O mundo ocidental assistiu ,estarrecido, ao início da guerra na Ucrânia. Como pode em pleno século XXI uma guerra na Eurásia? Toda guerra é uma estupidez e decorre da rivalidade entre povos, ou do interesse em ampliar o poder de nações. No caso da Rússia não é diferente. As grandes potências sempre invadiram países e territórios para ampliar seu poder. Na antiguidade, Roma invadiu e destruiu Cartago, que era um empecilho à expansão do Império Romano. Mais recentemente, os Estados Unidos invadiram o Iraque, o Afeganistão, sendo que esta último há havia sido ocupado pela Rússia durante vinte anos. Nem Rússia, nem Estados Unidos conseguiram subjugar aquele povo.
Na Ucrânia, a peculiaridade é que o presidente não é um político, é um comediante. Conhecemos a fascínio e a influência que as mídias, especialmente a televisão, e as redes sociais exercem sobre as pessoas e se tornam um trampolim para a política. Pessoas sem nenhuma noção de política se elegem associando sua popularidade aos apelos da mídia. Romário e Tiririca são ótimos exemplos. Nada entendiam de política e chegaram aos altos cargos da vida pública: senador e deputado federal. Estes, pelo menos, foram e são bons políticos, sem nenhuma intenção de alçarem voos maiores.
Tomemos, agora, os deputados Daniel Silveira e Mamãe falei. Não têm nenhuma aptidão e noção de política, são broncos, sem cultura e, o que é pior, se julgam o máximo na política, fazendo todo tido de besteiras até serem cassados.
No Chile, uma pessoa muito nova foi eleita presidente. Não é político, vem das fileiras de protesto e da oposição. Todos estão curiosos, pagando para ver, o que vai acontecer com aquele país.
Como se coloca o comediante-presidente da Ucrânia? Como pode desafiar uma nação poderosa como a Rússia, com a qual faz fronteira e tem na língua russa a segunda língua de seu país? Será que imaginou que a Rússia não os atacaria?. Não avaliou as consequências de uma guerra para seu país? Não calculou a destruição que a guerra causaria? Acredito que não. Falta-lhe visão política, não tem nem mesmo noção de geopolítica. Obviamente, conhecia o poder militar da Rússia, mas, certamente, a falta de visão fez com que avaliasse mal as intenções da Rússia e consequências do enfrentamento.
E se seu concorrente, que era um político experiente, tivesse ganhado as eleições na Ucrânia? Teria estourado esta guerra? Não teria. Um político experiente teria avaliado de forma diferente um enfrentamento com a Rússia. Teria avaliado melhor as consequências da guerra e não agiria como bom-mocinho. Afastaria da OTAN em benefício de seu país.
Segundo maior país da Europa em extensão territorial, grande produtor e exportador de alimentos, muito industrializado, se vê, agora, arrasado por uma guerra insana que seu presidente, certamente, poderia ter evitado.
Enquanto a exposição na mídia e nas redes sociais forem o caminho para as pessoas se lançaram na política, estaremos sujeitos a pessoas desastrosas ocupando os cargos mais altos de um país, com prejuízo para a nação inteira.
Homenagem. É o que merece o ilustre e culto advogado Wilson Fernandes Veloso, falecido dia 11/4 (segunda-feira), aos 95 anos. Referenciando à sua memória, em poucas linhas, algumas palavras de sua autoria e a sua dedicação a outro patrocinense, de projeção nacional, homenageado por ele (Dr. Wilson): Oswaldo Pieruccetti (falecido, em BH, no dia 26/01/1990).
ELO ENTRE OS DOIS – Wilson Veloso, dentre os êxitos alcançados em sua existência, foi presidente do Instituto Oswaldo Pieruccetti, sediado em Araguari. Pois, Oswaldo foi prefeito daquele município (1948/1950), onde também se casou (com D. Eleonora de Carvalho). No livro “Oswaldo Pieruccetti, Vocação Para Servir”, Wilson fez a apresentação da obra literária. Escreveu: “...a vida de Oswaldo constitui, por inteiro e na sua feição mais consistente, um candelabro a marcar rumos a quantos almejam exercer, com dignidade, com honradez e com moderação, o exercício de uma profissão, trilhar os caminhos da atividade política ou peregrinar nas veredas da vida pública...” Na verdade, bela lição para os políticos da atualidade. Seria louvável se algum deles lesse o livro, escrito pelo acadêmico mineiro José Bento T. de Salles.
QUEM ERAM – Ambos udenistas. Ou seja, integrantes da União Democrática Nacional (UDN), sério partido político existente entre 1946 a 1964. Oswaldo, filho do italiano Adolpho Pieruccetti e da patrocinense Clotilde Mota. Nasceu na Praça da Matriz, lendário Hotel Globo, de propriedade de seus pais. Estudou no Grupo Escolar Honorato Borges (então, também na Praça da Matriz). Aos 15 anos de idade, pelo trem, dirigiu-se a Belo Horizonte para estudar, onde concluiu, com brilhantismo, o curso de Direito. No seu currículo é registrado a eleição para deputado estadual (1950, 1954 e 1958), coordenador das campanhas vitoriosas do governador Magalhães Pinto (UDN) e presidente da República Jânio Quadros, prefeito de BH por duas vezes, presidente da Siderúrgica Acesita e ocupante de diversos outros cargos públicos. Segundo Milton Magalhães, Wilson Veloso, além de renomado advogado, foi pecuarista, empresário, articulista da Gazeta de Patrocínio e também profissional de sucesso em Lavras, Belo Horizonte, Araguari e Brasília.
