O escritor Cornélio Ramos, nasceu em São Jerônimo dos Porções, distrito de Campos Altos, Alto Paranaíba, mas mudou-se ainda criança para Patrocínio, onde estudou no Ginásio Dom Lustosa.

E como este ex-aluno do Dom Lustosa, amava Patrocínio!

Posteriormente, escolheu Catalão para viver, se tornou um apaixonado pelas histórias e estórias daquela terra. Foi escritor de grande cepa, poeta, contista, cronista, pensador, pesquisador, historiador e produtor cultural. Cornélio Ramos, tornou-se um dos mais importantes personagens da cidade de Catalão.

Em 2010, celebrou-se condignamente por lá, o Centenário de seu nascimento. O prédio da antiga Estação Ferroviária, daquela cidade, foi construída em 1940, tombado como patrimônio histórico municipal, transformado em Museu Histórico e finalmente, foi batizado com o nome do escritor. “MUSEU HISTÓRICO MUNICIPAL CORNÉLIO RAMOS ”

(Lembrando que a estação Ferroviária de Patrocínio, foi fundada em 1918, cujo centenário passou em branco. Hoje tombada, como Patrimônio histórico, contudo, está lá toda descaracterizada. Por um tempo a sede foi usada como escritório da Ferrovia Centro atlântica - FCA, mas atualmente está em completo abandono. Sem nenhuma destinação histórico/cultural. O prédio está se desabando sob os olhos insensíveis dos patrocinense, que dizem amar a história)

Reiterando que esse ex - Chefe da estação, viveu sua juventude em Patrocínio, cidade que jamais esqueceu. (Era tio da saudosa amiga, colega de trabalho na SGL (Gráfica União) Maria Emília Alves Fraga, falecida em 2011, no distrito de Salitre de Minas. Através, desta sobrinha, mantive uma prazerosa relação de amizade com ele, infelizmente não cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Por meio de cartas e bilhetes.

Cornélio, deixou diversas obras entre as quais: “Letras Catalanas” "Colina dos poetas" (1992), "Catalão de ontem e de Hoje" (1984), "Histórias e Confissões" (1987), "Fim de Primavera" (Poemas-1990), "Momento Lírico" (Poemas -1968), "Pequena História de Ouvidor "(1988), "Amor em Quarto Crescente " (Contos-1967), "Catalão-Poesias, “Lendas e Histórias "(1978).

Em 2001, acometido de um câncer e provavelmente por conta de uma depressão ocasionada pela doença, acabou, infelizmente, tirando a própria vida com um tiro.

Para homenageá-lo, reconhecendo sua grandiosidade, transcrevo de seu livro a “Colina dos Poetas”, (o qual, tenho o orgulho de possuí-lo, autografado pelo autor), um relato dos bastidores do processo eleitoral, dos tempos dos coronéis.

A política ainda é suja, perversa e sem escrúpulo…. Já foi ruim, ficou moderna, ficou pior?

(Somente um parêntese importante, antes, do texto de Cornélio Ramos: As eleições, felizmente, mudaram muito muito nas últimas décadas. O rigor da legislação eleitoral, a introdução de novas tecnologias, tais como biometria, permitem ao eleitor um pouco mais de segurança, liberdade e conforto para escolher e votar no seu candidato.

A urna eletrônica, tem sido a responsável para que as votações e apurações dos pleitos ocorram com rapidez e segurança. O revolucionário, uso da internet nas campanhas eleitorais. Até o chato horário eleitoral ( se não manipulado) tem lá o seu valor.

Tecnicamente em termos de legislação e campanha eleitoral, muita coisa mudou para melhor, mas o ser humano vai mudando sempre para pior.

A arte de enganar, mentir e manipular é a mesma de antanhos tempos. O pau-de-sebo do poder é o mesmo, uns querem subir, outros querem permanecer lá em cima…. Eterna política sem caráter...

Lembra dos famigerados folhetos anônimos derramados na calada da noite? Foram substituídos pelas fake news, pelas fake vídeos e por outras manipulações virtuais com poder de destruição de reputação mil vezes mais detonantes. Pesquisas de intenção de votos falsas proliferam soltas. "Idiotas úteis" viralizam a mentira conforme a conveniência. Cabos eleitorais trocam catiripapos virtuais num autêntico vale tudo. Acham que estão arrasando, ganhando votos, mas estão espantando eleitores inteligentes. São os "desmancha rodas" da redes. Temporariamente, o cidadão comum, deixou as redes ou arenas sociais, somente para digladiação eleitoral. Essa gente espantou toda sensatez, poesia e leveza da boa convivência.

