Oswaldo Pieruccetti . Foto: Cedoc|ALMG

Singularidade. A Academia Patrocinense de Letras–APL completou 39 anos, no dia do aniversário do Município. É a corte suprema das letras escritas por mãos nascidas na Santa Terrinha ou por mãos de quem ama Patrocínio, acima da vaidade, de vontades políticas e econômica. Seu primórdio, os seus imortais, a sua missão, fazem parte da história de Patrocínio.
 
O COMEÇO – Sob o comando do médico-poeta Michel Wadhy, a fundação se deu em 7 de abril de 1982. Ele e mais quatorze ilustres cidadãos se tornaram sócios/fundadores. Médico Jesus Santos (falecido), Juiz Edgard de Andrade Rocha (falecido), médico José Garcia Brandão (falecido), Sebastião Elói dos Santos (falecido), escritor Paulo Acácio Martins (residia em BH, falecido), professor Hugo Machado da Silveira (falecido), escritor e cineasta Alberto Araújo (residente em Goiânia) e escritor Júlio César Resende (residente em Patos de Minas). E ainda os saudosos advogado Gerson de Oliveira, radialista Joaquim Assis Filho, poeta Mauro Chaves, poeta Aldo Botelho, promotor Dimas de Rezende Monteiro e médico José Figueiredo.
 
MAIS IMORTAIS – Posteriormente, em 1990, o renomado professor da UFMG Júlio Barbosa, poeta Ivan Gomes da Silveira (residente em BH) e este escritor-economista (por indicação de Sebastião Elói e Gerson de Oliveira) receberam a honraria de se tornarem acadêmicos. Mais tarde, foi a vez das professoras Geralda Pereira (falecida), Olga Barbosa (falecida) e Teodora de Castro Ribeiro (falecida). Além da escritora e publicitária Jussara Queiroz (residente em BH) e do promotor Renato Cardoso (falecido).
 
COMO FUNCIONA – A APL é regida por estatuto e regimento interno. A sua sede própria é no Edifício Ouro Verde à Av. Rui Barbosa. A finalidade básica é aprimorar as vocações literárias de Patrocínio. A estrutura é dividida em cadeiras. Cada cadeira tem o seu patrono (celebridade importante da história patrocinense, sobretudo nas artes e na escrita). As cadeiras foram e são ocupadas por sócios fundadores e sócios efetivos.
 
COMO É A ADMISSÃO – Um novo membro apenas será admitido quando indicado por dois sócios. Essa indicação será ratificada, após eleição entre todos os membros efetivos. Depois, o nome será submetido ao Conselho Superior, que, por voto secreto, decidirá. Isso após a avaliação dos méritos culturais, das obras e do currículo do candidato. O Conselho é formado pela diretoria e cinco sócios efetivos.
 
HOJE, OS ACADÊMICOS FUNDADORES – Com 39 anos de existência, dentre os primeiros 15 acadêmicos, sobrevivem apenas Alberto Araújo (cadeira 7) e Júlio César Resende (cadeira 8).
 
OS PRIMEIROS ESCOLHIDOS PÓS-FUNDAÇÃO – Ivan Gomes da Silveira (cadeira 6) e Eustáquio da Abadia Amaral (cadeira 12), eleitos em 1990 e empossados na sessão solene realizada naquela ocasião comemorativa no Ginásio Dom Lustosa. Desses dois acadêmicos da primeira geração da academia residem em Belo Horizonte. E Júlio Barbosa é falecido.
 
COMPLEMENTO DA LISTA DOS VETERANOS – Eleitos em 1994, Geralda Pereira (cadeira 24), Jussara de Queiroz Mesquita (cadeira 19), Jorge Lasmar (cadeira 14) e Teodora de Castro Ribeiro (cadeira 17). Desses quatro acadêmicos, Jussara sobrevive.
 
