Hoje trago alguns títulos de livros que me fisgaram, me pegaram de jeito deste a primeira vez que li.

Essa gente estava em "estado de poesia", quando batizou as respectivas obras. Como de diz aqui na internet "zeraram a vida"

Qual título de livro te fascina, se quiser, compartilha com a gente:


INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER” (Milan Kundera)


Protagonizado por 4 personagens (dois casais), Tereza e Tomas e Sabina e Franz, o livro é uma profunda reflexão sobre a condição humana e estes quatro personagens sentem, vivem, sofrem e aproveitam, cada um a seu jeito, as tentativas de sustentar essa pesada leveza que é a vida”. Leia de novo: INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER. Que título! Jamais li algo tão poético, filosófico, estético e por que não, contraditório: A vida.

 
ACEITA UMA MADRUGADA DE ESTRELAS?” (Roberto Rodrigues Júnior).


O psicólogo, escritor e palestrante, Roberto Rodrigues Júnior, “convida a refletir sobre a importância do desapego dos aspectos materiais tão ostensivos hoje e a valorizar a singeleza do viver, o simples ao alcance de todos, o olhar atento para o agora, o ouvido solícito, a pena à mão, os quais transformam o hoje em eternidade. Bicho do céu! Que título, cintilante, poético, romântico, quem no mundo não aceitaria uma oferta desta?


O SOM DA MEMÓRIA” ( Luiz Antônio Costa)


Este livro, do Jornalista, escritor, criador do portal Rede Hoje, ( Que lançou a "História de Uma Paixão Grená, 05/08/22) mas vamos destacar outra obra sua que deu origem a série "O Som da Memória" com crônicas ambientadas a partir das décadas de 1970, focalizando o cotidiano da adolescência e vida adulta jovem do autor e de pessoas comuns com muito humor e emoção. A comunicação - parte do dia a dia do autor, especialmente no rádio - está muito presente nesta série.” O autor é radialista, portanto, não tem uma música de 1970, para cá que ele não tenha ouvido. Que nave abstrata, mas poderosa: Som e memória. (Nova edição de “O Som da Memoria” será lançada em breve)

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade da Califórnia, por exemplo, mostrou que ouvir música pode despertar pelo menos 13 sentimentos: diversão, alegria, lembrança, beleza, relaxamento, tristeza, devaneio, triunfo, ansiedade, medo, aborrecimento, desafio e empolgação. Pra onde você quer ir no tempo e no espaço? O som da memória te leva.


ENTRE UM CAFÉ E OUTRO” ( Mônica Cunha)



Jornalista, Escritora, especialista em leveza. Apresentadora do Manhã Total da Record/TV Paranaíba. “urde um desenrolar de prosas e reflexões, que abriga o bem viver de um leitor. Ouso classificar suas palavras como sensoriais, capazes de nos remeter ao cheiro do café, ao sabor do bolo com laranja; à beleza da manhã, ao resvalar do capim nos pés, ao canto do passarinho e à algazarra das crianças, brincando de carimbada, cheirando a suor. Mas, de todos os sentidos, o mais presente é o cheiro da saudade.” Um dos títulos mais pleno de mineiridade que já li. O livro tem 160 páginas, mas li numa sentada na Biblioteca de Uberlândia. Como a autora foi feliz! Imagine, quanta coisa boa pode acontecer em nossa vida “Entre um Café e Outro?.


QUANDO OS BANDIDOS OUVEM VILLA-LOBOS” ( Leida Reis)


Patrocinense, jornalista, escritora, editora, guerreira da nossa literatura.

Trinta anos depois, um homem confessa um assassinato. A partir desse fato, a história retrocede até o Rio de Janeiro de 1959. Nesse período, quando o compositor Heitor Villa-Lobos está internado no Hospital dos Estrangeiros, um professor tenta plagiar obra do Poeta. Outros personagens, como o Maestro e a Escritora, transitam nesse universo, que compõe o romance ‘Quando os bandidos ouvem Villa-Lobos’ Quando li este título pela primeira vez, ainda sem saber o enredo, pensei, ai está a redencão, pela arte, no caso pela música. A decadência social e cultural, prosseguirá quando bandidos continuarem ouvindo Anitta, Pablo Vitar, Zé Vaqueiro, breganejo e outra sofrências.. Mas, quando bandidos ouvirem Villa-Lobos e cia, preparem para o milagre...