E o voto de cabresto, do qual fala o Mestre Cornélio Ramos, ainda existe? Siiim. Ele está por ai nas empresas, fábricas, entidades e instituições, mas é sutil, beem veladinho.

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, está na Constituição, o voto é secreto. A liberdade do eleitor, diante da urna, é soberana. Escolha QUEM VOCÊ achar o MELHOR candidato. Supremo é o Povo: E como era as:

ELEIÇÕES DE ANTIGAMENTE”

Lembro-me, quando aluno do Grupo Escolar em São Jerônimo dos Porções (MG), das eleições que realizaram para Presidente da República, quando, em agitada, campanha eleitoral, subiu ao poder o Dr. Artur Bernardes.

Na época, os pleitos eleitorais eram conhecidos como eleições de bico de pena. Isso foi em 1922.

A seção eleitoral foi aberta num salão do aludido Grupo, às 8 horas, por um funcionário vindo da cidade de São Gotardo, à qual pertencia o distrito. A relação dos eleitores era organizada pelos “coronéis” que, na época, lideravam as cidades do interior e seus distritos. Poucos eleitores compareceram. Ao meio dia o presidente da seção, desejoso de concluir  os trabalhos chamou vários alunos de Grupo, entre os quais me encontrava, e mandou os mesmos escreveram nas listas de votação os nomes dos eleitores faltosos; e, em seguida, colocavam na urna a cédula do Dr. Artur Bernardes e, de vez em quando, uma de seu opositor, Dr. Nilo Peçanha, tendo o cuidado de deixar também algumas abstenções, para dar ao pleito cunho de legalidade.

Ganhou a eleição o candidato oficial. Governo não perdia eleições, era regra.

Em 1º de março de 1930. Aconteceu outra agitada eleição para Presidente da República, da qual participei já como eleitor. O alvoroço foi causado pelo rompimento da política “Café com  Leite”, um arranjo maroto que proporcionava a alternância na Presidência somente por mineiros e paulistas. A contenda foi causada pelo fato de o Presidente Washington Luiz, que pertencia  ao grupo paulista, pretender como seu sucessor outro paulista, rompendo assim a tradição. Os opositores formaram então a famosa “Aliança Liberal”, liderada pelos estados  de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, lançando como candidatos os doutores Getúlio Vargas e João Pessoa contra os oficiais Júlio Prestes e Vidal Soares.

O movimento cresceu e sensibilizou profundamente toda Nação.

Na época vigorava o “voto a cabresto”, um pouco mais evoluído do que o “voto de bico de pena” . Os eleitores era corretamente qualificadoss, mas, na hora da votação, os coronéis mandavam seus fiscais para a boca da urna e os eleitores eram obrigados a mostrar as cédulas antes de colocá-las.

Ai de quem tivesse o topete de votar contra. Se era funcionário, estava comprando sua demissão; se não era, teria que haver como o coronel. Era o voto a descoberto”.

Nos estados opositores, ganhou Getúlio Vargas, e nos outros,  fiéis ao Presidente da República, ganhou Júlio Prestes (eleição fraudulenta, é claro)

A nação, contudo, estava cansada desse jogo e em consequência disso, veio a Revolução de 1930, chefiada por Getúlio Vargas.

O Presidente foi deposto. Washington Luiz e Júlio Prestes foram exilados; criou-se então uma república Revolucionária chefiada por Getúlio e seu grupo.

Em 1934 foi que, com um correto cadastramento eleitoral, com a implantação do voto secreto, pode o povo brasileiro votar com tranquilidade para a escolha de uma Assembleia Constituinte, dando ao Brasil uma nova Constituição, a qual confirmou Getúlio Vagas na Presidência da República.

Daí para cá foi  o país abalado por vários acontecimentos políticos. No dia 18 de setembro de 1946 foi promulgada a terceira Constituição Republicana, reunindo as tradições da 1891, as conquistas da de 1934, regulamentando o direito de greve, a autonomia dos estados e municípios, mantendo a independência dos  Três Poderes.

 Depois dessa Constituição sofrer mais  de 20 emendas e cerca de 40 atos complementares, foi também substituída  por outra em 1967, imposta pelo Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, então na chefia do governo, graças a um golpe militar acontecido no dia 31 de março de 1964.