OS ACADÊMICOS/2004 – Maria Helena de Resende Malagoli, ocupante da cadeira nº 1, atual presidente, escritora de peças teatrais e professora de Literatura Inglesa e Norte-americana. Luiz Antônio Costa (cadeira nº 3) escritor, editor de revista, jornal, rádio e televisão. Cecílio de Souza (cadeira nº 4), escritor e cronista do Jornal de Patrocínio; advogado José Humberto Machado (cadeira nº 11, falecido); Paulo Sérgio Martins (falecido), da cadeira 13, ex-administrador e ex-servidor da Secretaria da Fazenda; Milton Ubaldo Magalhães, cadeira 15, renomado escritor/colunista da Gazeta de Patrocínio e Patrocinioonline.com.br; Hedmar de Oliveira Ferreira, cadeira nº 16, doutora em História e escritora; Marisa de Andrade Rocha, cadeira 18, formada em Letras, pós-graduada e especialização em Linguística e professora de Língua Portuguesa; Antônio Dias Caldeira, ocupante da cadeira 20, cronista, redator e articulista de jornal; Maria Elizabete Moisés, cadeira 21, economista; Paulo de Lima, cadeira 22, teólogo, formado em Filosofia Pura, professor de Latim e Italiano, escritor de dois livros; Vanda Maria Santos Lobato, cadeira 23, poetisa. Padre Marcus Vinicius Maciel, cadeira 25, graduado em Filosofia e Teologia, reitor e pároco da Igreja dos Sagrados Corações de Belo Horizonte (Igreja Padre Eustáquio).
 
ACADÊMICOS DA NOVA GERAÇÃO – Entre os 25 ocupantes de cadeira na Academia, há os jornalistas José Elói dos Santos Neto (Maisumonline) e Joaquim Correia Machado (Jornal de Patrocínio).
 
DEIXARAM SAUDADE – Assim, passaram pela APL ícones da inteligência municipal. Médico e membro da Academia Mineira de Medicina Jesus Santos. Médico José Garcia Brandão. Sociólogo Júlio Barbosa (professor da UFMG). Sebastião Elói dos Santos, o jornalista patrocinense do século XX. Joaquim de Assis Filho (Rádio Difusora), excelente comunicador dos anos 80. Médico José Figueiredo. Promotor Público Renato Cardoso, grande responsável pela memória da Academia. Poeta Aldo Botelho. Escritor e professor Hugo Machado da Silveira. Poeta Mauro Chaves. Promotor Público Dimas Rezende Monteiro. Pintor clássico José Pereira Santiago. Professora Olga Barbosa. Advogado e pesquisador Gerson de Oliveira. E o médico Michel Wadhy. Todos falecidos. Todos imortais. Todos são flores no jardim da eternidade da cidade. Para sempre.
 
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Patrocínio, 179 anos como Município;

comemorados dia 7 de abril.

Parabéns!

 

E 147 anos como cidade;

comemorados dia 12 de janeiro.

 

No teu passado, amada Patrocínio, tens documentado:

– Tu és o 32º município mais antigo de Minas;

– E um dos três municípios mais antigos do Triângulo; por isso possuís história;

– Já pertenceste a São Paulo, Goiás, Paracatu e Araxá;

– O diamante mais bonito do Brasil foi encontrado em teu chão, quando Estalagem fazia parte de teu torrão;

– Celebridades como o cientista Saint Hilaire, o rei Ambrósio do Quilombo, o herói ou bandido Índio Afonso e o escritor Bernardo Guimarães viveram sob o teu céu anil;

– Santidades que conheceste,que conviveste, Padre Eustáquio e (bispo) Dom Lustosa, moram exatamente em teu coração;

– Tu és, Patrocínio, terra que abrigaste a Invasão Holandesa, que promoveu evolução cultural, educaciohnal e da religiosidade de teus filhos.

 

O teu presente, a tua atualidade, és um primor.

– Há muito tempo, és o maior produtor de café do Brasil;

– Também és o segundo maior produtor de leite desse mundo das Gerais;

– Tens a maior reserva de titânio do planeta;

– E a melhor água mineral magnesiana brasileira;

– Terra do glorioso Clube Atlético Patrocinense, o querido CAP, registrado em 1954;

– Terra de grandes empresários nacionais;

– Terra de deputados e senadores desde o Império Brasileiro;

– Cidade de gente fina, gente formosa, gente bela, independente da idade.

