Audiências com Bolsonaro, Braga Netto, Anderson Torres e outros seis acusados encerram fase crucial da Ação Penal 2668 no Supremo


Sala da Primeira Turma do STF durante os interrogatórios dos réus da tentativa de golpe – Foto: Antonio Augusto/STF

Da Redação da Rede Hoje

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta terça-feira (10) os interrogatórios dos oito réus do chamado Núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado, investigada na Ação Penal 2668. Esta etapa foi marcada pelos depoimentos de nomes centrais do governo anterior, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro e os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.

Durante a manhã, prestaram depoimento o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. À tarde, foi a vez de Bolsonaro, Nogueira e, por último, Braga Netto — este último prestou esclarecimentos por videoconferência, pois encontra-se preso.

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro foi interrogado na tarde desta terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF). Réu na Ação Penal (AP) 2668, que apura a tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023, Bolsonaro foi o sexto dos oito integrantes do chamado Núcleo 1 a ser ouvido. 

Ele respondeu às perguntas do relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, do ministro Luiz Fux e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação. Durante o interrogatório, o ex-presidente estava acompanhado dos advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno.

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O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e réu na Ação Penal (AP) 2668, foi o sétimo réu do Núcleo 1 na tentativa de ruptura institucional a ser ouvido, ele respondeu às perguntas do relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, do ministro Luiz Fux e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação. O general estava acompanhado do advogado Andrew Fernandes Farias.

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O ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto e réu na Ação Penal (AP) 2668, que apura a tentativa de golpe de Estado . Ele foi o último réu do Núcleo 1 na tentativa de ruptura institucional a ser ouvido. Como está preso, seu interrogatório foi realizado por videoconferência. Braga Netto estava acompanhado dos advogados José Luis Mendes e Rodrigo Nascimento Dall Acqua.

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Com o encerramento das oitivas, as audiências previstas para os dias seguintes foram canceladas. Agora, as partes têm cinco dias para apresentar eventuais esclarecimentos ou requerer diligências complementares. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, também revogou a medida cautelar que proibia contato entre os réus.

As audiências foram conduzidas por Moraes, com participação do ministro Luiz Fux, da Primeira Turma, e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsável pela acusação. Os advogados de defesa também puderam fazer questionamentos após os membros da Corte.

Na segunda-feira (9), foram ouvidos o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No caso de Ramagem, os fatos relacionados ao período posterior à sua posse como deputado, em 2023, só serão investigados ao término do mandato parlamentar.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Núcleo 1 é considerado estratégico no planejamento e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ao todo, a denúncia envolve 32 acusados, organizados em três núcleos, conforme a função desempenhada no suposto esquema.

Os crimes atribuídos ao grupo incluem tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. A fase de interrogatórios marca o avanço no processo que pode resultar em condenações históricas no cenário político brasileiro.


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