Mesmo submisso a um regime militar discricionário, o povo, por sua força, foi aos poucos reconquistando sua liberdade e, em eleição indireta, no dia 15 de janeiro de 1985, punha fim a uma ditadura militar que durou mais de 20 anos.

Surgiu assim a Nova República, propondo restabelecer a democracia. Convocaram uma Assembleia  Nacional Constituinte e, em seguida, elaboraram a Constituição de 1988, cheia de inovações, falhas e até hoje não completamente regulamentada”

(Cornélio Ramos)


No início dos anos 1970, Patrocínio ganha uma obra fundamental para o crescimento que viria: a nova estação de tratamento de água, ainda hoje a principal da cidade. A “caixa d’agua”, como era conhecida da população, transformou-se em ponto turístico. Muito bem cuidada por funcionários do Daepa, como os servidores Olímpio e o “Zizinho”, a estação impressionava pelos vários e enormes tanques de decantação, filtragem e reservatórios.

Os projetos parecem seguir a tendência da arquitetura e engenharia usadas na construção de Brasília. A caixa mais alta – construída depois, para possibilitar maior gravidade na distribuição da água – tem o formato das duas torres do Congresso Nacional – e um reservatório subterrâneo tem o formato de uma das conchas do mesmo conjunto de prédios do Distrito Federal, também mexendo com a imaginação nesse sentido. As pessoas sobem ali para tirar fotos.

Porém, o que atrai mesmo são os jardins em todos os cantos, muito bem cuidados, com flores variadas e árvores – ainda pequenas – dando sombras. Nesse tempo, não há muros. Toda a área da estação de tratamento é cercada por ciprestes, que exalam o cheiro característico deixando o ambiente perfumado. O vento, naquela região da cidade que é alta, é quase constante.

Às sombras das árvores ou das enormes estruturas de concreto que formam as grandes caixas d’agua, os jovens curtem domingos inteiros. Em cada canto há jovens casais de namorados ou grupos de rapazes e moças ouvindo música, tocando violão, cantando e, às vezes, jogando cartas, conversando. Uma diversão deliciosa e sem nenhuma preocupação. Ali se fazem verdadeiros piqueniques. As pessoas levam cestas com quitandas, frutas e bebidas. Forram a grama com toalhas de mesa feitas de tecidos, em geral, quadriculados. Levam também suas vitrolas, as famosas Sonatas.

Os jovens gostam daquele local por três motivos: o lugar é bonito e agradável, é seguro e, principalmente, pela liberdade. Como os pais ficam despreocupados com os jovens ali, os casais podem namorar tranquilamente sem as “velas” (pessoas encarregadas dos pais de vigiar os casais).

Por todo lado que se ande, ouvem-se músicas, entre outras: “O Milionário”, dos Incríveis; “Do you wanna dance”, Johnny Rivers; “Oh, Darling”, Beatles; “Eu te amo, te amo, te amo”, Roberto Carlos e “A namorada que sonhei”, do Nilton César, que – no romantismo ingênuo – previa com acerto: “um dia no futuro então casados, mas eternos namorados, flores lindas eu ainda vou lhe dar...”

Eu morava perto daquele ponto de encontro justamente no seu período mais efervescente, e aproveito bastante. Curtia mais pelos sons e pra ver as meninas do que namorar, por exemplo. É nessa época um local gostoso para passear.

Com o passar do tempo, a mudança nos comportamentos fez as autoridades ficarem precavidas com a insegurança reinante e qualquer coisa que possa sofrer algum tipo de sabotagem – como os sistemas de abastecimento de água das cidades – é protegida de forma quase insana e ninguém mais entra para passear. Quando muito é autorizada uma visita monitorada e com tempo determinado. Sinal dos tempos.

(As fotos: a primeira é atual, cedida pelo Daepa e a segunda, do acervo da Casa da Cultura. registra uma visita à construção da caixa principal no governo Mário Alves, anos 1960)


Esta crônica está no novo livro "O SOM DA MEMÓRIA - O RETORNO" a ser lançado breve pelo autor.