 

Tu és Patrocínio, um paraíso. Uma dádiva. Um sonho. O berço de venturosas pessoas, intelectuais ou não.

– Parabéns, terra adorada. Tu és demais... para um apaixonado cheio de emoção.

– E para uma multidão patrocinense por ti enamorada.

 

(Reprodução da crônica, musicada e em vídeo, circulando na internet, em comemoração a 7 de abril.)

 

PALAVRA FINAL EM TRÊS LANCES

1 – PRECIOSIDADE DE SERRA NEGRA – O escritor patrocinense Fabiano Salim, residente em Belo Horizonte, referindo-se a uma crônica, de nossa autoria, na Rádio Capital, sobre o Hotel de Serra Negra, revelou primorosa informação. Confirmou o que esta coluna disse há dez anos.

 

2 – A REVELAÇÃO DE FABIANO SALIM – “Conheci um médico e pesquisador, em Brasília, cujos trabalhos eram voltados para águas. Ele me disse que a água de Serra Negra tinha uma propriedade, que no Brasil, existiam em apenas duas cidades. Em Patrocínio e em um município gaúcho, provavelmente Sarandi.”

 

3 – A COMPOSIÇÃO DA SANTA ÁGUA – Continua Salim: “Essa propriedade reside no fato de ter um segundo tipo de magnésio, que, de acordo com o médico-pesquisador, seria importante na prevenção de infarto. Ele ainda me sugeriu um trabalho de marketing.” À época, Fabiano Salim, apresentou cópia do estudo desse médico-pesquisador aos proprietários do hotel. Mas, provavelmente, devido à fase de transição, não houve evolução na questão.

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Para Plínio Marcos, naquele 1985, a imprensa brasileira já deixava muito a desejar. Se ele fosse vivo hoje diria que nada mudou na mída

Foto: Prefeitura de Santos|Divulgação

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Uma das coisas que a profissão me permitiu foi conversar com pessoas e ter experiência que de outra forma eu não teria. Sou grato a Deus por isso. O personagem da crônica de hoje é uma dessas pessoas que valeu a pena conhecer. Essa "Som da Memória", na minha concepção, é uma das melhores, pois seu personagem é um personagem da cultura mundial, embora o reconhecimento pelo seu talento e capacidade esteja longe de chegar ao que foi o escritor, dramaturgo, ator e jornalista Plínio Marcos. 

Era maio de 1985 a reabertura do Teatro Rosário na Praça Honorato Borges, onde antes funcionava o então decadente Cine “Teatro” Rosário, deveria ser uma festa. Mas, como nos dias atuais, a cultura estava num plano inferior, com o Brasil ainda saindo da escuridão, sem saber que rumo tomaria. Aquele teatro deveria ser uma grande opção de cultura e lazer para a população e espaço para artistas mostrarem o seu trabalho. Mas que durou pouco.

A programação reabertura foi com o grupo sul-americano Tarancón, inclusive com músicos Mineiros na composição. À inauguração compareceram caravanas de Coromandel, Patos de Minas, Monte Carmelo e grande público patrocinense. Na semana seguinte, um sábado, dia 18 de maio, a “Talento”, empresa dos jovens Flávio José de Almeida e José Isaac, trouxe a Patrocínio, o dramaturgo, escritor e jornalista Plínio Marcos. Este vinha com a peça “O palhaço repete o seu discurso”. Foi um sucesso estrondoso, visto que mais de 400 pessoas viram, riram e aplaudiram.

O talento e a capacidade de Plínio Marcos eram indiscutíveis. Eu, um jovem repórter do interior, também achei que tão indiscutível quanto seu talento “era a sua prepotência e falta de educação”. Mas, Plínio Marcos tinha toda a razão em tratar mal à imprensa e você vai saber porque.

