ALMA PATROCINENSE


Longe de ser um João do Rio, mas também gosto de flanar pela cidade, andando mais com os olhos e a mente do que com os pés.

Minha alma hoje ( e sempre) quer um bocado de simplicidade... Quem não conhece a música do Pato Fu, vou por ela:

"Vai diminuindo a cidade

Vai aumentando a simpatia

Quanto menor a casinha

Mais sincero o bom dia"

Andei pelo bairro Jardim Sul I,II,III e adjacências... Um lindo jogo de cena se faz. Os garotos que passam em direção á escola não se dão pela minha presença; olho com toda reverência um trabalhador que passa em sua bicicleta; arredo de um cachorrinho dormindo na calçada; saudo a mãe levando o filhinho num carrinho de bebê; olho com ternura para a filha levando a mãe debilitada ( talvez com Alzheimer) para pegar sol; recuso com gentileza ao ambulante que me oferece meias, cuecas e edredons. Não é um bairro paupérrimo, há casas de bom porte e belas arquiteturas.

Bons veículos no trânsito, enfim, um bairro aconchegante e simples.

Mas ai não tem jeito. Me dou com esta escrita em um muro: " NESTA CASA EU RECEBO DE CORAÇÃO FAMILIARES, PARENTES E AMIGOS SEJA BEM VINDO"

A concertina sobre o muro, claro, infere-se, que gatunos e larápios não são bem-vindos naquele lar...

Pensei poxa, encontrei uma síntese da 'natureza', da identidade, da quintessência da alma do patrocinense.

Patrocínio etimologicamente, significa, amparo, auxílio, proteção, arrimo e abrigo... Ou seja, é próprio do patrocinense receber bem as pessoas. A gentileza está em nossa cultura. Veio pra somar, aqui é o seu lugar.

Não estou dizendo que há preconceito, tratamento diferenciado e coisa e tal, mas, sabe-se que, popularmente, quem não nasceu em Uberlândia e mora lá, é uberlandino; quem não nasceu em Patos de Minas e mora por lá, é patureba. Em Patrocínio, nasceu aqui ou não, todos são patrocinenses.

Sem falar nos bandeirantes e garimpeiros do passado e, ainda no êxodo da cafeicultura, quantos delegados, gerentes de bancos, agrônomos, engenheiros, médicos, apanhadores de café, profissionais de todas as áreas, vieram a Patrocínio, a princípio, somente a trabalho. Foram "recebidos de coração". Ficaram. Permaneceram. Ficaram. São Patrocinenses.

Ampara, auxilia, protege, arrima e abriga. Não há em Minas cidade tão acolhedora e aconchegante, quanto " nosso doce colo de Minas".

Parafraseando a alma gentil do Jardim Sul, poderia até fazer um pórtico na entrada da cidade : "Nesta cidade recebemos de coração..."

IMPRESSIONANTE: ESTE BURACO VEM DESAFIANDO O MUNICÍPIO, O ESTADO E A UNIÃO.



Já com ocorrência de acidentes com vítimas, este buraco na BR 365, há 2 Km de Patrocínio, sentido Patos de Minas, desafia autoridades do poder executivo, legislativo e judiciário, do Município, do Estado e da União.

Com exceção do vereador Presidente da Câmara, Valtinho e Vereador, Ricardo Balila, que se revezam in loco, 'clamando no deserto', mobilizando, mostrando o absurdo da negligência, mas quem resolve, não decide.

Sim. A rodovia em tela está detonada em toda sua extensão, mas esta imponente cratera dai, fez vários aniversários. Ela desafia a competência de prefeito, vereadores, deputados estaduais, federais, DNIT, DEER.

Sabe-se que, constitucionalmente, por ser rodovia federal, a obra é de responsabilidade da União, mas diante das reiteradas e flagrantes omissões; fuga de responsabilidade; entraves burocráticos, o Município precisa por a mão na massa. Tomar uma medida emergente e mandar a conta pra quem de direito.

Pagamos imposto pra isto?

Vamos ver. Talvez tenhamos que arregimentar uns caras bom de trampo e jogar uma camada de britas no local.

A ação pode dar dor de cabeça, processo, multa, cadeia...

Mas SALVA VIDAS, É O QUE IMPORTA ...

Ou...Que vergonha!

UAI, E NOSSA ESPERTEZA?

O povo mineiro sempre foi retratado como esperto, desconfiado, agora caindo no conto da carochinha? Dizem que o estelionato se consolida como principal crime em Minas Gerais. Prática migrou para o digital e ganhou ainda mais força, superando até mesmo os roubos praticados no Estado.

