Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Crédito foto: divulgação PF

Da redação da Rede Hoje

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, por tentativa de golpe de Estado.

Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Confira a lista de indiciados:

1. Ailton Gonçalves Moraes Barros

2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva

3. Alexandre Rodrigues Ramagem (deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência – Abin e delegado da Polícia Federal)

4. Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha)

5. Amauri Feres Saad (advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como "mentor intelectual" da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres)

6. Anderson Gustavo Torres (ex-ministro da Justiça)

7. Anderson Lima de Moura

8. Angelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército que ocupou cargo de direção no Ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello)

9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército)

10. Bernardo Romão Correa Netto

11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

12. Carlos Giovani Delevati Pasini

13. Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres)

14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército)

15. Fabrício Moreira de Bastos

16. Filipe Garcia Martins

17. Fernando Cerimedo

18. Giancarlo Gomes Rodrigues

19. Guilherme Marques de Almeida

20. Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel do Exército, identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid)

21. Jair Messias Bolsonaro (ex-presidente da República, ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército)

22. José Eduardo de Oliveira e Silva

23. Laercio Vergililo

24. Marcelo Bormevet

25. Marcelo Costa Câmara

26. Mario Fernandes (ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general da reserva e homem de confiança de Bolsonaro)

27. Mauro Cesar Barbosa Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel do Exército, afastado das funções na instituição)

28. Nilton Diniz Rodrigues

29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (ex-comandante do Exército)

31. Rafael Martins de Oliveira (major e integrante do grupo 'kids pretos')

32. Ronald Ferreira de Araujo Junior

33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros

34. Tércio Arnaud Tomaz (ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio")

35. Valdemar Costa Neto (presidente do PL, partido pelo qual Jair Bolsonaro e Braga Netto disputaram as eleições de 2022)

36. Walter Souza Braga Netto (ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022, general da reserva do Exército)

37. Wladimir Matos Soares

O indiciamento indica que a PF obteve evidências suficientes para considerar que Bolsonaro, Braga Netto e Cid estavam envolvidos na tentativa de golpe que buscava derrubar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

Próximos passos

O relatório com os indiciamentos foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) por meio do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro relator, Alexandre de Moraes, deverá enviar o material à PGR para análise. Caso a PGR considere que há elementos suficientes, será oferecida uma denúncia à Justiça. A denúncia só levará à formação de réus se for acolhida pelo STF.

Na investigação

A investigação da PF apura a tentativa de golpe de Estado e outras ações que ameaçaram a estabilidade do país entre 2022 e 2023, após a eleição de Lula, e segue até a posse deste no cargo. A investigação inclui discursos de figuras proeminentes do governo Bolsonaro, que buscavam descreditar as urnas eletrônicas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de documentos como as "minutas do golpe" encontradas na casa de Anderson Torres, no celular de Mauro Cid e na sede do PL em Brasília. O plano, também revelado pela operação Contragolpe, chegou a prever o assassinato de autoridades.

Os eventos de 8 de janeiro de 2023, relacionados à tentativa de derrubar Lula da Presidência, estão sendo investigados em um inquérito separado.


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