No restaurante Brumado dos Pavões, que funcionava no mesmo prédio do Cine Teatro Rosário, procurei Plínio Marcos. Depois do espetáculo ele estava lá sentado, sozinho, camisa xadrez, bolsa a tiracolo grande, amarela e velha. Me apresentei como repórter da revista Presença. Queria falar da vida e arte dele. Mau educado e desatencioso, ele atendeu me atendeu. Conversamos um pouco, até que o gelo quebrou.

Então ele me contou uma história fantástica:

– Eu era cronista esportivo. Escrevia para revista Veja. Escrevi uma crônica sobre o time do Santos e a genialidade de Pelé. Acabei preso pela Polícia Federal.

– Ué, por uma crônica esportiva? - perguntei.

– É que a crônica colocava Pelé como responsável pela ascensão do time e fazia uma comparação a situação do país, que não tinha alguém que conseguisse fazer pelo país o que o jogador havia feito pelo Santos. - contou

– Mas, não tem nada demais. – ponderei

– Também acho, só porque eu disse o ironizando “a não ser que Pelé seja o presidente”.

Plínio Marcos destacava ainda na sua crônica que “não é com medalha que se faz a grandeza de um país”.

– E o que aconteceu? - perguntei

– Era período de repressão. A partir desse instante a perseguição aumentou e eu fui despedido da revista Veja por pressão. Mino Carta era o meu chefe na época. Quando ficou sabendo, também pediu demissão. Depois ele fundou o jornal “República” e me levou. Acabou me despedindo. - contou

Mas, para Plínio Marcos “a censura agora(1985) é muito pior. A imprensa toda me boicota”. Aí, entrou a minha opinião de repórter inexperiente, que não tinha a mais vaga noção de como a grande mídia agia – hoje é pior –, e o que pensava era baseado no que eu lia, principalmente na Folha, no Estadão e no Estado de Minas. Coloquei no texto da revista Presença, que esse fato – do boicote da imprensa – era é fácil entender “pela da maneira com que trata os repórteres”. Repetindo o que lia sem saber que ele protestava contra os veículos, não com os repórteres como eu ou ele.

Plínio Marcos explicou como funcionava.

– O Estadão - jornal Estado de São Paulo – não crítica nem elogia, simplesmente me ignora. Só a mim, a Dom Hélder Câmara – bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife; um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres, e a não-violência; o brasileiro por mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz, com quatro indicações - e muitas outras pessoas "

Para Plínio Marcos, naquele 1985, a imprensa brasileira já deixava muito a desejar. Se fosse vivo hoje diria que nada mudou na mídia

– Considero o jornal Folha de São Paulo uma porcaria. O único jornal razoável do Brasil é o JB, o Jornal do Brasil. Também não gosto do trabalho desenvolvido pela televisão e o do rádio pior ainda. - analisava

Sobre Tancredo e Sarney, tinha uma visão muito clara.

– Nada mudará com o novo governo – depois da ditadura – a única coisa nova é o nome, o resto é tudo velho. É necessário uma participação geral, de todos os segmentos da nação. Com Tancredo também não seria diferente, ele era um conservador que fez o ministério reacionário. O governo de José Sarney será a mesma coisa dos outros. - profetizou.

À minha pergunta sobre o que ele achava bom para o Brasil, Plínio Marcos respondeu sem pestanejar: “o povo. Para que seja feito algo, tem que ser iniciado de baixo para cima, caso contrário o resultado será nada " concluiu.

Quem era

Plínio Marcos de Barros (Santos, 29 de setembro de 1935 — São Paulo, 19 de novembro de 1999) foi um escritor brasileiro, autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época do regime militar. Foi também ator, diretor e jornalista. Foi casado por 25 anos com a jornalista Vera Artaxo, falecida em julho de 2010, e, anteriormente, com a atriz Walderez de Barros, com quem teve três filhos, entre os quais, o também dramaturgo Léo Lama. Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava principalmente aos artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais Última HoraDiário da NoiteGuaru NewsFolha de S.PauloFolha da TardeDiário do Povo (Campinas), e também na revista Veja, além de colaborar com diversas publicações, como OpiniãoO Pasquim, VersusPlacar e outras.

A obra.