ESTE PAÍS TEM UM CASO DE AMOR COM A CORRUÇÃO

Lula é considerado “o político mais honesto”, mostrou uma recente pesquisa. Minha tese vai se confirmando: ESTE PAÍS TEM UM CASO DE AMOR COM A CORRUÇÃO. “Não custa lembrar: Lula foi condenado por corrupção e lavagem em 3 instâncias: JF, TRF, STJ. A condenação foi anulada pelo STF, mas ele não foi absolvido. Alckmin foi acusado por corrupção, caixa dois e lavagem envolvendo mais de R$ 11 milhões pagos pela Odebrecht”. (Deltan Dallagnol) 

MUNICÍPIO E ESTADO, DOIS BICUDOS


Dois de 22 anos de funcionamento, desde 22 de Janeiro de 22, o Centro de Apoio ao Adolescente de Patrocínio – CIAAP encerrou suas atividades em Patrocínio. Motivo? Senta ai pra não cair: O imóvel onde funcionava a entidade, pertencia ao Município e a entidade era do Estado. Ruído de comunicação. O governo estadual viu dificuldades para renovação do convênio ou a contratação de outra entidade para a prestação do serviço. Os políticos do município disseram: Amém.

À época, o governo do estado teria um prazo de 10 dias, para solucionar o problema. Prazo este há muito expirado. Uma decisão judicial impôs uma multa de diária de R$ 500.000,00 mil reais. Entidade do estado; terreno do município. Dois bicudos que não se beijam. Não falam a mesma língua. A birrinha é deles; o prejuízo é do povo. Hoje, silêncio sepulcral. Mas assim que a entidade baixou as portas, o promotor da Infância e Juventude da Comarca de Patrocínio, Fábio Alves Bonfim, falou aos microfones do Sistema Difusora, revelando que alguns adolescentes foram liberados, outros, entraram em regime de semi-liberdade e os demais adolescentes foram transferidos para outros centros de internação de cidades como, Tupaciguara, Uberaba, Patos de Minas, Unaí e Frutal. Como se pode notar, municípios longe de Patrocínio. Adolescentes, sem a mínima condição de serem acompanhados por familiares e assistidos pelos programas da entidade.

A unidade, contava ainda com cerca de 90 colaboradores, pois além de centro de internação, tinha internamente uma unidade escolar. Ponha na conta de nossos políticos.

OUTRO ATESTADO DE INCOMPETÊNCIA

Quer outro exemplo de que estado e município, não falam a mesma língua e quem perde é nosso povo: Patrocínio, está há quase 04 meses sem um Delegado Titular Regional. Depois de 04 anos de bons serviços, o Delegado especial Dr. Valter André Biscaro Salviano, foi nomeado em Fevereiro deste, pelo Governador Romeu Zema e pelo Chefe Geral da Polícia Civil de Minas Gerais, como o novo chefe e delegado regional da 2ª DRPC lá na terra do governador. Ficamos chupando o dedo. Patrocínio já contou em sua jurisdição regional, com 08,07... Delegados... hoje, apenas, 02. Há que se registrar que em seu trabalho interino, ambos, tem se desdobrado, para manter a paz e a ordem. E vem conseguindo. Não precisa dizer que é um trabalho regional estafante. Tem cabimento? Não dá para eximir a culpa. É, sem dúvida, mais um atestado de incompetência de nossos políticos, mas tem outro agravante. O qual devo dizer aqui em letras grandes, para ecoar em seu gabinete: “ZEMA, ZEMA, ZEMA, se candidatar, você é disparado, o meu candidato preferido e até querido, MAS O QUE VOCE TEM CONTRA A NOSSA PATROCÍNIO?. O QUE?”  

POSTURA

Críticas sobre o nosso trabalho? Adoto o seguinte critério, (que você também poder fazer o mesmo): Vejo bem quem fala, o que fala, como fala, por que fala, de onde fala e ...se pode mesmo falar. Há críticas que constroem, amadurecem, edificam, jogam pra cima. Estas, absorva, considere, abrace, implore por elas. Há críticas, no entanto, que são rasteiras, frutos de arrogância, arrebentam, destroem, detonam. Não absorva, não considere; delete, bloqueia.