Política. A boa sempre é benvinda. Como a política sem corrupção. Mas, essa palavra envolve também significados diferentes e amplos. Tais como: política de preços, política econômica e política agrícola. Nessa, Patrocínio é destaque. Embora seja o maior produtor de café do Brasil, não pratica a perigosa e arriscada monocultura. Prova disso é que Patrocínio também é destaque, que seja apenas em Minas, na safra de diversos produtos agrícolas. Tais como, por exemplo, algodão, batata-doce, cebola, soja, sorgo e trigo. Isso apenas tratando de produção agrícola denominada “lavouras temporárias”. Deixando assim, por ora, a produção de cereais/leguminosas e a produção do leite, que é espetacular, para serem apresentadas muito breve. Além de “lavoura permanente”. Com dados do IBGE para 2021, Patrocínio é show agrícola.

Jim Black por Pixabay 



PATROCÍNIO E COROMANDEL TÊM ALGODÃO DEMAIS – Em Minas, o Município é o 6º maior produtor de algodão (herbáceo), com 5.460 toneladas. Como o algodão é leve, mesmo considerando o caroço, a fácil imaginação conduz à magnitude da produção patrocinense. No Estado, as cinco cidades que estão à frente são Coromandel (1º lugar, com 17 mil toneladas), Unaí, São Romão, Presidente Olegário e Brasilândia de Minas.

AINDA O ALGODÃO: MUITO DINHEIRO – O valor da produção algodoeira de Patrocínio ultrapassou R$ 23 milhões em 2021. Mesmo esse valor sendo considerado expressivo, é bom salientar que o município campeão Coromandel, tem a sua produção com valor três vezes maior. Quanto à área plantada, Patrocínio (6º lugar) destinou 1.300 ha e Coromandel (1º lugar) 4.300 ha para o algodão.

ALHO PATROCINENSE – No ano de 2020 para 2021, a produção cresceu muito, chegando a 840 t. Isso proporciona o 10º lugar em Minas e o 30º lugar no Brasil. Rio Paranaíba, Campos Altos, São Gotardo e Sacramento são os maiores produtores de alho. A produção do Município gerou quase R$ 8 milhões, em 60 ha de plantações de alho.

TEM AMENDOIM TAMBÉM – Com 42 t. produzidas em 2021, Patrocínio assegurou o 9º lugar em Minas. Essa produção corresponde a R$ 180 mil, e, apenas 15 ha de área plantada.

HAJA BATATA! – Patrocínio mantém outro 6º lugar no Estado. É quanto à quantidade produzida de batata-doce (3.700 t). Em termos de área plantada (200 ha), o Município é o 4º maior de Minas. Apenas superado por Jaíba, Serra do Salitre e Guimarânia. Essa “batatada” traz para a cidade quase R$ 4,5 milhões. Mas o recorde da produção patrocinense ocorreu em 2010 (14.000 t.).

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BATATINHA NÃO FALTA – Com 19.200 t. produzidas em 2021, Patrocínio alcança o 13º lugar mineiro, quanto à quantidade produzida de batata inglesa. Perdizes (1º lugar em Minas Gerais e 2º lugar no Brasil), Sacramento e Santa Juliana são as campeãs. E Perdizes dá o exemplo: tem grande indústria de batatas instalada. Já quanto ao valor da produção, em Patrocínio há empate técnico do algodão (R$ 23 milhões) com a batatinha (R$ 24 milhões).

GOSTOSA CEBOLA... – Com a produção de 12 mil toneladas, Patrocínio é o 7º lugar no Estado. Novamente, a dobradinha vizinha Perdizes e Santa Juliana são as campeãs. A produção patrocinense gera mais de R$ 11 milhões/ano.

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HÁ TRIGO NESSE PEDAÇO... – Patrocínio produziu 6.180 t. em 2021, que correspondeu a mais de R$ 9 milhões, em 1.900 ha. Tudo isso proporcionou o 10º lugar em Minas, onde Três Corações é a campeã na produção de trigo.

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SOJA VEM AÍ... – Até 2016, Patrocínio produziu em torno de 30.000 t. por ano. Em 2021, quadruplicou. Ou seja, foram produzidas exatamente 107.360 t. Ainda assim, o Município posicionou-se apenas em 16º lugar em Minas. A dupla Unaí e Paracatu são as indiscutíveis campeãs. Em termos de valor, a Santa Terrinha, por meio de seus produtores, recebeu em 2021 quase R$ 280 milhões. É bom registrar, que nos últimos três anos, o valor da soja no mercado internacional aumentou substancialmente. Por isso, a área plantada, que era nos últimos dez anos, próxima a 10 mil ha, passou em 2020/2021, para mais de 30 mil ha.

