Desenvolvimento. O regional é o primeiro parâmetro, balizamento, para avaliar o real progresso de Patrocínio. Por isso, com dados da Fundação João Pinheiro-FJP, pertencente ao Governo de Minas, o desenvolvimento da Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas (nova classificação do IBGE) é apresentado. E analisado. Essa região é todo o Noroeste Mineiro (Paracatu, Arinos, Unaí, João Pinheiro e outros) mais os municípios de Patos de Minas, Coromandel, Patrocínio e outras cidades polarizadas por essas. Patrocínio está bem na fita. Porém, nem tanto. Geralmente, Patos de Minas, Unaí e Paracatu estão à frente na maioria dos indicadores. Então, depende do indicador socioeconômico utilizado para olhar o verdadeiro desenvolvimento.
VAB PATROCINENSE É O 4º LUGAR – O Valor Adicionado Bruto (VAB) é praticamente o PIB (Produto Interno Bruto). VAB não deve ser confundido com o VAF (este se refere ao ICMS). O PIB regional é apenas 3,7% do PIB de Minas. Dentro dessa região (100%), liderada por Patos de Minas, o PIB patense é o melhor (18%), seguido de Paracatu (16,7%), Unaí (12,6%) e Patrocínio (11,2%). Em outras palavras, a soma da produção agropecuária, produção industrial e produção de serviços de Patrocínio corresponde apenas a 60% do que é o PIB patense.
POUCA INDÚSTRIA – Essa região composta por 34 municípios (inclusive Patrocínio) responde somente por 3% da indústria mineira. Mesmo assim, por causa da exploração de ouro em Paracatu, laticínios em Patos de Minas (a Camponesa em Patrocínio deve colaborar no próximo levantamento) e um pouquinho da Pif Paf.
DESTAQUES INDUSTRIAIS DA REGIÃO – A fabricação de alimentos é o setor chave mais importante da região. Nele destacam Patos de Minas, Patrocínio, Unaí, Paracatu, Coromandel e Buritis. É o que mais impulsiona a economia regional, face à cadeia produtiva.
AGROPECUÁRIA – Essa região do Noroeste até Patrocínio foi responsável por 17,2% do VAB agropecuário de Minas. Isso significou em 2018 a liderança dentre todas as regiões mineiras. Na agricultura, a soja, café, milho, cana-de-açúcar e feijão são as culturas relevantes. Na pecuária, a região detém a maior produção de leite do Estado e a segunda do Brasil. Por isso, possui o maior efetivo de bovinos e o terceiro maior de suínos de Minas. Tanto na agricultura como na pecuária, Patrocínio, Patos de Minas, Unaí, Paracatu e Coromandel estão à frente dos demais.
ATENÇÃO: EFEITO MULTIPLICADOR – Patrocínio deve se dedicar mais à fabricação de alimentos. Pois, segundo a FJP, o aumento da demanda (procura pelo mercado) de um produto equivalente a R$ 1,00 impulsiona a economia local/regional em R$ 1,63. Ou seja, 63% a mais. Superior à pecuária (36% a mais), construção (31% a mais) e agricultura, inclusive o café (22% a mais). Em outras palavras, a produção de alimentos no valor de R$1,00 impacta, faz a economia movimentar-se, R$ 1,63. Que digam o café manufaturado, laticínios e indústrias de carne, que tem enorme cadeia produtiva. Isto é, movimenta diversos setores.
PATROCÍNIO TAMBÉM SE DESTACA EM OBRAS – No setor da construção civil, os quatro municípios líderes citados, inclusive Patrocínio, têm estágio avançado. A novidade fica para o município de Serra do Salitre nessa região de 34 municípios, pois está junto aos quatro maiores. Visualmente, confirma-se a evolução da construção civil em Patrocínio e Serra do Salitre, conforme divulgação da FJP.