Regionalização. O IBGE tem a sua. A Fundação João Pinheiro, da mesma forma, tem a sua. Como áreas tais como a Saúde e Educação também têm as suas. A mais importante é a do excelente IBGE, elaborada em 2017, denominada Regiões Geográficas. Mas muito polêmica, muito discutível, tratando-se de polarização. A polarização pragmática. A que ocorre verdadeiramente no cotidiano. Patrocínio é um belo exemplo das regiões adotadas pelo IBGE, distante da realidade. Sem sintonia com a atualidade.

SITUAÇÃO NO ESTADO – Segundo o respeitável IBGE, Minas tem treze Regiões Geográficas Intermediárias. Ou seja, treze grandes regiões onde se destaca uma cidade polo. Aquela cidade que mais oferece serviços às demais nas áreas de saúde, educação, econômica, comércio, emprego, enfim, para aonde os cidadãos das cidades menores se dirigem em busca de soluções para as suas vidas. Montes Claros, Patos de Minas, Uberlândia, Uberaba e Divinópolis estão dentre as treze. Até aqui, tudo bem com a regionalização do IBGE. Pois, essas cidades polarizam mesmo!

AGORA, ISSO É DIFÍCIL DE ENGOLIR – Patrocínio encontra-se na Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas. Por Patos é aceitável. Pela composição da região, é inaceitável. Pois, nessa região o IBGE colocou Patrocínio junto com Paracatu, Unaí, João Pinheiro e todo Noroeste. Patrocínio é simplesmente um estranho no ninho.

ENQUANTO... – De outro lado, essa mesma regionalização mostra que Patrocínio depende mais de Patos de Minas do que Uberlândia. Que Patrocínio se vincula mais a Arinos, Vazante e companhia do que a Monte Carmelo, Iraí de Minas, Romaria, Perdizes e outros municípios próximos. Não dá para aceitar. Não dá para entender!

A EXPLICAÇÃO TÉCNICA – Por aqui, há as Regiões Intermediárias polarizadas por Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas (dentre as treze regiões mineiras). Cada Região Intermediária é formada por Regiões Imediatas. Nas Regiões Imediatas, há uma cidade-polo em menor dimensão, que oferece alguns serviços às cidades menores. Na Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas tem três Regiões Imediatas: Unaí, Patrocínio e a própria Patos de Minas (isto é, Patos desempenha o papel de cidade polo macro e micro).

A REGIÃO DE PATROCÍNIO – A Região Imediata de Patrocínio é formada por Coromandel, Guimarânia, Cruzeiro da Fortaleza, Serra do Salitre e Patrocínio. Essa micro está correta. Embora Iraí de Minas gera dúvida: qual a micro pertence, Patrocínio ou Monte Carmelo?

AS VIZINHAS – A Região de Uberlândia é constituída de três Regiões Imediatas. Ituiutaba, Uberlândia e Monte Carmelo. Já a de Uberaba é composta por quatro Imediatas. Iturama, Frutal, Uberaba e Araxá. Assim, Região Intermediária é macro (exemplos: Uberlândia, Patos de Minas e Belo Horizonte). Região Imediata é micro (exemplos: Patrocínio, Monte Carmelo, Araxá e Unaí).

ONDE MORA A VERDADE – Na Região Imediata de Patrocínio, todos os municípios (Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Serra do Salitre e Patrocínio) buscam muito mais a Uberlândia do que a Patos de Minas. Dependem mais de Uberlândia do que de Patos de Minas. Estão mais “irmanados” com os municípios que são da Região de Uberlândia do que com os municípios da Região patense. Os fluxos demonstram isso.

SOLUÇÃO À VISTA – O Censo 2022 vem aí (começa daqui a dois meses). Esse levantamento estatístico mostrará se está certo ou não essa regionalização atual do IBGE. Paga-se para ver.

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Tive um sonho insólito numa madrugada destas. Mesmo não sendo lá muito bom para relembrar sonhos, esse vou me esforçar para reproduzi-lo da melhor forma.

O cenário era real: Praça da Matriz. Um dos cartões postais de Patrocínio. A praça mais histórica e cultural da nossa cidade. Adornada pelo sobrado de mais de 150 anos, nosso patrimônio histórico, onde funcionou a Câmara Municipal, Prefeitura, Casa da Cultura e hoje abriga o Museu Prof. Hugo Machado da Silveira. O Relicário Rangeliano.

Praça onde se localiza o Colégio Berlaar Nossa Senhora do Patrocínio, fundado em outubro de 1929. E a primeira Igreja de Patrocínio fundada em 1804. Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio.