CISNE BRANCO DO MEU PENSAMENTO”


Talvez você não conheça este livro, mas você com certeza, conhece o autor patrocinense ( E Coromandelense) , hoje, dublê de poeta/cineasta/publicitário/produtor cultural e compositor, internacionalmente reconhecido.“Flores em vida” e “O intervalo do Vaga-Lume” já falam do critério e carinho que ALBERTO ARAÚJO escolhe os títulos de suas obras.

CISNE BRANCO DO MEU PENSAMENTO” é de 1983. Composto e impresso na Gráfica Real. Era um garoto, na época, mas já tinha excelente fabulação e sensibilidade poética. Via-se que ia longe. São centenas de poemas. Ele começa este seu primeiro livro assim:

São pensamentos, sonhos, e intenções que eu quis sempre transmitir, ao próximo, mas o tempo, a situação e a falta de interesse não permitiram.

Então resolvi prende-lo nas páginas de um livro para você, com sua vontade própria abra a porta desse viveiro e dê a liberdade tão esperada, tenho certeza que irá voar no fundo de sua alma, mostrando-lhe paisagens diversas.

Alegres e tristes , fantasias e realidades modificando assim como a sua maneira de olhar e entender."

Sua dedicatória no livro que guardo com carinho diz:

Para o amigo Milton Magalhães, com meu abraço.

A melhor poesia está dentro de você,

E a arte de gostar da poesia é uma grande poesia

Seu admirador

Alberto Araújo 18/08/83”

VIA FACE:

- ALBERTO ARAUJO: “Obrigado pela citação da minha primeira obra poética, O CISNE BRANCO DO MEU PENSAMENTO, livro que não tenho mais um exemplar, se quer.

Forte abraço, amigo”.

- LEIDA REIS: “ Que alegria ver meu livro na sua lista!”

- MÔNICA CUNHA: Que honra!!!

- RODRIGO DE OLIVEIRA: “A insustentável leveza do ser foi umas das obras que me inspirou ainda adolescente. Leitura é um prazer indescritível”.

- ANCHIETA ROCHA: “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios do Marçal Aquino me pegou”.

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 O Hotel Serra Negra em dois momentos: nos tempos de sucesso (foto da internet) e hoje, abandonado, em ruinas... (foto: Patos Notícias)

Turismo. Nos anos idos, foi denominado, pelo patrocinenses, de “a indústria sem chaminé”. Nesse contexto, Patrocínio já foi classificada oficialmente também como “estância hidromineral” (o prefeito era nomeado pelo governador). Ou seja, cidade balneária, dedicada às águas minerais e ao descanso. Cidade conhecida por carinhosos cognomes (apelidos), tais como Coração de Minas, Terra Mel-Rangeliana, Maravilhosa, Santa Terrinha, Capital Intelectual e algumas outras referências, que prenunciavam Patrocínio se tornar cidade turística. Veio a Revolução Verde (o poderoso agro, sob a incrível liderança do café e leite), passaram ávidos políticos, e nada aconteceu, em termos de lazer, ou de atração turística. Isso é até compreensível. O que não se compreende é a apatia patrocinense, instalada diante de um fabuloso patrimônio, oferecido pela mãe natureza. Números oficiais ratificam essa incontestável afirmação.