CRÉDITO COOPERATIVO BOMBANDO! – Os serviços de movimentação financeira (bancos, na verdade) cresceram 70% na região. Esse setor denominado “Intermediação Financeira, Seguros e Previdência Complementar” tem em sua linha de frente, Patrocínio, Patos de Minas, Unaí e Paracatu. Porém, além desses, integram Coromandel, São Gotardo e Carmo do Paranaíba (nesse caso, por causa do café), que também tem forte cooperativismo. Em Patrocínio, a pujança do SICOOB Coopacredi exemplifica bem a ênfase cooperativa, no Município e na região.
O LADO BOM DE PATROCÍNIO – Nessa região, existem cinco setores-chave (os analisados acima). Patrocínio, Paracatu e Unaí são os únicos municípios que têm participação destacada em todos os cinco (Fabricação de Alimentos, Agricultura, Pecuária, Intermediação Financeira e Construção Civil). Patos de Minas, por exemplo, não se destaca na agricultura. Coromandel é da “rabeira” na Construção Civil. E São Gotardo apenas se destaca no Crédito Cooperativo. Assim, se a cidade progredir um pouco mais em qualquer um desses cinco setores, poderá galgar melhor colocação regional. Deixando, dessa maneira, o 4º lugar. Difícil não é.
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0 - Para leitores de bom fôlego: Curiosidades, bairrismo, caraminholas, pitacos, florilégios, tutaméias, espinafradas, atitudes e muito bom senso:
( Foto: Cássio Dias - PMP)
1 - TÁ que TÁ! E o CAP rá, tá, tá, tá, tá, tá ... TATÁ ( virou uma metralhadora giratória)Tá na elite do futebol Mineiro. Uma diretoria e um time desacreditado, sem apoio, isolados, segurando brasa, uma barra, já tinha virado saco de pancada. Jogava como nunca, perdia como sempre. Perdia jogo que não podia perder. Aí veio o último jogo com tres opções: ganhar, ganhar ou ganhar. Liderado pelo Presidente TATÁ , fizeram um final de campeonato épico. Olha o feito: Enfrentou o Cruzeiro do Fenômeno e rá tá, tá, meteu, 2x1. No fim se tornou o único time do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro que TATÁ, na primeira divisão do Campeonato Mineiro. (Uberlândia e URT, não conseguiram. Seus adversários em 2023 tá há 500/ 700 Km) Raja coração! Graças ao Tatá a gente tá que tá. (Rondes, ainda não tem telefone ai no céu? Vai pra voce, amigo)
2 - SUGESTÃO á Vereadora Eliane Nunes, para que apresente um projeto ( Uma indicação) para que seja construído um MEMORIAL ÀS VÍTIMAS DA COVD 19 no município de Patrocínio. Junto a algo que possa simbolizar o esforço sobre humano dos profissionais do setor da saúde. O local indicado seria a Praça Carlos Pieruccetti (A Praça da Policlínica, onde ocorre a vacinação contra a Covid- 19) . Não pode mudar o nome da praça. O patrono foi um dos conterrâneos mais ilustres. Um visionário, Jornalista, odontólogo, advogado, orador e Político. Pai da Dona Lirinha. Esse memorial haverá de trazer a reverência, a lembrança, o respeito e a memória das (245) vítimas dessa terrível doença. Muitos nem puderam velar seus entes queridos. A Vereadora defensora da cultura e da arte, saberá mobilizar artistas plásticos, arquitetos, engenheiros, o pessoal do curso de Arquitetura e Urbanismo do UNICERP. Nada fúnebre. Penso em algo artístico que remeta á alegria da esperança Cristã.
3 - ESTARRECER é saber que há mais de oitenta anos se dizia assim em Patrocínio: “As fontes de água Minerais da Serra Negra, neste município, constituem a sua principal riqueza. Daquelas fontes”-prossegue o jornal de 1928- “ num escoar de séculos, se perdem, abandonadas de nós patrocinenses e dos poderes do estado, a seiva e a base da riqueza... as águas de Serra Negra permanecem DESPREZADAS a clamar contra tal abandono”. De volta para o futuro, leitor, 94 nos depois, vá lá no Hotel Serra Negra, hoje ver o símbolo da nosso incompetência turística.