Kathryn Cox | Pixabay 

SORGO: ÓTIMA CLASSIFICAÇÃO – Com 43.200 t., Patrocínio é o 3º maior produtor mineiro e o 8º do Brasil. Tão somente Uberaba e Sacramento estão à frente em Minas. Embora a maior produção patrocinense tenha ocorrido em 2018, em 2020/2021 permaneceu no patamar próximo de 45 mil toneladas. Isso canalizou R$ 52 milhões/ano para Patrocínio, pois os preços do sorgo, como os da soja, se elevaram quase que verticalmente. A atual área plantada de grãos de sorgo corresponde a mais de 12 mil ha (nesse quesito também é o 3º lugar mineiro).

POR ISSO... – Patrocínio é potência rural. Merece aplauso. É orgulho não só para os produtores, mas para todos os cidadãos patrocinenses. Pena que esse gigante agrícola de Minas ainda não despertou plenamente para o aproveitamento desse rico contexto na industrialização (de seus produtos na amada Patrocínio).

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CARTA ABERTA À DEPUTADA MARIA CLARA MARRA


Aqui com os meus botões, imaginando, que vocativo usar. Sou tres anos mais velho do que seu pai, (mas ele de lá anda pintando cabelo rsr). O nobre cargo que a partir de 1.º de fevereiro de 2023, passará a ocupar, nos pede toda reverência. Excelentíssima Senhora Deputada Estadual, Maria Clara Marra e ninguem tasca.
Jamais perca a humildade, mas chegou lá com méritos, Jamais aceite desrespeito.
Isto posto, peço vênia, para, com todo respeito, chamá-la, aqui, apenas pelo vocativo de conterrânea, amiga.
Embora, a bem da verdade, ainda não somos amigos. Correu a campanha eleitoral e nossos caminhos não se cruzaram. Desculpe minha sinceridade, mas a princípio, não fiz nenhuma questão desse encontro. Pensei, “lá vem mais uma esquerdista, papagaiando frases feitas”. Pra mim era somente a filha do prefeito.
E assim, fiquei de longe, longe observando. Analisando o conteúdo de sua fala. Suas exposições de ideias. Notei a sinceridade de seus abraços. O constante sorriso no olhar. O afeto dispensado com as crianças. A ternura para com os idosos. O olhar nos olhos dos humildes ao pedir votos. Sua delicadeza firme, foi contagiante, ao percorrer os quatro cantos da cidade.
Conversei com pessoas que te rodeavam e fui ligando os pontinhos. Conclusão: Ela nasceu pra isto e sabe o que quer na vida.
Nosso povo generoso e sábio, foi lhe acolhendo e reconhecendo o seu chamado para a vida pública.
Uma das coisas que ficaram cristalizadas na memória de todos, era a forma que você olhava para o seu pai, quando ele falava em público; e a forma que ele olhava para você, quando você falava. Era um misto de orgulho e admiração mútua. Está claro que voce é a menina dos olhos dele e ele, ao lado de sua mãe Labibe, é a seu referencial. Seu porto seguro.
Também sou admirador do seu pai. Como todo patrocinense de boa fé. Por coincidência, há dez anos, escrevi também uma “Carta Aberta” bastante inspirativa a ele:
“...Quando você chegou à Assembleia Legislativa em 2007, para o primeiro mandato, chegou dando aulas para os veteranos da casa. Seu compromisso e dedicação ao trabalho, contagiou aquele ambiente morno, onde as coisas não fluem, ou muita vezes, permanecem “em banho - maria”. Como advogado, contador, empresário do setor de transportes e produtor rural, você acostumou a fazer as idéias a sairem do papel, por isto que disse certa vez que você é “um executivo no legislativo” Em outras palavras. Um homem de ação e desempenho; dependendo da ação e desempenho de terceiros.”
Terminava aquela carta dizendo: “Reafirmo que, temos grande orgulho em tê-lo como um de nossos líderes.
O sábio Salomão disse que: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu (...) Se entendi bem, é tempo de continuar sendo o melhor deputado; o tempo de ser o melhor prefeito de Patrocínio, vai chegar. Quem sabe na próxima eleição”.