ENTRE AS CIDADES SEMELHANTES, PTC NA RABEIRA... – O valor adicionado gerado pelo Turismo (indicador fiscal), durante cinco anos sucessivos, demonstra o desempenho do Município e de algumas cidades de tamanho médio, no Triângulo/Noroeste, quanto ao turismo. Patrocínio teve valor adicionado pelo Turismo de R$ 27 milhões (2011), R$ 31 milhões (2012), R$ 33 milhões (2013), R$ 38 milhões (2014) e R$ 43 milhões (2015). Isso segundo a Fundação João Pinheiro. São os últimos dados disponíveis. Araguari foi superior, saindo de R$ 33 milhões (2011) e chegando a R$ 51 milhões (2015). Monte Carmelo ganhou de Patrocínio em quatro anos. No quinto ano (2015), os carmelitanos foram superados pelos patrocinenses. Patos de Minas também supera Patrocínio, com mais do dobro de reais gerados pelo Turismo. Pra se ter ideia, apenas em 2015, o valor adicionado pelo Turismo patense foi de R$ 108 milhões. Paracatu ganha de Patrocínio e Unaí empata. Ituiutaba é maior o seu valor adicionado pelo Turismo. E Uberlândia é apenas vinte vezes maior do que PTC. Em 2015, a capital do Triângulo gerou quase R$ 800 milhões. Araxá e Uberaba fazem parte desse show de bola. Todos esses municípios à frente de Patrocínio no Turismo.

SERÁ QUE O TURISMO AJUDA O ICMS PATROCINENSE? – Nada. Ajuda igual a zero. Pelo menos na composição do Índice Geral que permite a Prefeitura de Patrocínio receber a sua cota do Estado. Se não fossem o satisfatório VAF, o Programa Saúde da Família e o tamanho geográfico e populacional do Município, o dinheiro, que entra nos cofres da Prefeitura devido ao ICMS, seria muito pouco.

O TURISMO AUMENTARIA O ISSQN – O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é um imposto do Município, como é o IPTU. Naturalmente, se houvesse turismo, haveria mais prestação de serviços (restaurante, hotel, comércio e outros), em consequência teria mais arrecadação para a Prefeitura, via ISSQN.

ENTÃO, FAZER O QUÊ? – A melhor fórmula disponível é o empreendedorismo, voltado para o turismo. O Sebrae poderá colaborar. Pois, Patrocínio tem competência, tem capital turístico. Mesmo com a tragédia (incêndio) ocorrida nas matas do Hotel Serra Negra, há dois anos, esse local é um paraíso perdido. E inexplorado.

É SONHO, PORÉM TEM QUE SE REPETIR – Além de Serra Negra, com a lagoa vulcânica, há oportunidade para existir o turismo verde (fazendas de café). Como é feito em vinícolas e fazendas de outros lugares, inclusive em países vizinhos. Patrocínio tem rica história adormecida. Padre Eustáquio, Índio Afonso, Coronel Rabelo, Rangel, Rei Ambrósio, JK e seus capítulos patrocinenses, enfim, com a tipicidade de personagens como esses, poderiam ser criados marcos e narrativas atraentes sobre isso.

QUEM SABE? – Em algum dia do futuro, Patrocínio poderia ser intitulada cidade turística. Com muitas árvores, trem turístico (Patrocínio-Monte Carmelo), produtos locais, geração de empregos, mais arrecadação, exposição de seu folclore, retorno do Museu dos Transportes, criação do Museu Regional, e, outras quimeras. De sonhos nascem desejos. De desejos nascem projetos. De projetos nasce a realidade. Sigamos... com fé e esperança.


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...E OBRIGADO POR AMAR PATROCÍNIO…( + duas crônicas Por Milton Magalhães)


Tocante saber o quanto ele amava Patrocínio.

Nascido próximo a Belo Horizonte, lotado como Comandante do 2° Batalhão de Bombeiros em Patrocínio.

Atuante. Em agosto do ano passado, lutou bravamente para combater o incêndio que devorava o Parque Hotel Serra Negra.

Depois de 10 anos em Patrocínio, foi transferido para Patos de Minas, mas a sua vontade explícita era permanecer servindo em Patrocínio, tanto que aqui, continuava residindo e trabalhando lá...

Um dia Deus nos explicará certas coisas...

Logo ele que salvou tantas e tantas vidas. Fez disso o seu ofício. Talvez indo para o trabalho, (de moto) De repente, um acidente...numa rua, que seria tranquila...numa manhã calma...Nem socorrido foi, pelo condutor de um carro conduzido por um maluco destes que sai do nada.

A cidade está enlutada.

Mas agora, Tenente Douglas, é de Jesus de fato e de direito e de certa forma nosso também para sempre...