PALAVRAS CREPUSCULARES – Em novembro/2020, Dr. Wilson, direto da Fazenda Vereda dos Palmares, ofertando exemplar do referido livro, anotou no mesmo: “Ao amigo Eustáquio Amaral, ícone virtuoso do nosso jornalismo rangeliano e cultor de nossa história, aqui vai um precioso “retalho” de nossa colcha ontológica, que o tempo teceu.
Com admiração e especial apreço do leitor, Wilson Veloso.” Três meses depois (fevereiro de 2021), enfatizou ao telefone: “... você já recebeu o livro?” E Patrocínio desfilou na conversa agradável por 15 a 20 minutos. Assim, terminou a inimaginável despedida. Por tudo, gratidão a Wilson Fernandes Veloso. Eterno marco patrocinense. Na convivência e na política. Assim foi. Assim seja no exemplo para todos.
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Foto: Florian Pircher | Pixabay
Escrever. É uma arte. Para quem gosta de escrever, para quem gosta de ler e para quem sabe escrever. Este amador “escriba” apenas atende aos dois primeiros quesitos. Dedicando atenção a alguns leitores – e eles a merecem – que sempre fazem indagações sobre o “via entis” (modo de ser) ou “modus agendi” (modo de atuar) deste autor, os feriados da Semana Santa propiciam apresentar pequenos esclarecimentos. Este é o singelo propósito.
PORQUE A POLÍTICA NÃO É FOCALIZADA? – Na verdade, ninguém pode ser analfabeto político, como descreveu o alemão Bertolt Brecht. Entretanto, em nível nacional, há bem melhores pensadores. Em nível municipal e regional, o autor não se sente no direito de praticar análises, pois há muitos anos não convive com os atuais atores políticos e contextos locais.
PENSAMENTO PÉTREO – Na administração pública (seja Executivo, seja Legislativo, seja Judiciário) dois preceitos são indispensáveis, são insubstituíveis: dignidade e sabedoria. Por isso, corrupção não. Mau uso do sagrado dinheiro público não. Promoção pessoal com cargo público também não. Dessa linha este autor jamais afastou-se.
PORQUE SÓ SAUDADE? – O passado é o pai do presente. Uma comunidade ou cidade, um país ou uma raça precisam saber de onde vieram, como surgiram e o porquê de seu perfil da atualidade. Assim, o escriba identificou um vazio na história patrocinense. Não de fotos, mas de fatos. Fatos históricos. Por isso, com ajuda, foram e são reveladas narrativas fascinantes tais como a do Rei Ambrósio, Índio Afonso e seus filhos, Cel. Rabelo, os “fogos”, Patrocínio no Império, todos os prefeitos, JK, as primeiras escolas, enfim, três ou quatro livros já estão escritos. Basta compilá-los, atualizá-los e revisá-los. Já é um bom acervo para a posteridade. Afinal, como escrevia Roberto Drummond, este minifúndio de papel tem mais de 44 anos de existência (com a mesma temática: Patrocínio).
E A ESTATÍSTICA MUNICIPAL? – Os cidadãos e os bons administradores são obrigados a conhecer a estatística socioeconômica de seu município ou Estado. Pela facilidade acadêmica, mesmo que seja julgada pouca, de lidar com fontes fidedignas como IBGE, Fundação João Pinheiro, Fundação Getúlio Vargas, diversos anuários técnicos, o escritor-cidadão é gostosamente forçado a sempre revelar informações e dados de ordem comunitária. Visando a melhoria do que não é bom. E a manutenção do que é bom. Sem nenhum viés político na interpretação técnica da informação.
PORQUE NÃO FAZ MAIS PESQUISAS E NÃO TEM PRESENÇA NAS REDES SOCIAIS? – Por gosto do autor até seria possível fazê-lo. Todavia, o mesmo é também profissional de gestão pública, sobretudo Saúde. E continua exercendo essa função. A missão desta gestão é realizada em cidade da Grande BH, consumindo dez horas diárias, de segunda-feira a sexta-feira. Isso inviabiliza o gosto do autor e de alguns leitores/pessoas para a expansão do seu trabalho amador na terra natal.
ATÉ QUANDO? – Escrever, à distância da querida cidade rangeliana, ocorrerá até a permissão final do bom Deus. E o livro? O tempo e a oportunidade o determinarão. E pisar o chão, que é a alma do que é escrito, semanalmente? Breve.
POR FIM – Mil desculpas pela ocupação deste espaço que deveria ser informativo. E não caixa postal para eventuais respostas e explicações.
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