4 - JARDIM, essa palavra vive no imaginário patrocinense, pelo menos quando batiza um novo bairro: Cidade jardim, Jardim Ipiranga, jardim Sul, (1,2,3), Jardim Eldorado, Jardim Califórnia, Jardim Mônaco e Jardim Vitória. Só nome de bairro, pois plantar flores e cuidar das praças é outra história.
5 - SABER que arrojado projeto de transposição dos trilhos de ferro foi feito na gestão de Júlio Elias, eliminaria o viaduto da Av. Rui Barbosa, e no lugar dos trilhos, surgiria a Av. Século 21. Foi projeto caro, feito lá no sul do pais. Cadê?
6 - LEMBRAR sempre do médico e político Elidimar Bento. Dr Bento, foi vereador por dois mandatos, presidente do CAP, presidente local do PSDB, professor no curso de fisioterapia, secretário municipal da saúde, cidadão honorário patrocinense. Prestou relevantes serviços á comunidade. Simplesmente sumiu. Não pode ser esquecido.
7 - ASSISTIR a um esplendoroso por do sol no Lago de Nova Ponte. Arrebol, arrebatante, divinal!
8 - SABER que somente quarenta anos depois da passagem dos bandeirantes, Patrocínio se tornou um povoado. Saber também que somente quarenta anos depois que se criou a cidade, fundou-se o município. A letargia é meio que cultural por estas plagas.
9 - LEMBRAR que em 1995, ninguém menos do que a banda Skank, fez um show em Patrocínio, no Estádio Pedro Alves do Nascimento, comemorando a inauguração do Cristo Redentor. Um grande público se fez presente. Samuel & Cia, mandando bem a bessa. De repente, do nada, começaram a arremessar latas de cervejas no palco, tanto que tiveram que suspender o show. Dá vergonha disto até hoje...
10 - VERTER sempre uma lágrima pelas ex-empresas, Fama, Saiasi, Pitter e Minasilk. Não foram apenas empresas que foram extintas, foram seguimentos econômicos desaparecidos.
11 - AROMA frutado, caramelo, chocolate ao leite e notas adocicadas, sabor de frutas amarelas, acidez cítrica prazerosa, corpo aveludado, finalização longa, delicada e agradável...Sabor de mamão, pêssego, e manga com retragosto de bolo de milho, doçura de rapadura, mel, nozes, corpo cremoso, acidez fosfórico e finalização pronunciada. Finalização marcante. Estas são algumas definições de cafés especiais. Particularmente, só gosto do gosto do café. Café mesmo.
12 - SABER que ainda bem que o ex-vereador patrocinense em beagá, Tarcisio Caixeta, homenageou o ex-deputado Expedito Faria Tavares com o nome de uma avenida lá na capital mineira . Além de deputado (3 vezes há 49 anos) e Presidente da Assembleia de Minas, Secretário de Justiça, Expedito Tavares foi vereador em Patrocínio, Presidente da OAB local, em Patrocínio deram-lhe o nome de uma Penitenciária- “O cadeião”
13 - PARAR diante do pirulito da Av. José Maria Alkmin e perguntar: “Quidiabéisso?” Não tem placa descritiva.
14 - SABER que nossa conterrânea Scheilla Freittas, faz sucesso em Rondônia. Foi vereadora, vice-presidente da Câmara e secretária de Ação Social de Pimenta Bueno. A filha dos saudosos, Gaspar Balbino e Dona Marta Freitas, brilha nas lides política, cultura, sociedade, comunicação e esportiva. Ela apresenta o Programa Scheilla Freittas, na Rede TV de Pimenta Bueno e é a primeira mulher a dirigir um time de futebol em Rondônia. Nome? CAP (Clube Atlético Pimentense).
15 - JÁ pensou, morar no novo Bairro Martin Galego, Rua Sebastião Eloi? ou Michel Wadhy, ou Massilon Machado? ou Jussara Queiroz? ou Adélia Prado, ou Guimarães Rosa? ( Ou... e por que não puseram o nome de Eustáquio Amaral e Joaquim Machado em alguma rua por lá?!?) Olha a responsa dos moradores do bairro literário. Será se eles acham interessante?
