
Equipes da Cemig atuam na remoção de cabos irregulares instalados em postes — Foto: Cemig / Divulgação
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) realizou, no primeiro semestre de 2025, a retirada de cabos de telecomunicações instalados irregularmente em postes da rede elétrica no município de Patrocínio, MG. A ação faz parte de uma força-tarefa em todo o estado, que já resultou na remoção de 16,2 toneladas de fiação em 66 cidades mineiras.
Em Patrocínio, a operação da Cemig teve como foco a remoção de cabos obsoletos e irregulares de empresas de internet, TV a cabo e telefonia, que estavam instalados sem autorização ou contrato de compartilhamento com a concessionária. A companhia afirma que essas instalações clandestinas podem representar riscos à segurança da população e comprometer a estrutura dos postes.
Segundo a Cemig, mais de 46 mil postes foram vistoriados em Minas Gerais entre janeiro e junho de 2025. Ao todo, 45 empresas foram flagradas utilizando a infraestrutura de forma irregular, e 17 mil notificações foram emitidas para que realizassem a adequação da rede. Esse número representa um aumento de 30,5% em relação a todo o ano de 2024.
Além de Patrocínio, a fiscalização também passou recentemente por cidades como Ribeirão das Neves, Sete Lagoas, Ipatinga, Itabira, Nanuque, Unaí, Janaúba, Paraguaçu, Cambuquira e Conselheiro Lafaiete. Nesta semana, a Cemig executa ações de retirada de cabos na capital, Belo Horizonte.
A gerente de Eficiência Energética e Receitas Acessórias da Cemig, Amanda Mascarenhas, afirma que o trabalho também inclui notificações e ações educativas. “A Cemig tem reforçado a notificação das empresas que operam de forma irregular e trabalhado em conjunto com os municípios para promover a conscientização sobre os riscos e a necessidade de regularização.”
A Cemig mantém um censo permanente sobre a ocupação dos postes. Já foram vistoriados cerca de 2,3 milhões de estruturas em 774 municípios do estado. O levantamento identificou mais de 900 empresas atuando sem contrato, sem projeto técnico e de forma irregular, segundo a companhia.
De acordo com a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o compartilhamento dos postes entre distribuidoras de energia e empresas de telecomunicações é permitido, desde que haja contrato e obediência a critérios técnicos. Parte da receita gerada com esse serviço — 60% — é usada para reduzir o valor das contas de energia.
Os cabos da rede elétrica ficam instalados na parte superior dos postes. Já os de telecomunicações devem ocupar a parte inferior, logo abaixo da iluminação pública. A Cemig reforça que as irregularidades estão concentradas nessa faixa inferior e que a fiscalização seguirá nos próximos meses em várias regiões de Minas Gerais.