Superintendente diz que sujeira chega às torneiras, especialmente nas áreas onde as tubulações antigas ainda não foram substituídas, agravando a situação.
Crédito:montagem | redes sociais
A água ainda chegando a muitos consumidores suja, imagens de quinta-feira à tarde
Da redação | Rede Hoje
“A qualidade da água foi comprometida pelo esvaziamento das redes antigas, cujos sedimentos acumulados ao longo dos anos são responsáveis pela sujeira que chega às torneiras, especialmente nas áreas onde as tubulações antigas ainda não foram substituídas, agravando a situação nesses locais”. Esta explicação foi dada à imprensa pelo o superintendente do Departamento de Água e Esgoto de Patrocínio (DAEPA), Ronaldo Correia de Lima.
Após mais de 24 horas do restabelecimento do abastecimento de água pelo Daepa, a situação pouco melhorou desde a interrupção ocorrida na quarta-feira (18) por volta das 17h. Mesmo com o retorno do fornecimento na manhã de quinta-feira (19), moradores de diversos bairros ainda enfrentam problemas, com a água chegando às torneiras turva e suja. Em alguns locais, como o Bairro Serra Negra, a água sequer voltou, segundo relatos de um morador em uma farmácia da cidade.
Os consumidores continuam reclamando da qualidade da água, que apresenta coloração barrenta e, em alguns casos, uma textura grudenta. Imagens e vídeos mostrando essas condições foram amplamente divulgados nas redes sociais e pela Rede Hoje, aumentando o descontentamento e a preocupação da população, que busca alternativas como a compra de água mineral ou o abastecimento em casas de parentes e amigos.
O Daepa explicou que a interrupção no abastecimento foi causada por problemas de energia elétrica fornecida pela Cemig, que afetaram a Estação Elevatória de Água Bruta do Córrego Feio e a Estação de Tratamento de Água. Segundo o superintendente do Daepa, Ronaldo Correia de Lima, uma oscilação de energia danificou o sistema de refrigeração dos painéis e os geradores, prolongando a interrupção.
Sobre a queda de energia que durou uma noite, Ronaldo Correia diz que “os geradores funcionam para emergências curtas, de 2 a 3 horas, não para 16 a 18 horas sem energia”. Crédito: reprodução Rede Hoje
Ronaldo detalhou que, quando a energia foi restaurada, os danos aos equipamentos dificultaram ainda mais a retomada do fornecimento. “Passamos a noite tentando resolver o problema”, relatou Ronaldo, destacando o empenho das equipes do Daepa em minimizar os transtornos para a população.
Rede antigas
A qualidade da água foi afetada pelo esvaziamento das redes antigas, que contêm sedimentos acumulados ao longo dos anos. Segundo Ronaldo, esses sedimentos são responsáveis pela sujeira na água que chega às torneiras, especialmente nas áreas onde as tubulações antigas ainda não foram substituídas, tornando a situação mais crítica nesses locais. Isso demanda a troca destas redes antigas, que de acordo com o Daepa, não há como trocá-las de uma vez.
Apesar do restabelecimento da energia na manhã de quinta-feira, o Daepa alertou que a normalização completa do abastecimento de água ainda pode levar algum tempo. Enquanto isso, a água pode continuar turva, e o Daepa orienta os moradores a terem cautela antes de consumi-la diretamente. A autarquia pediu compreensão e garantiu que está empenhada em resolver a situação o mais rapidamente possível.
Os geradores de emergência utilizados no período crítico têm capacidade limitada, conseguindo manter apenas 30 a 40 litros por segundo, enquanto a demanda habitual é de cerca de 400 litros por segundo. “Os geradores funcionam para emergências curtas, de 2 a 3 horas, não para 16 a 18 horas sem energia”, explicou Ronaldo, destacando a dificuldade de manter o sistema sob essas condições.
A situação trouxe à tona a necessidade de melhorias urgentes no sistema de abastecimento de água, reforçando o pedido do DAEPA para que a população economize água até que o serviço esteja completamente estabilizado. A autarquia também está avaliando medidas emergenciais para evitar novas falhas, principalmente em períodos de instabilidade elétrica.
Nas redes sociais, moradores afetados continuam expressando frustração e exigindo respostas mais claras e ações efetivas das autoridades. A falta de comunicação detalhada sobre os problemas enfrentados e o cronograma para o retorno completo do abastecimento tem gerado críticas e pedidos por maior transparência tanto do Daepa quanto da Cemig.
O Daepa reiterou seu compromisso com a população e afirmou que continuará monitorando a situação de perto, realizando ajustes necessários nas redes de distribuição para garantir a qualidade da água fornecida. A autarquia assegurou que todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para evitar novos transtornos e restabelecer o abastecimento adequado para todos os moradores de Patrocínio.