Esse tempo, vaticinado por mim, chegou. Em segundo mandato, seu pai é hoje, um dos melhores prefeitos de Patrocínio. Ele pode andar de cabeça erguida pelas ruas, praças, avenidas da cidade e pelos quadrantes do município.
Voce viu de perto. Seu pai transferiu votos com a sua credibilidade e você conquistou outros tantos com a sua simpatia... e garra.
Voce foi fenomenal, Maria. A propósito, existe mais de 13,5 milhões de brasileiras com o nome de Maria. Disparado é o nome mais preferido no mundo. Milton - o Nascimento - dizia: “ Maria é um dom, uma certa magia” É o nome de minha sogra- a pessoa mais doce que conheço. O nome Maria, significa “senhora soberana” É nome de rainha em Portugal, na França, na Espanha, na Alemanha e na Escócia... E agora Deputada Estadual em Patrocínio e região.
Aos 23 anos, (aliás, aniversaria no mesmo dia que o pai, 14 de janeiro, quando fará, 24 e o pai, 58) obteve só em Patrocínio 27.157 votos e 42.415 votos em todo o Estado.
E que bom saber que o parlamento mineiro terá o maior número de representantes femininas da história, são 15 deputadas eleitas. a 20ª Legislatura (de fevereiro de 2023 a janeiro de 2027) são elas: Maria Clara Marra, Beatriz Cerqueira, Leninha , Ione Pinheiro , Delegada Sheila , Andréia de Jesus, Ana Paula Siqueira, Lohanna , Lud Falcão , Macaé Evaristo , Nayara Rocha, Bella Gonçalves , Alê Portela , Marli Ribeiro e Chiara Biondini.
Sendo que essa última por nome, Chiara Biondini, possui 20 anos, foi eleita a deputada estadual mais jovem do País, com 34.126 votos. Sua posse na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, porém, não ocorrerá no mesmo dia que os demais colegas, em 1.º de fevereiro de 2023, mas no dia 22, data em que ela vai completar 21 anos, idade mínima legal para o exercício do mandato parlamentar nos Estados.
Acredito que vocês, duas jovens, farão um grande trabalho em parceria, juntamente com as demais.
Voce é a quinta representação de Patrocínio, na esfera estadual. Deputado Expedito de Farias Tavares, por três mandatos e presidência da assembleia. Deputado Romeu Queiroz por quatro mandatos e por duas vezes , presidência da Assembleia. Deputado Paulo Pereira, por um mandato. ( A Difusora só falava nos feitos Romeu Queiroz. Deixou a vida pública com a dignidade de Lord. Que homem discreto e honrado! Infelizmente veio a falecer em 26/04/2021.
14 anos depois, de Dr Paulo Pereira e Romeu Queiroz, Patrocínio, viveu acéfala politicamente na corte mineira.
Foi quando Deiró Marra, foi eleito, por três mandatos. Foi líder do governo Anastasia, chegou chegando, foi a grande revelação política na Assembleia da época. Aberto a todas as frentes, embora, seu carro chefe tenha sido educação, saúde e segurança. Sua marca foi sempre trabalho de resultado. Mas é parlamentar executivo.
Sete anos depois, você, (a primeira mulher patrocinense e a mais jovem de toda região, na ALMG) chega para ocupar a cadeira destes líderes de grande estirpe. Que você vai fazer bonito, eu tenho certeza.

Não perca a humildade e o orgulho de ser patrocinense. No mais: Patrocínio já lhe conhece e ama. Brevemente, Minas e o Brasil, saberá quem é Maria Clara Marra. Brilhe!

Saudações Rangelianas,

Milton Magalhães.


Daniel Ramirez | Pixabay



Ouro
. No caso do (nosso) Município, ele tem a cor verde. Ou vermelha, quando maduro. Vem do agro. É o café. O IBGE publica, mais uma rodada anual, sobre a produção cafeeira. Quais os municípios do Brasil que mais produzem, quais os valores dessa produção e as áreas destinadas à colheita. Patrocínio continua em 1º lugar. Disparado. Menos em um dos cinco indicadores de desempenho. Monte Carmelo é a novidade, revelação, nesse levantamento estatístico, registrado para 2021.