O inusitado é que todas as pessoas que protagonizaram este meu sonho, já cumpriram com louvor suas missões de vida e estão na Pátria Superior. Se no conceito de Freud, os sonhos são realizações de desejos, meu desejo era que toda essa gente ainda estivesse aqui entre nós. Confesso que escrevo em lágrimas….

O sonho era mais ou menos assim: Atendia um pedido de minha vó-mãe-Badia, que pra mim era sempre uma ordem.

Disse-me ela: “Leva a lista de compra no Armazém Santa Terezinha, acerta a compra do mês passado e peça para anotar essa outra lá na caderneta. “

Os itens da lista eram praticamente os mesmos de sempre. Ela só queria a mais, um maço de fósforo, uma rapadura e uma corda pra varal. " Não vai passar na biblioteca, senão você rancha por lá" Ela já havia me falado, isso umas duas vezes..

Deixo casa de nº 134 da Rua Artur Botelho (que não existe mais) subo do fundão ao centro.

Tenho que passar pela Praça Matriz, até chegar no cantinho da Praça Honorato Borges, onde então ficava o tradicional Armazém Santa Terezinha.

Era uma linda manhã de sol. Apenas três quarteirões, nem sinto a caminhada. Quando chego na Praça da Matriz, noto uma movimentação. Como assim, algum evento, que não sabia? Grupo de duas, três, quatro pessoas conversam entre si ao longo da praça. Como tenho que passar no coração do largo, fico curioso para saber o que se passava...

Conheço logo, duas pessoas. Sr. Sebastião Eloi dos Santos e Sr. Pedro Alves do Nascimento. Ícones da imprensa local. Um, do jornal impresso; o outro, do rádio. Passei perto de ambos e pude ouvir que falavam do progresso de Patrocínio. “Precisamos urgente de um aeroporto” - Dizia, Sr Pedro Alves- “somos a Capital do Café. Não fica bem recebermos empresários deste e de outros setores sem o mínimo de infraestrutura” . “Concordo com você, Pedro, mas a imprensa tem de cobrar mais do prefeito Afrânio Amaral. O homem anda viajando demais. Essa gente chega ao poder e esquece o povo, ué ” saio de fininho, tamanho e minha reverência aos dois. Gostaria muito de continuar ouvindo os dois totem rangeliano, mas preciso prosseguir.

No próximo banco da praça, três pessoas conversam, numa linguagem muito culta. É Dr Gérson de Oliveira, Sr Diolando Rabelo e Sr. José Afonso Amorim. A prosa transita pela história, filosofia, antropologia, literatura e política. Fico parado sorvendo cada palavra. Apontando para as Palmeiras Imperiais, Dr Gérson, fala do valor de um gesto. Lembrando que essas Palmeiras foram trazidas do Rio de Janeiro, por intermédio do Cel. Theodoro Gonçalves. “Hoje elas adornam todas as praças da cidade”. A prosa culta corria. “Você está muito sécio, hoje”. Disse Sr. Diolando no meio de uma fala. Penso: o que quer dizer, sécio? Anoto a palavra para procurar no meu Alfarrábio. Noto alguém se aproximando da roda. É Dr Hélio Furtado de Oliveira, claro de terno e gravata e uma pasta debaixo do braço. Eu ali. Nos pés da sabedoria. Fico sabendo que sr José Afonso Amorim. Foi um dos fundadores e primeiro proprietário da Rádio Difusora de Patrocínio. Com o fechamento da TV Itacolomi, não mediu esforços, mobilizando um grupo de amigos para trazer a uma torre de transmissão da TV Integração (Rede Globo) para Patrocínio. Dr Hélio Furtado de Oliveira, fez uma brincadeira, ( como, assim? Dr. Hélio, brincado? Sim. Ele mesmo) Pede desculpas, pois está indo para o Colégio Nely Amaral, onde é diretor. Também, preciso me aluir. Eita, Sô, Diolando! Ia anotar o termo “escalafobético”. Mas, me lembro o significado, nessa ele não me pegou.

Caminho alguns passos e me vejo entre quatro pessoas que conversam polidamente. É Dr Michel Wadhy, todo de branco, Dr Renato Cardoso, Prof. Hugo Machado da Silveira e Dr Edgard de Andrade Rocha. Dr Michel me dá abraço

efusivo. Dr Renato, diz que tem me acompanhado nas páginas do Jornal de Patrocínio e vai indicar meu nome para concorrer a uma cadeira na Academia Patrocinense de Letras. Pego de surpresa a cabeça roda e a voz desaparece. Não sei o que dizer e fico mais emocionado ainda quando aperto pela primeira vez a mão do Dr Edgard. (Ex Juiz de Direito. Cronista singular. Uma das expressões de maior cultura, conceito e credibilidade de todos os tempos em nossa Patrocínio)

Me despeço e ainda, posso ouvir, o Prof. Hugo, me convidando para uma reunião na Casa da Cultura na próxima Segunda -Feira.