Obra teatral. Teatro adulto

  • Barrela, 1958
  • Os fantoches, 1960
  • Jornada de um imbecil até o entendimento (1ª versão)
  • Enquanto os navios atracam, 1963
  • Quando as máquinas param (1ª versão)
  • Chapéu sobre paralelepípedo para alguém chutar (2ª versão de Os fantoches)
  • Reportagem de um tempo mau, 1965
  • Dois perdidos numa noite suja, 1966
  • Dia virá (1ª versão de Jesus-homem), 1967
  • Navalha na carne, 1967
  • Quando as máquinas param (2ª versão de Enquanto os navios atracam), 1963
  • Homens de papel, 1968
  • Jornada de um imbecil até o entendimento (3ª versão de Os fantoches)
  • Abajur Lilás, 1969
  • Oração de um pé de chinelo, 1969
  • Albina de Iansã (musical), 1970
  • Feira livre (opereta), 1976
  • Noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores (musical), 1977
  • Jesus-homem, 1978 (2ª versão de Dia virá, 1967)
  • Sob o signo da disco teque, 1979
  • Querô, uma reportagem maldita (adaptação para teatro do romance do mesmo título, escrito em 1976), 1979
  • Madame Blavatski, 1985
  • Balada de um palhaço, 1986
  • A mancha roxa, 1988
  • A dança final, 1993
  • O assassinato do anão do caralho grande (adaptação para teatro da novela do mesmo título), 1995
  • O homem do caminho (monólogo adaptado de um conto do mesmo título, originalmente intitulado Sempre em Frente), 1996
  • O bote da loba, 1997
  • Chico Viola(inacabada), 1997

Teatro infantil

  • As aventuras do coelho Gabriel, 1965
  • O coelho e a onça (história dos bichos brasileiros), 1998
  • Assembléia dos ratos, 1989
  • Seja você mesmo (inacabada)

Livros

  • Navalha na carne (teatro), 1968
  • Quando as máquinas param (teatro), 1971
  • Histórias das quebradas do mundaréu (contos), 1973
  • Barrela (teatro) (1976)
  • Uma Reportagem Maldita – Querô (romance), 1976
  • Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos (contos), 1977
  • Dois perdidos numa noite suja (teatro), 1978
  • Oração para um pé-de-chinelo (teatro), s/data
  • Jesus-homem (teatro), 1981
  • Prisioneiro de uma canção (contos autobiográficos), 1982
  • Novas histórias da Barra do Catimbó (contos), s/d
  • Madame Blavatski (teatro), 1985
  • A figurinha e os soldados da minha rua – histórias populares (relatos autobiográficos), 1986
  • Canções e reflexões de um palhaço (textos curtos), 1987
  • A mancha roxa (teatro), 1988
  • Teatro maldito teatro (contém as peças Barrela, Dois Perdidos Numa Noite Suja e O Abajur Lilás), 1992
  • A dança final (teatro), 1994
  • Na trilha dos saltimbancos (conto), data imprecisa
  • O assassinato do anão do caralho grande (noveleta policial e peça teatral), 1996
  • Figurinha difícil – Pornografando e subvertendo (relatos autobiográficos), 1996
  • O truque dos espelhos (contos autobiográficos), 1999
  • Coleção melhor teatro (com as peças Barrela, Dois perdidos numa noite suja, Navalha na carne, Abajur lilás, Querô), 2003

Obras publicadas no exterior

Kéro, un reportage maudit, traduzido por M. Kerhoas e P. Anacaona, collection Urbana, Editions Anacaona, Paris, 2015

 

Fonte consultada sobre obrasWikipedia

Todos nós ainda nos lembramos do slogan de Tiririca quando candidato à Câmara dos Deputados: “Com Tiririca, pior não fica’. E ficou. Claro que não se deveu a ações deste deputado. Tiririca, muito honesto e humilde, nunca faltou a uma votação no Congresso. Em 2017, decepcionado com a atuação parlamentar, pensou em renunciar diante das “coisas vergonhosas” que via no Congresso

