O cenário alarmante foi registrado pela patrocinense Juliana Ávila Carvalho em um artigo publicado nas redes sociais, onde ela expressa sua indignação em relação ao desmatamento de áreas de preservação permanente (APP) no município.

Crédito Fotos: Juliana Ávila Carvalho

A máquina inerte e a destruição provocada por ela ao fundo.

Da redação da Rede Hoje

A cidade de Patrocínio, que já enfrenta desafios em relação à arborização e à preservação de sua vegetação nativa, viu mais uma vez suas áreas verdes ameaçadas por projetos que não priorizam o meio ambiente. Esse cenário alarmante foi registrado pela patrocinense Juliana Ávila Carvalho em um artigo publicado nas redes sociais, onde ela expressa sua indignação em relação ao desmatamento de áreas de preservação permanente (APP) no município Essa ficava entre os bairros Martin Galego e São Lucas (Cidade Jardim). O relatório de Juliana é acompanhado por fotos que mostram a terrível alteração do ambiente e a exposição de animais sem o seu habitat ou mortos, como a jiboia soterrada durante a ação.

Juliana descreve um domingo tranquilo que rapidamente se transformou em um caos, com a destruição de uma área natural importante. “O som do silêncio tranquilo desse dia foi trocado por tratores que jogavam tudo abaixo. O bem-te-vi não disfarçou quando viu seu rio encanado. Uma jiboia linda e MUITO importante para a natureza foi soterrada para ‘disfarçar’ o estrago. E mais uma vez, nós erramos”, lamenta Juliana, alertando para os impactos que essas ações trazem à fauna e flora locais.


A jiboia soterrada durante a ação

No artigo, Juliana explica que a Área de Preservação Permanente (APP) é definida pelo Novo Código Florestal Brasileiro como uma área protegida, com a função de preservar os recursos hídricos, a biodiversidade e o bem-estar das populações. Segundo a legislação, a metragem que pode ser desmatada em uma APP varia de acordo com a largura do rio, sendo necessário preservar, por exemplo, 200 metros de APP em rios com largura entre 200 e 600 metros.

Ela enfatiza a importância de preservar esses ecossistemas, que não apenas protegem as nascentes, mas também ajudam a manter a temperatura do ambiente e a estabilidade do solo. Juliana questiona a responsabilidade de cada um na contribuição para o aumento das temperaturas, ressaltando que todos nós temos um papel a desempenhar na proteção do meio ambiente.

Entretanto, a atual gestão da Prefeitura de Patrocínio foi criticada por desmatar cerca de um hectare de APP sem a devida autorização, sem estudo prévio e sem qualquer manejo dos animais que habitam a área. Juliana classifica essa ação como um dos maiores crimes ambientais já cometidos na cidade, ocorrido em pleno dia, em uma ação que parece ter passado despercebida pela comunidade.

Em suas palavras, Juliana expressa sua tristeza e impotência diante de tamanha destruição: “Esse foi mais um dia que levei minha fotografia pra registrar uma das maiores tristezas que eu já vi. Sinto muito por todos os bichinhos. Meu coração dói por viver em um mundo cheio de gente incompetente e ruim de verdade.” Com isso, ela convida a sociedade a refletir sobre a importância da preservação ambiental e a necessidade de uma gestão mais responsável em relação aos recursos naturais.


O bem-ti-vi observa seu habitat, transformado em concreto

Artigo de Juliana Ávila Carvalho - outubro de 2024

"Era domingo e o som do silêncio tranquilo desse dia foi trocado por tratores que jogavam tudo abaixo. O bem-te-vi não disfarçou quando viu seu rio encanado. Uma jiboia linda e MUITO importante para a natureza foi soterrada para “disfarçar” o estrago. E mais uma vez, nós erramos.

Estamos falando aqui de uma APP, você já ouviu falar sobre? A Área de Preservação Permanente, também chamada de APP, segundo o Novo Código Florestal Brasileiro, Lei nº 12.651/12, é área protegida, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, proteção do solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Leis estaduais e federais regem a metragem que pode ser desmatada em uma APP, variando de acordo com a largura do rio. Por exemplo: em um rio que tem largura entre 200 e 600m, é necessário preservar 200m de APP; em áreas urbanas, a lei descreve preservação de 30m para corpos hídricos.

É importante lembrar que o rio é um sistema VIVO. A preservação de uma APP também protege suas nascentes, os animais que vivem ali, auxilia na área de recarga do solo e consequentemente ajuda a aliviar as altas temperaturas. Por falar nisso, você já se perguntou como você tem contribuído para esse aumento das temperaturas? Sim, todos nós estamos contribuindo. Mas esse é assunto pra outra hora.

Sem licença, sem estudo, sem projeto, a atual gestão da Prefeitura de Patrocínio foi, MAIS UMA VEZ, acima da lei. Foi desmatado cerca de 1 hectare de ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, sem NENHUM manejo dos animais, sem aviso, sem motivo. Um dos maiores CRIMES ambientais de Patrocínio foi feito bem debaixo dos nossos olhos num dia lindo de domingo.

Esse foi mais um dia que levei minha fotografia pra registrar uma das maiores tristezas que eu já vi. Sinto muito por todos os bichinhos. Meu coração dói por viver em um mundo cheio de gente incompetentemente e ruim de verdade. Aguardando a nova obra para quando alagar a belíssima ‘Avenida dos ESTRAGOS’.”

As fotos de Juliana registram a tragédia:


 


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