16 - DEIRÓ Marra, sempre demonstrou determinação inflexível e acelerada evolução política. Sua primeira eleição em 2006, para deputado estadual, até então, desconhecido no estado, arrancou, 24.400 votos . Na segunda eleição, mesmo com a candidatura sempre prejudicada pelo exame de paraquedistas, totalizou, 36.527 em todo o estado (sendo 15.022 em Patrocínio). Em 2014, obteve, expressivos. 44.248 votos, 61,61% dos votos válidos (24.257 em Patrocínio) Eleito, Prefeito de Patrocínio em 2015 com 22.868 (48,64% dos votos válidos) E em 2020, foi reeleito com 29. 493 votos. ( 61,61% dos votos válidos). Com apenas 16 anos de vida pública. Fato: Outro com a sua performance, um desafio a posteridade.
17 - FICAR com medo do Vulcão extinto da Lagoa do Chapadão, dar uma sapituca e acordar de novo. Ele fica há 22 Km da cidade. “Eu hein Rosa!”. Com tantas coisas absurdas acontecendo nesse mundo doido de pedra.
18 - ANGUSTIAR-SE, pois as placas do historiador Joaquim Carlos dos Santos, na Praça Honorato Borges,(síntese da história de Patrocínio,) estão se deteriorando completamente. Que descaso!
19 - UM bom patrocinense deve ter na estante, pelo menos os livros “Patrocínio no Final da Década de 20” ou, Fardos Azuis” ou, “ De Corpo e Alma” de Flávio Almeida.
20 - PROCURAR alguém com mais de 80 anos para saber de fato o que fizeram com prefeito Dr Vicente Soares? Foi mandato meteórico, nos idos de 1938/40. Foi ele quem fundou a Santa Casa e a Biblioteca Pública. Deposto? Por quê?
21 - IMAGINAR que interessante saber que a primeira mulher a fazer exames para motorista na cidade foi Helena Salviano Brandão, boa curiosidade, porém o que mais nos intriga, a história não diz. Repito: O que fizeram com o seu esposo, prefeito de Patrocínio nos anos 40: Dr Vicente Soares. O que ocorreu na sua deposição? Houve covardia? Houve injustiça? O silencio nada diz.
22 – DIGNO de registro. A Sicoob Coopacredi, realizou sorteio de 15 bolsas de Estudos, entre os cooperados da entidade. 10 com bolsa de ensino superior e 5 com bolsa para ensino técnico/médio. O Presidente da instituição é Célio Machado de Castro. Voce pode aplaudir essa iniciativa- mas por favor de pé!
23 - SABER que a Gazeta de Patrocínio, completa o marco significativo de 4.132 edições. 4.132 sábados. 84 anos de Amor a Patrocínio.
24 - SABER que a represa de Nova Ponte, abrange os municípios de Santa Juliana, Patrocínio, Irai de Minas, Serra de Salitre e Nova Ponte. Ou...Nenhum projeto turístico em conjunto.
25 - ISABELA Rezende Cunha, é a primeira mulher a assumir a direção um jornal em Patrocínio, (Não um jornal qualquer a quase centenária, Gazeta do Tião Eloi); a primeira mulher a dirigir uma indústria gráfica em Patrocínio. ( Não uma Gráfica qualquer, uma gráfica que pertencia ao Grupo Comporte da família Constantino) Primeira mulher a assumir um cargo na diretoria na Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais FCDL/MG. Ainda jovem e já fazendo a sua história.
26 - APRECIAR as Palmeiras Imperiais, que se espalharam pela cidade e saber que vieram do Rio de Janeiro, para Patrocínio, por intermédio do Cel. Theodoro Gonçalves. Veja o valor de um gesto.