Já estou no coração da praça, onde na década de 30 existia um coreto com muitas atividades culturais. Olha quem vejo. Véio do Didino, Humberto Cortes, Joaquim Assis Filho, Carmo Pintor e Ignácio Verdureiro. Assunto? Futebol Rangeliano. Eles realmente conheciam a saga do futebol Amador. Dava gosto ouvi-los discorrerem sobre o Ipiranga, Flamengo do Véio e CAP. Sr. Inácio Verdureiro e Humberto Cortes, arrancavam gargalhadas, com seus causos pitorescos.

E olha quem vejo cruzando a Praça em direção à igreja, toda sorridente, saudando todo mundo: Vera Nunes. Depois que falei pra que ela que a caçula lá de casa tem o nome dela em sua homenagem. Ela ficou ainda mais afetiva comigo. Mas não foi desta vez que distingui a cor dos olhos dela. Eram verdes ou azuis?

O sino da Matriz badala nove batidas. Preciso cruzar a praça. Ando alguns passos e me deparo com uma roda bem animada. O papo ali é musical. Paulinho Machado, Sr Sesostres Pedro da Silva, Maestro João da Banda, Lázaro Camilo e Lincoln Machado. Quando cheguei, Sr Sesostres, perguntava ao Lincoln, se ele tinha um LP de Ernesto Nazareth, com a música “Gotas de Ouro”. Disse que sua filha, Nely Caixeta, iria lhe ajudar na gravação de um disco.(CD) Lincoln, claro, tinha a relíquia musical na sua discoteca. Era só, passar na casa verde da Praça do Tiro de Guerra e apanhá-lo. Todos, queriam ouvir Paulinho Machado, cantando e contando a história do Bolero Sebastiana. Cuja musa, era uma encantadora empregada doméstica , que veio da localidade de Santa Rosa (Coromandel-MG) e pelo visto, bagunçou corações por aqui..

Lázaro Camilo, comenta de uma homenagem que recebeu do Conselho Regional da Ordem dos Músicos de Brasília, onde lecionou música por 19 anos no Colégio Marista Champagnat na Capital Federal. Negrinho do Zé Camilo, como é conhecido, recebe os parabéns, de ninguém menos do que o Maestro João de Souza, o “João da Banda”, comanda e faz bonito com a “Fanfarra do Colégio Dom Lustosa” e “Banda Abel Ferreira”.

" Não, muito obrigado, Sr Saul!" Difícil dizer estas palavras. Era o Saul das Amêndoas. Qual o segredo de fazer uma iguaria tão deliciosa. Pena que nunca tinha dinheiro quando ele passava por mim com o cesto de amêndoas na cabeça.

Não acredito nos meus olhos! No último banco. Rondes Machado, Paulinho Cândido Alves e Joãozinho do Alto da Estação. Daria um livro a prosa que flui serena desta roda.

Por fim, Rondes me convida para mais tarde visitarmos Dona Tuniquinha. Fica confirmado. Não vejo a hora. Naquela casa somos recebidos como chefes de estados. Vamos rever a coleção de cerca de 300 latas dela que nem a Nestlé, possui algo igual.

Meu senso de responsabilidade fala mais alto. Tinha uma missão a cumprir.

Enquanto me afastava da praça, ainda ouvia ao longe o violão de Paulinho Machado e o Saxofone de Plínio Moreira, que havia chegado por ali... “Ya no estas a mi lado corazón.” Dava para reconhecer o velho bolero...

O sonho na realidade não existiu. As pessoas sonhadas, sim. Esta é a magia de tudo. Gente que cruzou o meu caminho. Cada um, no seu tempo, ao seu modo, com a sua característica, deixaram o seu melhor entre nós. Nunca esqueçamos, quem faz a cidades são as pessoas.

Estes (e tantos outros não citados no sonho) estão no eterno livro de história de Patrocínio e na terna memória do meu coração.

Desta vez eu não me ranchei na biblioteca, Vozinha. Estava nos pés da sabedoria….

