Com pouco apoio político, ele vê manifestação menor que o esperado em SP ser esvaziada de grandes nomes
Ato pró-Bolsonaro, que ocupou cerca de quatro quarteirões da Avenida Paulista, indicando uma presença de público menor do que a esperada pelos apoiadores do ex-presidente. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Da redação da Rede Hoje
No domingo, dia 25, durante um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), fez um apelo para que o Brasil deixasse para trás os acontecimentos recentes, referindo-se à tentativa de golpe de Estado ocorrida em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Ele solicitou ao Congresso Nacional a elaboração de um projeto de lei que pudesse conceder anistia aos envolvidos no episódio.
Bolsonaro expressou sua busca pela pacificação e pelo esquecimento do passado conturbado, visando uma convivência pacífica e livre de sobressaltos. Ele enfatizou a necessidade de anistiar os indivíduos que estão detidos em Brasília, chamando-os de "pobres coitados", e expressou preocupação com as crianças que poderiam ficar órfãs de pais vivos devido às prisões.
O ex-presidente persistiu no tema, mencionando que o Brasil já havia concedido anistia a pessoas que cometeram atrocidades no passado, sem especificar a que período histórico se referia. Ele provavelmente aludia à lei de 1979 que anistiou os agentes do Estado envolvidos na ditadura militar e que cometeram crimes durante aquele período.
As declarações foram feitas durante um ato pró-Bolsonaro, que ocupou cerca de quatro quarteirões da Avenida Paulista, indicando uma presença de público menor do que a esperada pelos apoiadores do ex-presidente.
O cientista político Rudá Ricci observou que, embora o público presente tenha ficado aquém das expectativas dos bolsonaristas, o evento ainda representou uma demonstração de força. Ele também notou que o discurso de Bolsonaro foi ofuscado pelas declarações sem provas do pastor Silas Malafaia, que sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia da tentativa de golpe de 8 de janeiro.
Malafaia questionou a rápida saída de Lula de Brasília e sua ida para Araraquara, insinuando que o ex-presidente teria sido informado sobre os eventos futuros. Ricci criticou as declarações de Malafaia, considerando-as prejudiciais e sem fundamento, e questionou o motivo pelo qual um líder religioso se exporia dessa maneira, sugerindo que Malafaia poderia estar buscando publicidade ou mesmo uma prisão simbólica.
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu Bolsonaro na lista de investigados pelos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, alegando que suas reações nas redes sociais teriam inflamado os golpistas.
Chamou atenção a rápida participação de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, no evento. Ele discursou por apenas 20 segundos e deixou o local antes da chegada de Bolsonaro, evitando uma foto conjunta. Costa Neto foi o único presidente de partido presente na manifestação, e nenhum outro partido enviou representantes para apoiar Bolsonaro.
De acordo com informações da CNN, Costa Neto recebeu orientações para evitar temas polêmicos e manter distância de Bolsonaro durante o evento, optando por uma rápida passagem por São Paulo.
Com informações do Brasil de Fato