27- “ORGULHO de ser Patrocinense” Que exemplo nos dá o pessoal da Avícula Crista Vermelha! Uma granja moderna, localizada ali pelos lados do Malhadouro. Veja a frase que eles estampam na embalagem. Espero que essa moda pega:
ATENTE para essa estrofe do Hino de Patrocínio: “Da cidade uma légua distante
Soergue o Cruzeiro da Serra/Quem avista diz logo num instante/É a maior maravilha da terra.” (Letra: Augusto Carvalho; Melodia: Profº Franklin Botelho) Leia de novo: “É A MAIOR MARAVILHA DA TERRA”
Publicado na Gazeta de Patrocínio, Rede Hoje e Patrocinionline
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A vitória sobre o Cruzeiro — que nunca havia ocorrido — no dia do aniversário de 68 anos e a manutenção na primeira divisão
Tiro a capa da imparcialidade para destacar o que, na minha opinião, é o fato mais importante que aconteceu na história de quase sete décadas do Clube Atlético Patrocinense: uma vitória histórica no Estádio Pedro Alves do Nascimento, 2 a 1 no Cruzeiro de Belo Horizonte. A torcida presente, vibrante e apaixonada o tempo todo, testemunhou esta história. Ainda hoje (domingo), estarão no ar os melhores momento e toda história deste encontro.
Primeiro: neste sábado, 19 de março de 2022 o CAP completava 68 anos. Estava com problemas sérios. Pelos menos três de seus principais jogadores lesionados e sem dúvida a situação mais complicada era ficar sem Reis, principal atacante. Para o seu lugar, a diretoria contratou Jônatas Obina (um veterano que valeu cada centavo do que custou aos cofres do clube, e pelo que rendeu em campo no único jogo com a camisa grená).
Segundo: o Patrocinense nunca havia vencido o Cruzeiro — um gigante do futebol — e esta vitória veio quando o time mais precisava. Se não vencesse, estaria rebaixado para o Módulo II do Campeonato Mineiro.
No sentido horário: Nilton Santos, Gilmar Uberaba, João Henrique e Enéas, atletas do primeiro time da volta do Patrocinense ao profissional (1985/1987). Fotos: Rede Hoje
Terceiro: o jogo foi assistido presencialmente por ex-atletas que estiveram no time que voltou ao profissional em 1985: o lateral Gilmar (que veio de Uberaba para assistir e dar força), o volante João Henrique (que veio do Prata), o meia Enéas, um dos maiores camisa 10 da história grená (que veio de Irai também ver o jogo), além de patrocinenses que atuaram na época: o atacante Marcelo Fernandes (hoje dono da Escolinha do Cruzeiro na cidade), o zagueiro Fábio Avelar e o grande lateral Nilton Santos. Eles pertenceram ao time de 1985/1987, o começo de tudo na fase atual do clube. Outros, como lateral Jair, da mesma época (hoje morando em Lodrina – PR) e o preparador físico Barrela (em Ribeirão Preto - SP), não puderam comparecer, mas acompanham tudo do CAP de perto e com a mesma paixão de quando atuavam.
Do Rio de Janeiro, o ex-delegado de polícia, atualmente jornalista especialista em Fluminense, onde registra entrevistas com ex-atletas (Pintinho, Valdo, Assis, Renato Gaucho, etc), declarou ao não menos fanático com o CAP, Eustáquio Amaral, que torceu mais para o Patrocinense que para o Flu (que saiu da Libertadores esta semana). “Torci mais pro CAP que pro Fluminense, acredita? Patrocínio em primeiro lugar”, disse. O Eustáquio replicou: “primeiro a pátria-mãe. Eu torço pro CAP até contra a Seleção Brasileira. Sou Galo, mas entre os dois, sou CAP”.
Tanta energia positiva só podia dar no que deu. O CAP classificado para disputar pela sexta vez consecutiva a elite do futebol mineiro, no dia do seu aniversário. Sem esquecer que gigantes da região como URT e Uberlândia foram rebaixados e lá já estão Mamoré e Araxá. O Uberaba tenta voltar este ano. Então, o Patrocinense é o único representante do Triângulo e Alto Paranaíba — o que não é bom, porque quanto mais forte a região for, mais pode reivindicar e mais qualidade terá.