Não será mais transferido, pois aqui será a sua "Última Morada"

OBRIGADO POR TANTO E POR TUDO.

SOBRETUDO,

OBRIGADO POR AMAR PATROCÍNIO...

( Com informações de Zé Antônio/Erasmo, Sistema Difusora de Rádio )

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A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...


Na reunião da Câmara deste 30/08, aproveitando a fala da Vereadora Eliane Nunes, que trazia à memória a esquecida revitalização do Parque da Matinha, oportunamente o Vereador Leandro Caixeta, solicitou um aparte para informar sobre um incêndio ocorrendo da reserva da Matinha. Pergunto:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

A denúncia indignada, partiu de um morador próximo ao local, via áudio Whatsapp, narrando que o fato lamentável já ocorre por lá há dez dias.

O Vereador Presidente da Câmara Valtinho, atento ao ocorrido, informou que os Bombeiros já atenderam, reiteradamente quatro ocorrências no local:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Ao que parece alguém quer mesmo ver nosso pequeno pulmão verde em cinzas, pois na última tentativa, o fogo foi colocado no interior do parque:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Estive por lá imediatamente conferindo. Constatei in loco, um estrago considerável e irreversível. E alertei na rede social: “ Ainda há fumaça, portanto, ainda há rescaldo de fogo, podendo reacender o incêndio a qualquer momento:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Muito infelizmente, não deu outra. Quando passei por lá era por volta de 9:30; quando foi, 13:25, o radialista Humberto Correia, estarrecido fazia um vídeo mostrando chamas acima de 4/5 m de altura:

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

No momento, Bombeiros atendiam uma ocorrência na BR-356, coube ao pessoal da prefeitura, fazer uso de um caminhão pipa, para tentar debelar as chamas. Assim que puderam, a guarnição de Bombeiros lá estiveram combatendo o crime. ( Mas atenção! Nada de relaxar: Se tiver FUMAÇA, pode voltar a ter FOGO! Foi o que avisei.. E aviso!):

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

Tem que se registrar que o parque está abandonado, projetos de revitalização não sai do papel; não tem vigilância o local; não se sabe do trabalho da defesa cível na área. E como lotearam a parte sul do parque, as casas dificultam o acesso de brigadistas com equipamentos...

É apenas um teimoso naquinho verde atrapalhando o progresso da cidade, né?..

A QUEM INTERESSA AS CINZAS DA MATINHA...

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UM APANHADINHO SOBRE O RÁDIO PATROCINENSE

Informação, “entertimento” (entretenimento) e cultura


> Erasmo Cláudio e Zé Antônio, apresentando o noticiário policial dentro do Show da Manhã, quando a ocorrência permite, Erasmo, com suas tiradas, arranca sonoras gaitadas do locutor/apresentador com a dicção mais perfeita da região, coisa que nenhum outro consegue fazer. Notícias policiais é isto, quando não é trágica, pode ser cômica. É eles rindo de lá, o ouvinte de cá. O riso é contagiante.

> Outra dupla no rádio também com boa química, é Alessandra Silva e Dalila Nelis, na 98 FM, apresentando o Programa Fuzuê. As gargalhadas da Dalila e as pitadas de humor da Alessandra quebram a monotonia da tarde. A propósito digno de nota: O cantor Vitão, do nada apareceu em Patrocínio. Dalila o recebeu nos estúdios da 98. Um show de entrevista. Duvid,ó dó que ele tenha encontrado por ai tanto espontaneidade e carisma. Depois de atuar um bom tempo como coringa na Difusora 95 FM, Alessandra voltou á suas origens. Seu retorno aos estúdio da 98, foi regado de emoções.Tem um texto de autoria da redatora e repórter da emissora, Cristiane Andrade, recepcionando a Alê, que merece ser lido. Alê e Dalila. Como dizem minhas amigas Rosana e Lucília, “toda loira em uma morena na sua vida.

> Felipe Rodrigues e Zoraia apresentam o “Show da Tarde” de segunda a sexta na Difusora 95. A boa química e bom humor dos apresentadores quebra um pouco a pasmaceira das tardes.

