A metodologia define insegurança alimentar severa como a falta de acesso a alimentos a ponto de uma pessoa passar um dia inteiro ou mais sem comer



Prato cheio em cozinha solidária de Sol Nascente, no Distrito Federal, abastecida com hortaliças e verduras do Programa de Aquisição de Alimentos: um dos elos do esforço do Governo Federal no combate à fome
. Foto: Estevam Costa/PR

Da redação da Rede Hoje

A edição de 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024) foi apresentada no Rio de Janeiro em 24 de julho. Este relatório revelou uma queda significativa de 85% na insegurança alimentar severa no Brasil durante o ano de 2023. Este dado reflete o impacto positivo das políticas implementadas para combater a fome no país.

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, destacou os números impressionantes, afirmando que 14,7 milhões de brasileiros foram retirados da condição de insegurança alimentar severa. Segundo o ministro, a redução da fome é um indicativo claro de que o Brasil está no caminho certo para erradicar a fome e garantir a segurança alimentar de sua população.

Os números absolutos são impressionantes. A insegurança alimentar severa, que afetava 17,2 milhões de brasileiros em 2022, foi reduzida para 2,5 milhões em 2023. Percentualmente, isso representa uma queda de 8% para apenas 1,2% da população, um progresso significativo em um período relativamente curto.

A metodologia da FAO define a insegurança alimentar severa como a falta de acesso a alimentos a ponto de uma pessoa passar um dia inteiro ou mais sem comer. Esta forma extrema de fome causa graves prejuízos à saúde física e mental, especialmente nas crianças, afetando seu desenvolvimento e capacidades cognitivas.

O relatório SOFI é produzido anualmente por agências da ONU, como FAO, FIDA, UNICEF, PMA e OMS. Ele é amplamente conhecido como o "Mapa da Fome". Este ano, o lançamento do relatório coincidiu com a Reunião Ministerial da Força Tarefa do G20, que discute a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Os avanços do Brasil no combate à fome são notáveis. A insegurança alimentar severa caiu de 8,5% para 6,6% entre os triênios de 2020-2022 e 2021-2023, respectivamente. Em termos absolutos, quatro milhões de brasileiros deixaram de sofrer de insegurança alimentar severa entre esses períodos.

Apesar dos avanços, o Brasil ainda precisa lidar com os impactos de anos anteriores. O país saiu do "Mapa da Fome" em 2014, mas voltou a figurar nele entre 2019 e 2022, devido ao aumento da pobreza e da insegurança alimentar. O relatório de 2023, no entanto, mostra uma tendência de recuperação e avanços significativos.

Outro indicador importante do SOFI é a prevalência da subnutrição (PoU), que considera fatores macroeconômicos como produção e distribuição de alimentos em relação à renda. Em 2023, a prevalência da subnutrição no Brasil caiu de 4,2% para 2,8%, retirando três milhões de pessoas da condição de subnutrição crônica.

A média trienal do relatório SOFI mostra uma diminuição da prevalência da subnutrição de 4,2% no triênio 2020-22 para 3,9% no triênio 2021-23. Este indicador ainda é influenciado pelos altos índices de 2021 e 2022, mas a tendência de queda é clara e promissora.

Por fim, Wellington Dias destacou a confiança de que o Brasil sairá novamente do "Mapa da Fome" no triênio 2023-2025. O progresso significativo em 2023 e as políticas em curso aumentam a esperança de alcançar uma média trienal abaixo de 2,5%, estabelecendo um novo recorde mundial na luta contra a fome.


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