Vem minha flanada pela cidade no dia de hoje, alguns passos na Avenida Dr. Walter Pereira Nunes e me deparo com essa cena: três - que não sei se os chamo de cavaleiros ou boiadeiros, pois passam montados em bois. Possivelmente, indo para a Fenicopa. Quando vi, casquei fora, limpei o beco, sai da frente. Até onde sei boi é boi, cavalo é cavalo… Ou não é mais?


O mundo não é mais o mesmo. Muitas mudanças. Algumas para melhor. Algumas para pior.

Sobre isto tenho comigo um princípio, não entro em qualquer tretinha, não discuto qualquer bobagem. Senão se fica chato. Moralista. Por mim, não se pode mexer nos pilares da humanidade. Deus, família, democracia e respeito pela Vida no Planeta.
Essa de montar em bois, embora ache, inusitado, deixo quieto. Só não me peça para montar. É não e pronto!

Em minha caminhada, precisava de um lugar que me aquietasse a mente.
Meus pés me levaram à Praça Santa Luzia.

O vento tenta roubar a cena. Pensa que é o dono da praça. Agita a cabeleireira verde das palmeiras. Ele suja a praça; ele mesmo a limpa. Pra se ter uma ideia trouxe algumas páginas do Jornal da Igreja Universal e colou ao lado da imagem do Padre Eustáquio. Achei aquilo tão ecumênico. Vi ali, do meu lado uma sabedoria espiritual profunda. O vento, pos juntos o Santo Padre e o Bispo aos pés de um só Deus.

Um pombo voa e pousa no cine Patrocínio e de lá assiste ao momento da praça.
Quinze para as nove. Advinha quem sobe primeiramente a escada da igreja: Um cachorro caramelo.

Vento continua seu espetáculo, traz pra perto de mim copos descartáveis, saquinhos plásticos e até uma latinha de Skol, mas, não tenho olhos para as estrepolias do vento.
Muitos casais sobem as escadas da igreja de mãos dadas com as crianças.
A senhora retira o celular da bolsa e o desliga, antes de entrar na Igreja.
O jovem para fotografa s igreja, posta nas redes sociais, sobe a escada e entra.
Um senhor têm dificuldade de subir a rampa da igreja, mas é pacientemente, ajudado pela esposa.

Um bêbado, para de frente a igreja, mas não entra, se assenta ao meu lado, fala no celular, levanta e sai por aí.

De repente, um pai caminha pela praça com uma criancinha de shortinho rosa. Ela sobe as escadas e para diante do cachorro caramelo. O pai entra na igreja, chama a criancinha, mas ela está encantada com o cachorro caramelo, que, ergue a cabeça e também observa a criança. A cena durou alguns minutos, mas encheu de ternura a praça.

Agora o Padre, recebe os fiéis na porta da igreja, muitos idosos e crianças lhe abraçam, diz algumas palavras e vão procurar o melhor lugar.
Outro cachorro, também caramelo, chega e entra na igreja, logo um cachorrinho preto, se junta a eles.

Os sinos badalam nove vezes. muita gente apressa o passo. A missa das nove, já vai começar.” Deixe a luz do Céu entrar, deixa a luz do Céu entrar” música do hinário Cantor Cristão da Igreja Batista. Deus não é um só, segundo o próprio vento demonstrou ali na praça.

Igreja cheia ( qualquer igreja) cadeia vazia, por exemplo.
Um pombo levantou voo, também precisava ir, mas era mais a mesma pessoa. Era um ser humano melhor.

O mundo continuará nos surpreendendo com suas mudanças e esquisitices, ( tipo, pessoas amontadas em boi) mas ao ver uma criancinha encantada com um cachorro na porta da Igreja Santa Luzia, sei que preciso muito ser um Ser Humano melhor... Falta muito, mas cenas como estas me lapidam..

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