Membro da Academia Patrocinense de Letras, Alberto Araújo conta que foi inspirado pelo artista uruguaio Carlos Páez Vilaró

Da redação da Rede Hoje


O poeta, cineasta, compositor e videoprodutor, Alberto Araújo, lança hoje (21) às 20 h no Restaurante Jamaica, seu novo livro “Flores em Vida”.

O livro autobiográfico tem 209 páginas e foi editado pela Editora Chiado Books. Alberto Araújo é membro da Academia Patrocinense de Letras e, nessa obra, conta com o apoio da Fundação Casa da Cultura.

Alberto conta que a inspiração para finalmente lançar uma autobiografia veio com um evento inusitado. “Em 2013 estive no Uruguai e visitei o Museu Ateliê de Carlos Páez Vilaró, um artista plástico conhecido no mundo todo. Tive o privilégio de encontrar com o próprio artista e me apresentei como um cineasta brasileiro e a conversa se estendeu... de repente eu estava ali, completamente à vontade com um grande expoente das artes da América do Sul como se fôssemos velhos amigos. Deixei o museu tão encantado com a vida e com a obra de Vilaró que decidi escrever alguns poemas sobre o universo daquele artista inspirador. Em pouco tempo já havia escrito um livro com o título Sol de Vilaró: um buquê de poemas para Carlos Páez. A ideia era enviar a obra para Vilaró, mas adiando, adiando. Dia 24 de fevereiro de 2014 fico sabendo pela imprensa que Carlos Páez Vilaró, o artista e o homem que me inspirou a escrever um livro, havia falecido, Me bateu um vazio enorme pela perda do amigo e um sentimento de culpa por não ter enviado à ele o meu buquê de poemas. O encontro e o desencontro com Carlos Páez Vilaró me ensinou a não adiar um minuto sequer uma palavra ou um gesto de carinho, uma declaração de amizade ou de amor. Foi aí que escrevi a letra da canção Flores Em Vida, interpretada com sucesso pela dupla Zezé Di Camargo e Luciano. Mais tarde, resolvi escrever uma autobiografia com o mesmo título da canção onde narro minha trajetória pessoal e profissional”, conta Alberto Araújo.


O auto Alberto Araújo é poeta, cineasta, compositor, videoprodutor e membro da Academia Patrocinense de Letras


O escritor explica que “as experiências vividas, muitos sonhos sonhados (alguns realizados, outros não), enfim, uma maneira de compartilhar com o leitor a longa caminhada de alguém que tem a mania de enxergar o mundo com um olhar poético, buscando sempre entregar flores em vida”, explica.


VIAGEM. Alberto Araújo tem uma teoria de que temos a tendência de ir vivendo como se a vida fosse uma viagem à qual ainda não chegamos nem à metade. E dá como o exemplo seu encontro com o artista uruguaio e posteriormente a morte do artista. “Sim, a vida é uma viagem mas nunca sabemos exatamente em que parte do percurso estamos. Às vezes, quando morre uma pessoa conhecida fazemos um paralelo entre a nossa idade e a do falecido, aí bate aquela preocupação, mas depois voltamos a tocar a vida com aquele velho sentimento de imortalidade”, filosofa.

E essa falsa sensação de que somos praticamente imortais não acontece só em relação à nossa pessoa, mas também em relação aos familiares e amigos, como se eles fossem também viver pra sempre. É assim vamos adiando a atenção, o carinho de um convívio mais caloroso, mais afetuoso, afinal, para quê dizer aos nossos pais o quanto os amamos, ou aos nossos amigos o quanto eles são importantes em nossas vidas? A gente acaba pensando: 'Bobagem, eles devem saber disso, e no mais, deixamos para dizer em uma outra oportunidade. E muitas vezes essas pessoas queridas nos deixam antes da tal oportunidade'”, conclui o escritor.

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