Ainda neste tempo de Titirica, houve o golpe contra o governo da presidente Dilma, orquestrado com a ajuda do próprio PMDB que cometeu o maior erro de sua história, pois saiu totalmente enfraquecido. Michel Temer se revelou um presidente muito fraco com um Congresso mais fraco ainda. A oposição não perdoou Eduardo Cunha, presidente da Câmara, por ter aberto o processo de impeachment contra Dilma e votou pela sua cassação. Condenado a mais de 53 anos de prisão, hoje, já na prisão domiciliar, deve arrepender-se amargamente do caminho que escolheu. Com um executivo e legislativo fracos, o judiciário cresceu no vácuo criado e procurou lavar a lama da política. Com isto, os partidos políticos derreteram, esfacelaram-se chafurdados na lama que eles mesmos criaram.

Esperava-se que, com tanta sujeira à mostra, o Congresso seria muito melhor após as últimas eleições. Infelizmente, percebemos que os novos deputados ainda não mostraram a que vieram. Alguns por não terem cultura política, todos por não terem cultura parlamentar vivem submissos ao velho Congresso que continua pior em suas mazelas.

Collor, quando presidente, quis governar sem concessões ao Congresso e foi cassado. O Presidente Bolsonaro disse que governaria sem concessões e não teve jeito; não conseguiu, teve de ser render ao deprimente Centrão, Teve de ser render a grupos de congressistas, formados por deputados e senadores que visam unicamente às benesses do governo e do poder.

Há uma grande diferença entre o trabalho dos deputados e senadores. Os deputados além de defenderem o país, representam seus estados. É natural, portanto, que procurem atender a interesses regionais de estados e municípios. Já os senadores visam exclusivamente aos interesses do país. Se um projeto, por exemplo, é importante para um estado, mas é lesivo à nação, em tese não devem aprová-lo. Por isto, têm um cargo de um período maior, de oito anos, com eleições intermitentes, para evitar a descontinuidade da possível troca de todos senadores ao mesmo tempo.

Com isto, espera-se que congressistas trabalhem para engrandecer seus estados e o país. Que suas decisões fortaleçam a unidade nacional, gerem crescimento social e econômico e possibilitem o bem estar social. Espera-se que haja no Congresso líderes nacionais capazes de apontar rumos para o país, de dirigir os destinos de nossa nação.

Infelizmente, há uma ausência total de liderança no Congresso. Liderança se faz com grandes homens que se destacam pela altivez, pela lisura, honestidade e pela ética; que coloquem os interesses nacionais acima de qualquer situação de caráter pessoal, ou de grupelhos e que, sobretudo, apontem caminhos para a união do povo e para o crescimento nacional. Líder é aquele que tem seguidores que, quando fala, é ouvido. O último grande líder que tivemos, no Congresso, foi Pedro Simon.

O que se vê, hoje, no Congresso são pessoas que parecem desconhecer a importância e representatividade do cargo que ocuparam. Deprimente. Linguagem de baixo calão, ataque pessoais e às instituições falta ao decoro parlamentar e, pior de tudo, um grande número de congressistas com processos na Justiça, ou seja, no Supremo.

Deste modo, quando achamos que não há novas de formas de falta de lisura, quando achamos que o congresso já chegou ao fundo do poço este parece não ter fundo. Como pode, por exemplo, um senador – imaginem um senador da República –que esconde dinheiro nas nádegas, nos fundilhos, para fugir da polícia, continuar no Congresso? Como pode os congressista escolherem para Presidente da Comissão de Justiça uma deputada que vive atacando as Instituições e com processos judiciais no Supremo? Um deboche, uma afronta à nação.

Na realidade, precisa-se de uma reforma política urgente que reduza pela metade o número de deputados. Não uma reforma feita pelos próprios congressistas, mas elaborada por uma comissão de juristas, sociólogos, por representantes da sociedade como OAB, CNBB, entidades empresariais. A moralização começará por aí.

Com tantos deputados sem uma postura a altura de seu cargo, com tantas atitudes e situações que chocam o povo, o Congresso Nacional estará sempre desacreditado. E, lamentavelmente, pior.

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