Geografia. Dizer um pouco sobre ela é prazeroso. E muitas vezes, curioso. O homônimo de municípios torna-se curiosidade total. Patrocínio tem xarás. Patos de Minas nem se fala. Até além fronteiras mineiras, há algo interessante. Seria possível existir no Nordeste a cidade mais cosmopolita do mundo? A sede da ONU estaria lá?

QUATRO PATROCÍNIOS – A Capital do Café é o principal e mais progressista Patrocínio, com os seus 93 mil habitantes. Porém, em Minas Gerais, há o segundo. Denominado Patrocínio do Muriaé, com população de apenas 5.800 habitantes e tão somente menos de 5% do território de Patrocínio (108,2km²). Situa-se na Zona da Mata, polarizada pela conhecida Muriaé.

OS OUTROS DOIS... – Bem próximo à Franca-SP, antiga capital brasileira de calçado, há Patrocínio Paulista. Quase 15.000 habitantes de patrocinenses, porém paulistas. E bem no oeste do Paraná existem também patrocinenses. Segundo o IBGE, são as pessoas nascidas em São Jorge do Patrocínio. Que é um município paranaense com pouco mais de 5.500 habitantes, em território correspondendo a 15% do grande município de Patrocínio-MG.

E TEM UM QUINTO PATROCÍNIO – O município de Virginópolis, na região de Governador Valadares, até 1924, quando distrito, chamava-se Patrocínio de Guanhães. Tanto é que a padroeira da cidade é a mesma dessa terra do Índio Afonso e do Rangel: Nossa Senhora do Patrocínio.

PATOS TEM MAIS XARÁS... – Com população de 155 mil habitantes e área territorial de 3.190km², Patos de Minas é destaque nacional. Inclusive entre a “turma” dos outros Patos. Lá na Paraíba (do Hulk do Galo), o município paraibano de Patos tem 109 mil habitantes em 473km². Ou seja, maior também do que Patrocínio. No Piauí, há Patos do Piauí com 6.500 patenses. Já no Maranhão, existem mais 26 mil patoense (escreve é assim lá) no município chamado São João dos Patos. E em Minas, Patos de Minas tem um xarazinho na região de Pirapora, com o nome de Lagoa dos Patos, onde se estima 4.100 habitantes lagoa-patenses.

ACREDITE! MUNICÍPIOS INTERNACIONAIS NO PAÍS – Nova Iorque não está somente nos EUA. No Maranhão também tem o seu município. Nova Iorque, com 4.700 habitantes nova-iorquinos. A bela Buenos Aires é somente a capital da Argentina? Não! Há Buenos Aires, em Pernambuco, divisa com a Paraíba. E com muita gente: 13.300 buenairenses. E as “grandes cidades” não param por aí. Há Nova Roma em Goiás, Nova Roma do Sul no Rio Grande do Sul, Mata Roma no Maranhão, Parisi (escreve assim) em São Paulo, Barcelona no Rio Grande do Norte, Coimbra em Minas e tantos outros nomes que lembram o mundo de hoje e de ontem, coloridos de verde-amarelo.

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Eu brincava com meu pai dizendo que estava ficando velho, pois já tinha netos. Na realidade meu primeiro neto nasceu quando eu tinha 36 anos e minha esposa, Márcia, 33. Nos casamos muito jovens. Meu pai dizia, rindo: “você notará que está ficando velho quando os de sua geração começarem a morrer de causas naturais”. Numa conversa simples, ele — que já faleceu —, me dava mais uma lição de vida.

Esta semana morreu mais um contemporâneo meu. Vangelis Papathanassiou, ou simplesmente Vangelis. O Vangelis faleceu com 11 anos mais que eu, aos 79 anos, mas fez a diferença para todas uma geração e, sim, era meu contemporâneo. Vangelis Papathanassiou, ou simplesmente Vangelis. O Vangelis faleceu com 11 anos mais que eu, aos 79 anos, mas fez a diferença para toda uma geração e, sim, era meu contemporâneo. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, foi quem deu a notícia nesta quinta-feira (19). "Vangelis Papathanassiou não está mais conosco", tuitou o primeiro-ministro. "O mundo da música perdeu o (artista) internacional Vangelis", acrescentou.

Em mais de 50 anos de carreira, o artista conhecido apenas como Vangelis encontrou inspiração na exploração espacial, na natureza, na arquitetura futurista, no Novo Testamento e no movimento estudantil de maio de 1968 na França.
Numa reportagem do Diário de Pernambuco., explica que Vangelis foi pioneiro da música eletrônica, este gênio autodidata dos teclados sempre gostou de experimentar, passando facilmente do rock psicodélico e do sintetizador à música étnica e ao jazz.
Sua trilha sonora para "Carruagens de Fogo" ganhou um Oscar em 1982, quando competiu com a trilha de John Williams para o primeiro filme de Indiana Jones.