QUASE 61 MIL TONELADAS DE GRÃOS! – O município campeão do Brasil, Patrocínio, produziu 60.486 toneladas de grãos de café na safra, referente a 2021. Bem distante, o vice-campeão de Minas, mas 4º lugar no Brasil, Monte Carmelo produziu 28 t. Ou seja, menos da metade de Patrocínio. A lista dos dez maiores produtores mineiros de café são:

1º - Patrocínio (61 t.);

2º - Monte Carmelo (28,3 t.);

3º - Campos Gerais (28,2 t.);

4º - Serra do Salitre (25 t.);

5º - Três Pontas (23 t.);

6º - Araguari (22 t.);

7º - Boa Esperança (21 t.);

8º - Manhuaçu (20 t.);

9º - Nova Resende (17 t.) e;

10º - Carmo do Paranaíba (16 t.).

Assim, para se ter ideia da magnitude cafeeira patrocinense, ela é maior do que a dos grandes produtores, Monte Carmelo e Serra do Salitre, juntos.

R$ 815 MILHÕES: MUITO DINHEIRO! – Nesse segundo indicador, valor da produção em reais, o 1º lugar brasileiro e mineiro continua com Patrocínio, tranquilamente. O interessante é que, quanto ao valor, Monte Carmelo perde o 2º lugar para Campos Gerais. Ambos em torno de R$ 380 milhões cada. Em Minas, Patos de Minas (R$ 227 milhões) também toma o 10º lugar de Carmo do Paranaíba, embora esse tenha produzido mais do que os patenses (isso já provocou até manifestações folclóricas entre as duas cidades).

42 MIL HECTARES DE CAFÉ! – Nesse terceiro indicador, área destinada à colheita, Patrocínio lidera, com muita folga também, no Estado e no Brasil. É o 1º lugar, com 42.092 ha. A surpresa fica por conta de Manhuaçu no 2º lugar com (22 mil ha). Portanto, bem distante do líder Patrocínio. Seguem Campos Gerais (18 mil ha), Serra do Salitre (18 mil ha), Três Pontas (16 mil ha), e, em 6º lugar, inesperado, em virtude da queda na classificação, Monte Carmelo (15 mil ha). O quarto indicador, área colhida, na maioria dos municípios produtores, foi idêntica ao terceiro indicador, área destinada à colheita.

RENDIMENTO MÉDIO – O quinto indicador da safra, medido por quilos produzidos de grãos por hectare, não é favorável a Patrocínio, em termos de ranking. Em Minas, apenas alcança o 197º lugar e o 558º no Brasil. Pois, o rendimento médio por hectare atingiu somente 1.437kg. Menos de 1.500kg, portanto. Enquanto isso, Monte Carmelo teve 1.800kg por ha, Araguari 1.860 kg/ha, Buritis, no Noroeste, 3.120kg, Patos de Minas 1.722 kg/ha, e, Guimarânia 1.541 kg/ha, dentre tantos municípios mineiros. A melhor performance patrocinense, nesse quesito, foi nas safras de 2016 (2.640 kg/ha) e 2018 (2.215kg por ha).

AS SAFRAS PATROCINENSES – Nos últimos dez anos, a pior colheita ocorreu em 2015, com só 41 mil toneladas de grãos. Porém, de quase 92 mil toneladas em 2018 para 61 mil toneladas em 2021, observa-se, com facilidade, a vertiginosa queda na produção de grãos de café no Município. A pandemia a partir do começo de 2020, as alterações bruscas do tempo (chuvas e temperatura) e eventuais opções pela soja, explicam essa queda. Causam possíveis prejuízos, todavia, não afetam a hegemonia nacional de Patrocínio, quanto ao café.

AINDA ASSIM, O RECORDE – Mesmo com a queda na produção, o dinheiro atingiu a maior cifra da história cafeeira de Patrocínio. No auge da produção (2016), o valor da produção correspondeu a R$ 688 milhões. Em 2019, caiu para R$ 388 milhões. Mas de lá para cá, aumentos substanciais. Por isso, bateu no teto de R$ 815 milhões em 2021. Isso mostra o caminho aberto para R$ 1 bilhão, breve. A alta do dólar, preço elevado de fertilizantes e o clima explicam os 155% de aumento no preço do grão de café no ano 2021, segundo a ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café). Daí, o café estar caro até para o consumidor nacional comum.

CONCLUSÃO – Patrocínio é o líder no café, sem dúvida. Porém, o seu rendimento médio (kg por hectare) merece atenção. O que está inadequado? Por que esse baixo nível médio de produtividade? Ou não há o que fazer? Com aplausos pelo 1º lugar... sigamos.


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