação de sua presidência dependeria das condições em que o clube firmaria novas parcerias. A lembrança dos problemas enfrentados no ano passado, quando o clube foi prejudicado por parceiros não idôneos, ainda pesa no clima de desconfiança. Durante a reunião, também foi discutido o fato de que a solução para o CAP pode estar em firmar uma parceria estratégica com um investidor. Fúlvio revelou que ele, Maurício Cunha e Adélio Furtado, diretor de futebol da Secretaria Municipal de Esportes, haviam tentado uma aproximação com um empresário de Araxá para assumir a SAF do clube, mas as negociações não avançaram.

O empresário de Araxá, segundo Fúlvio, deixou claro que só assumiria o clube caso não houvesse pendências financeiras a serem resolvidas. Ele estava disposto apenas a investir no futebol, mas os dirigentes do Patrocinense não aceitaram essa condição, o que fez com que a negociação fosse descartada. Essa tentativa frustrada foi mais um capítulo na longa busca do clube por soluções financeiras que permitam a sua recuperação e continuidade das atividades no Campeonato Mineiro.

Durante a reunião, Maurício Cunha, ex-presidente do clube, alertou os torcedores sobre a gravidade da situação financeira do CAP. De acordo com ele, o clube precisaria de um aporte financeiro mensal de R$ 100 mil para resolver as pendências financeiras e cumprir os compromissos com jogadores e funcionários. No entanto, ele destacou que essa quantia está fora da realidade do clube no momento, o que agrava ainda mais a situação.

Apesar dos desafios, Maurício Cunha se mostrou empenhado em encontrar soluções para a crise financeira do clube. Ele afirmou que o clube está trabalhando intensamente para resolver as pendências antes da próxima terça-feira, quando o Atlético Patrocinense participará de uma reunião do Conselho Técnico da Federação Mineira de Futebol. Durante o encontro, foi sugerido que o clube precisava, antes de tudo, "arrumar a casa", regularizando as dívidas e as pendências financeiras para garantir sua continuidade nas competições.

Outro aspecto discutido durante a reunião foi a possibilidade de o clube contar com investidores para ajudar a saldar as dívidas e possibilitar a sua participação no Campeonato Mineiro. Marcos Antônio Silva, o Marcão, conselheiro e ex-presidente do CAP, mencionou que a diretoria vem tentando resolver as pendências financeiras há meses, mas até agora sem sucesso. Ele revelou que, através de um modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), a ideia é encontrar um investidor que assuma a dívida trabalhista do clube e ajude a reerguer o time.

A dívida trabalhista, que inicialmente estava na ordem de R$ 2,3 milhões, foi reduzida para aproximadamente R$ 995 mil, uma diminuição significativa de 45%. Porém, mesmo com essa redução, a situação financeira do clube ainda é considerada crítica, e os dirigentes alertam que é necessário resolver as pendências imediatamente, caso contrário, o clube pode ser impedido de registrar novos jogadores e disputar o Campeonato Mineiro de 2025.

A solução pode estar, de fato, na implantação da SAF, um modelo que permitiria a entrada de novos investidores e a assunção da dívida do clube. No entanto, a implementação dessa estrutura exige um processo complexo e o tempo está contra o Patrocinense, já que o Campeonato Mineiro está prestes a começar. O clube aguarda respostas de empresários que possam assumir a responsabilidade financeira e viabilizar a participação da equipe nas competições deste ano.

A situação financeira do Atlético Patrocinense é um reflexo das dificuldades que muitos clubes do interior do Brasil enfrentam. Com orçamentos apertados e dívidas acumuladas, a sobrevivência das equipes depende de parcerias estratégicas e investimentos sólidos. No caso do CAP, o futuro do clube nos próximos meses está diretamente atrelado à resolução dessa crise financeira, que pode ser a chave para garantir a continuidade do time nas competições estaduais e, quem sabe, no futuro, possibilitar uma recuperação que leve o clube a brigar novamente por títulos.

A esperança dos torcedores e da diretoria agora repousa na resposta dos investidores que estão sendo sondados. Se não for possível viabilizar o capital necessário, o Atlético Patrocinense poderá enfrentar sérias dificuldades para manter suas atividades no futebol profissional, e sua participação no Campeonato Mineiro de 2025 ficará comprometida. A pressão é grande, e os próximos dias serão decisivos para o futuro do clube e a continuidade de sua trajetória no esporte.


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