> Já ouviu a Rádio CMMPTC (Rádio do Conservatório Municipal de Música de Patrocínio) Uma playlist bastante eclética. Pra quem enjoou do feijão com arroz musical que rola na rádias convencionais. Além de MPB escolhida a dedo, de repente, um blue, um jazz, um rock, no meio da tarde. Até a Primeira-Dama Labibe Marra, Madrinha do Conservatório Municipal, passa por lá, se interagindo com a equipe de produtores culturais da rádio, num papo cult, leve, dinâmico e informativo. Fica a dica.

> Agora se você gosta de música sertaneja raiz - raiz mesmo; moda de viola-viola mesmo, ai tem de sintonizar a “Rádio Viola Caipira”. Rádio Web, 24 h do sertão na cidade. Ali, sua majestade a viola, reina soberana. O slogan diz tudo "Aqui a moda é bruta". Quem fundou e comanda a rádio é o locutor, produtor e programador, Cláudio josé Arvelos. Pensa num caboclo genial e joia.

Cláudio José, já passou pela Rádio Cultura FM- Morada Nova e Rádio Módulo FM, foi Assessor de Produção Gráfica e Cerimonial da Câmara, hoje é o responsável pela Ouvidoria na Casa do Povo. O Claudinho próprio comanda diariamente “Amanheceu Peguei a Viola” de 07:00 ás 08:00. Baixe o aplicativo.

> "Jornal da Modulo - FM" conduzido por Leid Carvalho e Jânio Luiz, coloca foco e luz sobre os acontecimentos de Patrocínio e região. Aliás, não desfazendo de ninguém, mas as entrevistas conduzidas por Leid Carvalho, com a maturidade de quem já entrevistou Fernando Henrique e Lula, conduz com brilhantismo qualquer entrevista. Por estas e outras, vale a pena acompanhar o jornalismo da Módulo.

> De 16:00 ás 18:00, Arnoudo Rocha Machado, apresenta Cultura Sertaneja, na Rádio Cultura FM -Morada Nova, programação interativa, quem comanda é o ouvinte. Aos domingos tem o Valmir Caixeta, comandando o "Show da Cidade" Infelizmente, não temos mais conosco, Humberto Cortes, Jota Santos e Cândido Delfino, mas temos o Caixetinha, lá na Cultura 104,9.

> “Roda Viva” é um programaço comandado pelo jornalista, escritor, Luiz Antônio Costa na Rádio Hoje. O melhor do flashback dos 60, 70, 80, 90 e 2000. Um dos profissionais mais completos da história da mídia regional. Lançou e inspirou muita gente na profissão de comunicador. Domingo de 08:00 ao 12:00 . É ligar e curtir.

> Humberto Correia comanda o Programa "Trem Caipira" de segunda a sexta-feira de 18:00 horas até às 21:00, Rádio Capital 107,3, com o melhor do modão raiz. Humberto é bastante eclético em seu gosto musical, mas, cursou a universidade de Zé Bettio, Edgard de Souza, Oswaldo Bettio e Zé Russo. Humberto é comunicativo e inovador, vai longe..

                                                                                                                                  Foto: reprodução vídeio Costa Berranteiro



Quando criança uma das coisas que mais me fascinavam era a capa Ideal. Os boiadeiros as usavam em dias de chuva a nas tardes frias de junho até agosto. Minha casa ficava na esquina onde hoje é uma das ruas mais movimentadas do bairro São Judas, antigo Alto da Estação, em Patrocínio, MG: a Rua Manoel Damas com Presidente Vargas. Ali, diariamente passava boiada que – segundo os adultos da época, era levada para Barretos, o maior movimento das comitivas era em direção à cidade paulista (o site “As Comitivas” diz que “a partir do ano de 1.913, quando se instalou ali o primeiro frigorífico do Brasil. A Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos foi criada no ano de 1.956, inspirada nas comitivas e na figura do peão de boiadeiro”). Todo fim de tarde nos fundos da nossa casa, passava aquele mar de gado.

