Município se destaca no cenário estadual, enquanto Minas comemora recordes na safra e consolida qualidade e sustentabilidade na cotonicultura
Minas Gerais se consolida como referência na produção de algodão, com qualidade superior em comprimento, finura e resistência da fibra. Fotos: Divulgação Seapa
Da redação da Rede Hoje
No ano em que o Brasil se torna o maior produtor de algodão do mundo, superando os Estados Unidos, Minas Gerais celebra os avanços do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas). Criado em 2003 por meio de uma parceria entre a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e sindicatos, o programa tem transformado a cotonicultura em um investimento rentável para agricultores e indústrias.
Em Patrocínio, o cultivo de algodão ganha destaque, com o município ocupando a 10ª posição no ranking estadual, segundo dados do Balanço Socioeconômico baseado em fontes como IBGE e Fundação João Pinheiro, divulgado em agosto de 2024, na “Primeira Coluna” de Eustáquio Amaral, na Rede Hoje.
Minas Gerais se consolida como referência na produção de algodão, com qualidade superior em comprimento, finura e resistência da fibra. A safra 2024/2025 deve bater recordes, com previsão de 190,2 mil toneladas de algodão em caroço e 78 mil toneladas em pluma, segundo a Conab. O estado deve se tornar o terceiro maior produtor nacional. O secretário de Agricultura, Thales Fernandes, atribui o crescimento à adoção de práticas que aumentam a produtividade, ao investimento em melhoramento de sementes e à otimização de recursos.
O Proalminas recebeu R$ 12,8 milhões em investimentos do Governo de Minas entre 2019 e 2024, recursos destinados a pesquisas, controle de pragas, capacitação de técnicos e desenvolvimento de tecnologias. No Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, regiões que enfrentaram crises na década de 90 devido a pragas e doenças, o programa trouxe tecnologias de irrigação, combate a enfermidades e suporte contínuo, elevando a produtividade e a competitividade dos agricultores familiares.
A sustentabilidade é outro pilar do Proalminas. Mais de 70% do algodão produzido em Minas possui certificações ABR (Algodão Brasileiro Responsável) e BCI (Better Cotton Initiative), que garantem rastreabilidade, cumprimento de legislações trabalhistas e controle do uso de recursos hídricos e emissões de CO2. Em 2023, a Amipa registrou uma redução de 120 mil litros no uso de insumos químicos por safra, graças ao uso de inimigos naturais do Bicudo-do-Algodoeiro, como insetos predadores e parasitários.
Com foco no mercado interno, os produtores mineiros têm encontrado condições atrativas para comercializar o algodão, com um ágio de 7,85% garantido pelo programa. Além disso, a indústria têxtil se compromete a consumir 100% da produção, oferecendo segurança aos agricultores. O sucesso do Proalminas consolida Minas Gerais como um expoente na produção de algodão, aliando qualidade, sustentabilidade e inovação, com Patrocínio ocupando um lugar de destaque nesse cenário.
Reportagem baseada em texto da Jornalista Janaina Rochido da Seapa-MG