O Cruzeiro perdeu para o Racing por 3 a 1 na final da Sul-Americana, após um início desastroso com dois gols sofridos antes dos 20 minutos de jogo e reação no segundo tempo, mas não conseguiu evitar ver adiado o sonho do título continental.
Crédito fotos: Flickr |Cruzeiro
A final, disputada no estádio Nueva Olla, foi marcada por um início desastroso da equipe mineira
Da redação da Rede Hoje
O Cruzeiro chegou muito perto de conquistar o título inédito da Copa Sul-Americana, mas acabou derrotado pelo Racing, da Argentina, por 3 a 1, em Assunção, Paraguai. A final, disputada no estádio Nueva Olla, foi marcada por um início desastroso da equipe mineira, que sofreu dois gols antes dos 20 minutos de jogo. Apesar da reação no segundo tempo e de um gol de Kaio Jorge, a Raposa não conseguiu evitar a derrota e viu o sonho continental ser adiado.
O início da partida foi dramático para o Cruzeiro. Logo aos dois minutos, o Racing balançou as redes, mas o gol foi anulado pelo VAR. A equipe argentina, no entanto, manteve a pressão e abriu o placar aos 14 minutos com Martirena, que encobriu o goleiro Cássio com um chute espetacular. Pouco depois, Adrián Martínez ampliou a vantagem, aproveitando mais um erro defensivo do time celeste. A desorganização defensiva obrigou Fernando Diniz a substituir Walace antes do intervalo, colocando Lucas Silva em campo.
No segundo tempo, o Cruzeiro voltou com uma postura mais agressiva e conseguiu diminuir o placar logo aos seis minutos. Em jogada individual de Matheus Henrique, a bola chegou a Kaio Jorge, que precisou de duas tentativas para marcar. O gol incendiou a torcida celeste presente no estádio, mas o Racing conseguiu se fechar bem e evitou o empate. No final da partida, um contra-ataque mortal selou a vitória argentina com Roger Martínez marcando o terceiro gol.
A torcida foi um espetáculo à parte. Cerca de 12 mil cruzeirenses viajaram para Assunção, mas foram superados em número pelos 30 mil hinchas do Racing, que dominaram as arquibancadas com cânticos ensurdecedores. Apesar da decepção, os torcedores celestes tentaram apoiar o time até o fim, principalmente após o gol de Kaio Jorge, mas o terceiro gol argentino esfriou o entusiasmo, e muitos começaram a deixar o estádio antes do apito final.
Após o jogo, o técnico Fernando Diniz reconheceu os erros coletivos da equipe e afirmou que as falhas nos primeiros minutos foram determinantes para o resultado. “Não fomos pegos de surpresa. Sabíamos como o Racing jogava, mas erramos onde não podíamos errar”, lamentou. Diniz também elogiou a postura do time no segundo tempo e pediu foco total no Campeonato Brasileiro, onde o Cruzeiro ainda luta por uma vaga na próxima Copa Libertadores.
Do ponto de vista financeiro, a campanha na Sul-Americana foi positiva. O Cruzeiro arrecadou R$ 30,4 milhões em prêmios ao longo da competição, mas deixou de embolsar R$ 34,2 milhões adicionais que seriam pagos ao campeão. Mesmo com a derrota, o valor representa um reforço importante para o clube, que está em reconstrução após anos difíceis e o rebaixamento em 2019.
Matheus Pereira, um dos pilares do time, teve uma atuação abaixo do esperado na final. Apesar de participar da jogada do gol celeste, o camisa 10 teve dificuldades para criar chances claras e perdeu muitas posses de bola. Ao final da partida, o jogador deixou o campo emocionado, refletindo o sentimento de frustração de toda a equipe.
A derrota também marcou o fim de um tabu para o Racing, que não conquistava um título continental desde 1988, quando venceu a Supercopa dos Campeões da Libertadores, curiosamente contra o próprio Cruzeiro. Além da taça, o time argentino garantiu vaga na fase de grupos da Libertadores 2025 e na disputa da Recopa Sul-Americana.
Agora, o foco do Cruzeiro é o Brasileirão. Em sétimo lugar com 47 pontos, o time luta para garantir uma vaga na pré-Libertadores. Com a conquista da Copa do Brasil pelo Flamengo, o G-7 se consolidou como a zona de classificação para a competição continental, e a Raposa tem mais quatro jogos para buscar seu objetivo.
O próximo desafio do Cruzeiro será contra o Grêmio, no Mineirão, na próxima quarta-feira (27). A partida é vista como uma verdadeira decisão para o time celeste, que precisa dos três pontos para seguir sonhando com o retorno à Libertadores após cinco anos de ausência.
Fernando Diniz enfatizou a importância de “virar a página” após a derrota e manter a concentração nos jogos restantes. “Temos quatro finais pela frente no Brasileiro. Precisamos encerrar o campeonato na melhor posição possível e garantir nossa vaga na Libertadores”, afirmou o técnico.
Apesar da frustração, a campanha na Sul-Americana é vista como um marco na reconstrução do Cruzeiro, que voltou a disputar uma final internacional após anos de dificuldades. O vice-campeonato mostra que o clube está no caminho certo para recuperar o protagonismo no cenário continental.
Ficha
RACING 3 X 1 CRUZEIRO
Motivo: final da Copa Sul-Americana
Data e horário: 23 de novembro de 2024, sábado, às 17h (de Brasília)
Local: Estádio ueno La Nueva Olla, em Assunção-PAR (capacidade para cerca de 45 mil torcedores)
Racing-ARG: Gabriel Arias; Marco Di Cesare, Santiago Sosa e García Basso; Gastón Martirena, Juan Ignacio Nardoni, Agustín Almendra (Zuculini), Juan Fernando Quintero (Solari) e Gabriel Rojas; Adrián Martínez (Roger Martínez) e Maximiliano Salas. Técnico: Gustavo Costas
Cruzeiro: Cássio; William, João Marcelo, Lucas Villalba e Marlon (Kaique Kenji); Walace (Lucas Silva), Lucas Romero (Lautaro Díaz), Matheus Henrique, Matheus Pereira e Gabriel Veron (Barreal); Kaio Jorge. Técnico: Fernando Diniz
Gols: Martirena, aos 14min 1°T; Adrián Martínez, aos 19min 1°T; Kaio Jorge, aos 6min 2°T; Roger Martínez, aos 49min 2°T
Cartões amarelos: Lucas Romero, aos 41min 1°T; Lucas Silva, aos 46min 1T°; García Basso, aos 13min 2°T; Nardoni, aos 36min 2°T; Matheus Pereira, aos 36min 2°T; Di Cesare, aos 37min 2°T
Arbitragem: Esteban Ostojich (URU); auxiliares: Nicolas Tarán (URU) e Carlos Barreiro (URU); VAR: Leodan González (URU)