Aquela estrada boiadeira criava personagens na minha cabeça de criança. O mês de agosto, muito frio, lá pelas cinco da tarde quando o gado passava, levantava uma poeira que no final ficava suspensa no ar por um bom tempo. No meio daquele poeirão, só via a silhueta dos peões e seus gritos para manter o gado na linha. Além dos gritos, o estalo do chicote — era como um tiro de fuzil, que eu também ouvia, quando os atiradores do TG 020 iam praticar tiros no estande que ficava a uns 500 metros da minha casa. Não sei por que, mas tenho a impressão que o gado passava sempre na mesma hora pela minha casa, com regularidade britânica.

Acho que ainda gosto dos filmes de faroeste um pouco por causa da aura daquela movimentação diária, que era igual à do filme “Rio Vermelho” com John Wayne e Montgomery Cliff  que assisti umas dez vezes e não me canso, é como reviver minha infância. No filme, Thomas Dunson (John Wayne) é dono de um império, um verdadeiro rei do gado. Junto com seu filho adotivo Matthew Garth (Montgomery Clift) ele inicia uma longa viagem com parte de seu rebanho, indo do Texas ao Missouri. “Durante o percurso acontece um desentendimento entre pai e filho que faz com que Matt leve o gado para outra direção, despertando a ira de Tom”, conta o portal Adoro Cinema.

A boiada que passava à porta de casa tinha a mesma formação: à frente vinha a comitiva, era composta por burros de reserva  que depois eu soube que era para descansar, enquanto outros estavam sendo usados para montaria na viagem —; a carroça (ou burros de carga) com os mantimentos e duas pessoas  cozinheiro e ajudante  que preparavam a alimentação da turma. Depois de uns 20 minutos surgia um peão com o berrante, logo atrás a boiada com 200, 300, 500 ou mil cabeças de gado, uns peões  não sei quantos  de lado e atrás vinham mais dois fechando o cortejo. Tinha que ter cuidado com o estouro da boiada. Nossos pais sempre diziam para a gente não assustar os bois, pois um estouro poderia ser uma tragédia.

As moças do Alto da Estação ficavam tão loucas com os peões quanto as de hoje ficam com os jovens cantores sertanejos. Os jovens, como eu, queriam tornar-se um deles. Recorro mais uma vez ao site “As Comitivas” para explicar seus trajes: chapéu de aba larga, lenço no pescoço, guaiaca, bombachas, botas de cano alto e chilenas tinindo a cada passo. Suas mulas eram arreadas com esmero, a tralha cheia de argolas de metal reluzente (alpaca). Na garupa, além da capa “Ideal” no porta capa de vaqueta, cheio de franjas e “margaridas”, pendia da anca direita o “cipó” (laço) de couro de veado-mateiro

Esse gado levava muito tempo para cruzar o trecho próximo à minha casa que ia da antiga caixa d'agua (à direta, onde hoje está o Rotary Brumado) até sumir, depois do campo de Ferroviário (onde atualmente é a Brumado Auto Peças). Eu, em cima da última tábua do curral que ficava atrás da minha casa, observando aquela maravilha. Ainda pré-adolescente, ficava com inveja daqueles peões montados em suas mulas, vestidos com a capa Ideal que cobria dos ombros do peão, passavam pela anca traseira do animal e descia até o meio das pernas das mulas. Aquilo formava ao mesmo tempo uma figura enigmática – como nos filmes de faroeste - e poética, aos olhos do menino.

Mesmo agora, toda vez que alguém diz algo sobre peões, ainda que sejam de rodeio, me vem à memória aquela imagem de uma pessoa de chapéu, todos os paramentos, montada em uma mula e com sua capa Ideal. É uma lembrança fantástica mesmo para quem era um garoto urbano dos anos 1960.


Esta cronica integra o livro "O Som da Memória - O retorno" , que será lançado em setembro de 2022



Como em todas as noites de sábado, aquela churrascaria faz a alegria dos jovens nascidos nos anos das décadas de 1950 e 1960. A Alvorada é o clube da moda. Rapazes e moças colocam suas melhores roupas, sapatos e perfumes e, depois do vaivém da Praça Santa Luzia, buscam aquele trecho da Rua Presidente Vargas, entre Marechal Floriano e Cel. João Cândido, aonde fazem também um vaivém e onde fica o salão de baile da cidade.