Pra posicionar o leitor, vamos à história do jogo:
O primeiro tempo começou com chances para os dois lados, mas pegou fogo de verdade apenas nos minutos da etapa inicial. Aos 41 minutos, Jônatas Obina recebeu cruzamento dentro da pequena área e só precisou empurrar para abrir o placar para o Patrocinense. Logo na sequência, na saída de bola do Cruzeiro, Matheus Silva errou passe e Samuel roubou a bola. O jogador do time grená saiu em disparada pelo lado esquerdo e bateu cruzado, sem muita força, mas Ezequiel foi enganado pelo quique no gramado e os mandantes ampliaram a vantagem. Ainda no primeiro tempo, a Raposa diminuiu. Aos 47 minutos, após escanteio, a bola bateu no travessão e, na sobra, Adriano apareceu em cima da linha para diminuir. Assim, o jogo foi para o intervalo com 2 a 1 a favor do CAP no placar.
No segundo tempo, o jogo ficou tenso, com muitas faltas para os dois lados. O Cruzeiro chegou a ter as melhores chances e ficou próximo do empate, mas não aproveitou. Já no final do jogo, Ezequiel defendeu chute de Júlio César, cara a cara, e impediu o terceiro gol do time de Patrocínio. Assim, o placar não sofreu novas alterações e terminou com vitória histórica de 2 a 1 para o Patrocinense que garantiu a permanência na elite.
PATROCINENSE: Jacsson; Douglas Dias, Marcão, Alisson Brand (Rayan) e Samuel; Matheus Santos, Michel Elói e Juninho (Igor Maduro); Wellington (Julio César), Jônatas Obina e Márcio Jonatan (Cesinha). Técnico: Max Sandro
CRUZEIRO: Ezequiel; Bruno José (Marcelinho), Weverton (Geovane), Mateus Silva e Bidu; Adriano (Jhosefer), Marco Antônio (Miticov) e Giovanni; Vitinho (Ageu), Daniel Júnior e Vitor Leque. Técnico: Paulo Pezzolano.
GOLS: Patrocinense: Jônatas Obina (41’, 1ºT) e Samuel (43’, 1ºT)
Cruzeiro: Adriano (47’, 1ºT)
Valeu CAP, esse resultado só reforça o amor de tanta gente pelas cores grená e branco, pelo Patrocinense.
Meia hora antes do jogo o torcedor começou a chegar ao Pedro Alves. Foto: Rede Hoje
Jefé Consolação ou Gerson do Tó não tinha barreiras: aqui com Chacrinha (um dos melhores comunicadores do Brasil) e Juscelino Kubstcheck (o grande presidente, contrutor de Brasília). Foto: autor desconhecido
História. Felizmente, a amada cidade possui. Por isso, relembrá-la, às vezes, colabora na sua perenidade. Assim, como “petiscos” da eternidade, fatos rápidos sobre Olímpio dos Santos, Bernardo Guimarães, onde foi o começo de tudo e a razão das terras patrocinenses serem de Goiás em época distante.
PRIMEIROS CIVILIZADOS – Possivelmente, no tempo do descobrimento do Brasil, a região de Patrocínio era habitada pelos índios araxás e cataguás. Mas, somente em 1668 (alguns historiadores registram 1675), os primeiros homens brancos pisaram o solo patrocinense. Vinda de São Paulo, através do Sul de Minas, rumo à região de Paracatu, passou por Patrocínio, a bandeira de Lourenço Castanho Taques, que massacrou os indígenas. Quase trinta anos após, o famoso Anhanguera, Bartolomeu Bueno, comandou a segunda bandeira, que passou (com pernoite e descanso) pela região de Patrocínio. Ela veio de Sabará, via Pitangui, em direção às terras dos índios goiazes (hoje, Goiás).
EMBLEMÁTICO PRIMEIRO CAMINHO – Na gênese patrocinense, a abertura da Picada de Goiás (caminho para tropas), em 1729, torna-se o grande passo para o surgimento de Patrocínio. A Picada ligava Pitangui a Goiás (região de Catalão), passando pela gleba de José Pires Monteiro, situada entre o Ribeirão Feio e a Lagoa Seca (futura Patrocínio).