Este tema, que liderou as listas de sucessos nos Estados Unidos, também teve grande impacto no Reino Unido e foi usado nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

"Sua maestria e sua inspiração tempestuosa na criação de sons, totalmente originais, criaram um público mundial", disse a ministra da Cultura grega Lina Mendoni, assegurando que Vangelis "foi ecumênico".
Suas trilhas sonoras também incluem 'Missing - O Desaparecido', de Costa-Gavras, 'Lua de Fel' de Roman Polanski e 'Alexander' de Oliver Stone.

Também compôs músicas para balé e teatro, bem como o tema da Copa do Mundo de futebol em 2002.
Evangelos Odysseas Papathanassiou nasceu em 1943 no povoado de Agria, perto de Volos (centro da Grécia). Foi um menino prodígio e deu seu primeiro concerto de piano aos seis anos, sem nunca ter feito aulas."Nunca estudei música", disse ele à revista grega Periodiko em 1988, lamentando a crescente "exploração" imposta pelos estudos de música e os meios de comunicação.
"Você pode vender um milhão de discos e se sentir fracassado. Ou pode não vender nada e se sentir muito feliz", disse na ocasião. Após estudar pintura na Escola de Artes de Atenas, Vangelis se uniu à banda de rock grega "Forminx" na década de 1960.
Seu sucesso foi afetado pela chegada da junta militar em 1967, que restringiu a liberdade de expressão.Tentando chegar ao Reino Unido, ficou bloqueado em Paris durante o movimento estudantil de maio de 1968 e, junto com outros dois exilados gregos, Demis Roussos e Lucas Sideras, formou uma banda de rock progressivo, "Aphrodite's Child". A banda vendeu milhões de álbuns com sucessos como "Rain and Tears", antes de se dissolver em 1972. Ao se mudar para Londres em 1974, Vangelis criou os estúdios Nemo, "um laboratório de som", que produziu a maioria de seus álbuns.
- "O sucesso é traiçoeiro" -
"O sucesso é doce traiçoeiro", admitiu o compositor à revista The Observer em 2012. "Ao invés de conseguir avançar livremente e fazer realmente o que você quer fazer, fica bloqueado e é obrigado a se repetir", explicou. Em uma entrevista em 2019 aos Los Angeles Times, o músico falou de seu trabalho no filme "Blade Runner", de Ridley Scott. "Quando vi as imagens, percebi que isso era o futuro. Não é um bom futuro, logicamente. Mas é para lá que vamos", assegurou.
Vangelis, cujo nome foi usado em 1995 para batizar um planeta, tinha fascínio pelo espaço. Em 1980, colaborou com a música do documentário científico Cosmos, ganhador do prêmio Carl Sagan.
Ele também compôs músicas para missões da Nasa (2001 Mars Odyssey e 2011 Juno Jupiter) e um de seus álbuns, indicados ao Grammy, foi inspirado na missão da sonda espacial Rosetta em 2016.
Nos últimos anos de sua vida, Vangelis dividiu seu tempo entre Paris, Londres e Atenas, permanecendo sempre discreto sobre sua vida privada

Para situá-lo, primeiro vou contar quem ele era: Compositor grego de trilhas sonoras para filmes: Blade Runner — thriller futurista de Ridley Scott de grande sucesso até hoje — , Carruagens de Fogo — filme sobre o triunfo de corredores britânicos nas Olimpíadas de 1924 (ganhou o Oscar de melhor trilha sonora) — , Desaparecido, Um grande mistério — sobre o golpe de estado no Chile —, Rebelião em Alto Mar — refilmagem de “O Grande Motim” de 1962, estrelado por Mel Gibson e Antony Hopkins -, e 1492: A Conquista do Paraíso — sobre a descoberta da América, com Gérard Depardieu com Cristóvão Colombo, também dirigido por Riddley Scott. Suas trilhas sonoras também incluem Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras, Lua de Fel, de Roman Polanski, e Alexander, de Oliver Stone.