As meninas começam a “enfeitiçar” os meninos com saias curtíssimas, chamadas de minissaia. Moda que acaba de chegar das capitais e nos deixam loucos. Usam também uma calça justa – a que chamam Slack —, pressionada no tornozelo, de um tecido parecido lycra.

Nós, os rapazes, usamos calças e camisas feitas por costureiras da cidade. Aliás, muito bem-feitas. Eu, por exemplo, gosto de calça e jaqueta pretas (tanto que quando um conjunto fica zurrado, mando fazer outro igualzinho). Ou então, calças jeans, camisas ban-lon — malha que estava na moda nos anos 60 e 70, era um processo de texturização que ondulava o fio e dava elasticidade ao tecido sintético, mais caras, portanto mais raras – e, no inverno, blusas caxarrel, que compramos na Casa Moderna, no Facury ou no Jamal.
Os jovens mais abastados – filhos do Dr. Figueiredo, do Dr. Brandão e outros - buscam em Belo Horizonte ou São Paulo. 

A Churrascaria Alvorada é democrática. Vamos todos prá lá, curtir o som dos nossos “conjuntos musicais”: Metralhas, Brasilian Hippies, H6, Super Som 201, e outras bandas que surgem ou vêm de fora. Mudam os nomes, mas os músicos, admirados por todos, são quase sempre os mesmos: primeiro, Cabide, Marconi Mathias, Wanderley Guarda, Zé Eustáquio, Edson Bragança, Luiz Cabeleira, Rizzo, Zé Piquira, Anísio, Átila; depois Lazinho Lacerda, Zé Onofre, Sonin, Pindoba, Hélio Tinoco e os técnicos Marcelo Mathias, Júlio e Serginho Picum.       .

Tudo é festa para essa geração. A cidade é pacata. Diferente de hoje, poucos problemas. Os pais são mais rígidos. A violência urbana se restringe a uma ou outra briga de jovens, nada mais. Raramente acontece um assassinato. E quando ocorre, vira assunto o ano inteiro. Todavia, num sábado, a cidade fica chocada. Não por um crime violento, mas um acidente.

A cidade estava preparada para o show do cantor Márcio Greick. O movimento na porta de churrascaria era muito grande. De repente, o barulho de uma frenagem abafa o som do conjunto que toca animado, dentro do clube. Gritos, choro e desespero dos jovens. O som para, todo mundo sai da churrascaria tentando entender o que acabara de acontecer. Uma adolescente alegre, bonita, comunicativa, cheia de vida e amigos, como todas de sua geração, jaz no asfalto da Rua Presidente Vargas. Ela também chegava à Churrascaria Alvorada, para o show do cantor de “Impossível acreditar que perdi você”, e foi atropelada bem em frente ao templo da alegria de centenas de jovens.

Alguém grita:

— Meu Deus, é a Glorinha!

Não precisava sobrenome. Todos se conheciam. Se não intimamente, de ver nos mesmos ambientes: cinema, praça, e, dentro do principal ponto de lazer da cidade: a Churrascaria Alvorada.

A família mora perto. O pai da jovem, conhecido por gostar de andar num cavalo bonito e grande pela cidade, gente de bem, é avisado. Não acredita e vai conferir o que está irremediavelmente perdido.

Quando a família constata a tragédia, o desespero toma conta. E isso é contagioso. Todos ali não conseguem se conter. O show é cancelado. No dia seguinte, o enterro. Quase toda a cidade chora a morte de Glorinha, e estava lá, no cemitério. Os jovens frequentadores da Churrascaria Alvorada – incluindo os músicos e funcionários – seguramente compareceram.

Não sei se foi isso, mas, aquele clube nunca mais teve o mesmo brilho depois dessa tragédia. Ainda hoje, quem viveu aquele momento e, principalmente, os amigos e amigas dela na época, sabem que a Churrascaria Alvorada foi uma antes e outra depois da morte da garota Glorinha. 


Cronica do livro "O Som da Memória - O retorno" , que será lançado em setembro de 2022

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