Um projeto de lei, do deputado federal do Rio de Janeiro, Alessandro Molon, vai colocar o nome de Antonieta de Barros (1901-1952) ao lado de Tiradentes




A educadora foi a primeira mulher negra eleita no país.(Foto: Memorial Antonieta da Barros/Reprodução)

Da Redação da Rede Hoje

Dia do Professor, celebrado nacionalmente em 15 de outubro, é o resultado da luta de uma mulher, filha de ex-escravos, que acreditava que a educação era o caminho para o futuro. Antonieta de Barros (1901-1952), a primeira mulher negra a ser eleita no país, instituiu o marco para que os educadores passassem a ser vistos como importantes agentes de mudanças na sociedade

Ela criou em 12 de outubro de 1948, o Dia do Professor e o feriado escolar em Santa Catarina, através da Lei nº 145. Vinte anos depois, em outubro de 1963, o então presidente João Goulart tornou a lei nacional.

Em 1934, Antonieta foi eleita a primeira mulher negra na política. Ela foi deputada estadual de Santa Catarina e sempre levantava a bandeira política do fácil acesso à educação. Para chegar até a Assembleia Legislativa, Antonieta travou uma história de rompimento de barreiras racial, de gênero e de classe.

HEROÍNA DA PÁTRIA. O nome de Antonieta de Barros está prestes a entrar no livro de heróis e heroínas da Pátria, segundo informa o site catarinense ND+. O site diz que o projeto de lei é de Alessandro Molon (PSB-RJ), deputado federal do Rio de Janeiro que coloca o nome da jornalista ao lado de Tiradentes e Zumbi dos Palmares.

O nome de Antonieta de Barros deve ser conhecido por todos. Sua história de luta pela educação e contra a discriminação deve ser lembrada como inspiração pelos brasileiros”, diz Molon.

Mantido dentro do Panteão da Pátria, o livro dos heróis e heroínas da Pátria foi inaugurado em 7 de setembro de 1989 e homenageia pessoas que tiveram o papel fundamental na construção do país.

Feito de aço, ele carrega grandes nomes brasileiros e, agora, pode incluir Antonieta de Barros entre eles. “Vamos fazer esse projeto avançar; está agora na Comissão de Constituição e Justiça para ser votado”, explica o parlamentar. A lei deve entrar em vigor assim que for aprovada.

Para o deputado, o nome de Antonieta de Barros deve ser lembrado, principalmente, todos os anos no dia dos professores.

O 15 de outubro é data comemorativa que busca enaltecer nossos heróis cujo poder é transformar cidadãos através da educação. Alfabetizada tardiamente, Antonieta de Barros formou-se professora e dedicou a vida a combater o analfabetismo de adultos carentes, na crença de que a educação era a única arma capaz de libertar os desfavorecidos da servidão”, escreveu o deputado na justificativa do projeto.

Conheça Antonieta de Barros

Em 1934, Antonieta foi eleita a primeira mulher negra na política. Ela foi deputada estadual de Santa Catarina e sempre levantava a bandeira política do fácil acesso à educação.

Sua trajetória na política foi marcada pela ampliação do acesso ao ensino superior por alunos carentes, mediante bolsas de estudos. Foi ela a autora da primeira lei que criou o dia do professor e o feriado escolar no dia 15 de outubro. O dia passou a integrar o calendário escolar nacional, 20 anos depois da criação da lei catarinense.

Natural de Florianópolis, Antonieta é exemplo de luta por todo o país. “Acreditamos que Antonieta de Barros deva ser conhecida por cada criança que homenageia seus professores no dia 15 de outubro. Por cada mulher que exerce seu direito ao voto e disputa vagas nas eleições. E por fim, por cada brasileiro que sai às ruas indignado com os preconceitos de cor, classe e gênero”, escreveu o deputado em nota.

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