A SAGA DO SURGIMENTO – A atual cidade começou a ser erguida na região da Escola Dom Lustosa em direção à região do hoje Bairro Morada Nova. Eram verdes campos à beira de um límpido córrego. Posteriormente, batizado de “Córgo” do Rangel. Em etapas sucessivas foram surgindo a fazenda Bromado dos Pavões, entreposto, aglomerado de casas, lugarejo, povoado, arraial, vila e cidade. Nessas duas etapas (1842 a 1874), a urbe já alcançava a Praça da Matriz (com duas torres). Por isso, a primeira Matriz e a sede do primeiro prédio da prefeitura lá estão (hoje Casa da Cultura).
PATROCÍNIO JÁ FOI GOIÁS – Padre Félix José Soares, português, foragido da capital, Mariana, chega a Desemboque (hoje, município de Sacramento), que torna-se a 2ª Comarca de Minas. Pouco depois, com petição assinada por diversas pessoas da região, dirige-se à Vila Boa de Goyás, quando pede a anexação dos Sertões da Farinha Podre (Triângulo e Alto Paranaíba) à Capitania de Goyás. Obtém êxito. Ele alegava que em Goyás não tinha cobrança do Quinto (mas isso era um engodo).
MEIO SÉCULO DEPOIS A VOLTA – No dia 4 de abril, por meio de Alvará do Rei D. João VI, a região retornava à Capitania de Minas Gerais. A Comarca de Paracatu (sede da Ouvidoria), criada em 1815, possuía a jurisdição dos Julgados de Desemboque e São Domingos do Araxá (a quem Patrocínio pertencia). A versão mais aceita sobre a volta da região a Minas diz que D. Beja teve atuação decisiva. Anos antes, ela foi raptada pelo Ouvidor Joaquim Inácio da Mota, em uma de suas visitas a Araxá. Jovem, bonita, inteligente, Ana Jacinta (D. Beja) morou com o Ouvidor em Paracatu desde então. Sobre ele, D. Beja tinha grande influência (ela teria feito o pedido para o retorno da região a Minas). Com a morte da Rainha D. Maria, a Louca, Inácio Mota resolveu voltar à Corte, no Rio de Janeiro. Nessa viagem, D. Beja, o acompanhou até Patrocínio, onde se separaram de vez. Ele, pela Picada de Goiás, rumo ao Rio. Ela, para Araxá.
ESCRITOR FAMOSÍSSIMO! – Bernardo Guimarães, de Ouro Preto, era juiz em Catalão-GO, nos meados de 1860. Usuário constante da Picada de Goiás, sempre hospedava na Pousada da Rua das Pedras, pertencente a Antônio Alves de Oliveira, na região hoje da Escola Dom Lustosa. Bernardo era jornalista, poeta, professor e garimpeiro. A sua obra “O Garimpeiro”, cita as cavalgadas no Largo do Rosário. E ele foi o primeiro a identificar o patrocinense mais célebre de todos os tempos, o Índio Afonso. Inclusive, um de seus livros mais lidos, escrito em 1872, denomina-se “Índio Afonso”. Esse livro narra a primeira fase do personagem. Bernardo teve mais uma ligação com Patrocínio: o seu irmão foi juiz na Vila de Nossa Senhora do Patrocínio, por volta do ano de 1853.
PRIMEIRO PROFESSOR NOTÁVEL – No final do século XIX, por volta de 1890, Olímpio Carlos dos Santos ensinava aos patrocinenses ler e escrever. Era músico, escritor e carnavalesco também. Sua casa ainda existe na rua que leva o seu nome, nº 181 (na região da Escola D. Lustosa). Sua neta Olga Botelho administrou o belo casarão por anos. O folclórico e saudoso Jefé Consolação era bisneto do professor Olímpio (Jefé era filho do dentista e craque do Ipiranga nos anos 40/50, Cristovam Botelho Júnior).
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