Mas, no começo da carreira, nos anos 1960 e 1970. Fazia parte de uma banda que era um grande sucesso entre nós, jovens dos anos 70: o Aphrodite's Child, uma banda grega de rock progressivo formada em 1968 com ele — o multi-instrumentalista Vangelis Patas-galhanas —, pelo vocalista Demis Roussos, e o baterista Loukas Sideras. Depois de uma tentativa frustrada para entrar na Inglaterra, a banda reagrupou-se em Paris, onde o guitarrista Anargyros "Silver" Koulouris juntou-se a eles (embora ele fosse forçado a deixar a banda devido a prestação do serviço militar, com a guitarra e baixo sendo tocados por Roussos durante sua ausência).

Com a ajuda do Wikipédia vou falar um pouco do que era o “Aphrodite's Child”.

The Idols, We Five, Aphrodite’s Chile: A biografia do Aphrodite’s Child se mescla com a do artista Demis Roussos, o vocalista desse grupo. A partir dos 15 anos de idade, quando sua família mudou-se do Egito e voltou para a Grécia, Demis participou de vários grupos musicais. O primeiro, com 17 anos, The Idols, onde Demis tocava guitarra e baixo; os outros membros dos Idols: Jo (primo de Demis), Natis Lalaitis, Nikos Tsiloyan e Anthony. Nessa época, Demis tinha de trabalhar para sustentar sua família. Já nesse grupo Demis começou a destacar-se como cantor, a partir do momento no qual foi solicitado para substituir o vocalista, que estava cansado, para cantar algumas canções (o que começou com “The House of the Rising Sun” e “When a Man Loves a Woman”).

Com o compositor Lakis Vlavianos, Roussos deu início à banda We Five, já como vocalista principal. Mas somente começou a ficar mais conhecido a partir de 1968, com a banda de rock progressivo Aphrodite’s Child, formada no Reino Unido, para a qual Demis associou-se a outros dois músicos gregos, respectivamente, Vangelis (ou Vangelis Papatanassiou) e Loukas Sideras, primeiramente como vocalista e depois também como guitarrista e baixista. Vangelis ficou como compositor principal e tecladista, enquanto Loukas cuidava da bateria.

No entanto, por falta de permissão para trabalhar na Inglaterra, o grupo mudou-se para Paris, então atingida pela Revolução de Maio de 1968. O primeiro álbum foi Rain and Tears, o qual obteve tremendo sucesso e vendeu um milhão de discos apenas na França. Nos próximos anos, o desempenho do grupo foi excelente. Com a voz de estilo de ópera de Roussos, a banda passou a ter sucesso em nível internacional, inclusive com 666, o último álbum. Logo após o lançamento dessa obra, por razões diversas, decidiram acabar com o grupo. Mas antes da dissolução, o Aphrodite's Child estourou na Europa e outros países com grandes sucessos, tais como: Rain and Tears (compositor, Vangelis, letrista, Boris Bergman); It’s Five O’clock, I Want to Live, End of the Eldoro, Marie Jolie e Spring, Summer, Winter and Fall.

Mas, quem era Vangelis e porque me atingiu tanto sua morte? A morte ocorreu na terça-feira (17). A causa, porém, não foi divulgada oficialmente. Segundo a mídia grega, Vangelis morreu de coronavírus na França, onde vivia em certas temporadas.

Pioneiro da música eletrônica, este autodidata inspirava-se na exploração espacial, na natureza, na arquitetura futurista, no Novo Testamento ou no movimento estudantil de maio de 1968 na França. Nascido em 1943 em Vólos, na região da Tessália, na Grécia, ele cresceu em Atenas e formou sua primeira banda em 1963, chamada Forminx, tocando a música pop da época.

Na década de 1970, assinou um contrato solo com a RCA Records e começou sua carreira como compositor de trilhas sonoras. A música que fez para Carruagens de Fogo ganhou um Oscar em 1982, quando competiu com a trilha de John Williams para o primeiro filme de Indiana Jones. O tema foi tão marcante que passou a ser associado a corridas e maratonas.

Suas trilhas sonoras também incluem Missing - O Desaparecido, de Costa-Gavras, Lua de Fel, de Roman Polanski, e Alexander, de Oliver Steno

Agora, você, querido leitor, entende por que senti a morte de Vangelis sem conhecê-lo pessoalmente? Porque ele faz parte de um tempo de juventude, ídolo da minha “patota” — que era galera, nestes tempos .

Mesmo reconhecendo que os tempos atuais são tão bons quanto aquele época — em vários casos, muito melhores —, bate uma saudade, entende? E como diria Júlio Costa, meu querido pai, em outra lição: “nosso tempo é agora, o que passou fica no passado. O de bom e o ruim”.

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