Vice-presidente afirma que foco está em negociações institucionais; tarifa entra em vigor no próximo dia 1º

Geraldo Alckmin durante cerimônia em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A poucos dias da entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou nesta segunda-feira (28) que o Brasil está mantendo conversações com o governo norte-americano. Segundo ele, o diálogo ocorre com “reserva” e dentro dos canais institucionais.
As novas tarifas passam a valer em 1º de agosto e podem afetar diretamente setores exportadores. O governo brasileiro trabalha na elaboração de um plano de contingência para mitigar os impactos da medida.
“Nós estamos permanentemente no diálogo e quero dizer a vocês que nós estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com reserva”, disse Alckmin após o lançamento do Programa Acredita Exportação, em Brasília.
O vice-presidente não deu detalhes sobre as negociações em andamento nem especificou quais setores podem ser beneficiados pelo plano de contingência. Ele afirmou apenas que o plano está “sendo elaborado, bastante completo, bem feito”.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia anunciado que o plano de socorro seria apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana. Entre as medidas em análise estão linhas de crédito para empresas exportadoras atingidas pela taxação.
Durante o evento desta segunda-feira, também foi sancionado o Programa Acredita Exportação. A medida, prevista para entrar em vigor na mesma data da nova tarifa dos EUA, prevê o ressarcimento de até 3% das receitas com exportações para micro e pequenas empresas.
O benefício poderá ser concedido por meio de crédito direto ou compensação de tributos federais pagos anteriormente na cadeia produtiva.
Segundo Alckmin, o programa busca fortalecer a presença internacional das pequenas empresas e está alinhado à política de incentivo ao multilateralismo defendida pelo governo federal.
Fonte: Agência Brasil