Dinheiro. É volumoso, expressivo, o montante dele que circula no Município. O agro (agricultura+pecuária) é o maior responsável por essa intensa movimentação. E para demonstrá-la nada melhor do que apresentar os depósitos a prazo, depósitos à vista, poupança e as operações de crédito. Isso nos últimos anos em Patrocínio. Além do que é importante registrar o dinheiro patrocinense e sua representatividade no ranking estadual. Aliás, boa performance.
DEPÓSITOS À VISTA – É tanta grana na cidade que há somente 22 municípios mineiros com mais “reais” na rede bancária. A começar por BH, Uberlândia (R$ 1,4 bilhão), Juiz de Fora, Betim (com FIAT e Petrobrás) e Ipatinga (com Usiminas). Em 2021, quase R$ 108 milhões em depósitos à vista, em Patrocínio. Araguari, por exemplo, que é maior do que Patrocínio, teve R$ 81 milhões, o que proporcionou apenas o 32º lugar em Minas.
EM PLENO DESENVOLVIMENTO – Com o objetivo de mostrar a evolução financeira de Patrocínio, basta observar a situação em 2009 e compará-la com a situação em 2021. No distante ano, Patrocínio teve só R$ 42 milhões em depósitos à vista. Mesmo havendo sete agências bancárias. Ainda assim, o Município era tão somente o 39º lugar em Minas. Já em 2021, doze anos depois, é o 23º lugar, com mais do dobro em depósito (R$ 108 milhões), em menos bancos (cinco). Esses depósitos se acentuam (aumentam o ritmo de crescimento) a partir de 2018. Enquanto isso, atualmente Patos de Minas, que tem bem mais dinheiro, encontra-se em queda (curva decrescente). Araguari também em queda. E Patrocínio curva crescente (sem queda; só crescimento). Por isso, o futuro breve poderá ser mais alvissareiro ainda para Patrocínio. Não é preciso consultar nenhuma “Mãe Dináh” para essa previsão.
DEPÓSITOS A PRAZO – Patrocínio teve em 2021, um pouquinho mais de R$ 282 milhões em depósitos a prazo, que renderam juros e têm data pactuada para o resgate. Exemplos: o CDB – Certificado de Depósito Bancário e o RDB – Recibo de Depósito Bancário. Nesse quesito, o Município encontra-se em 37º lugar no Estado. Mas, está também em crescimento. Ou seja, curva crescente. Pode-se dizer contexto satisfatório, pois em 2009 ocupava o 54º lugar em Minas.
POUPANÇA – O patrocinense poupa bem. Em 2021, havia R$ 520 milhões contra R$ 116 milhões em 2009. Todavia, o patense é o campeão do Alto Paranaíba em poupança: R$ 1,09 bilhão! E os araguarinos também “guardam” o seu dinheirinho direitinho: R$ 608 milhões.
IMPOSTO NEM TANTO... – Quanto à variável denominada “Obrigações por Recebimento”, Patrocínio se destaca com o seu 28º lugar no Estado. É o resultado de depósitos, referentes ao INSS, tributos federais, FGTS, tributos estaduais como o ICMS, e, municipais, como o IPTU/ISSQN. Entretanto, o valor registrado para 2021 é pouco: R$ 321 mil. A série histórica indica crescimento, após queda em 2020 (ano da pandemia que pouca gente pagou/recolheu impostos).
R$ 1,3 BILHÃO DE EMPRÉSTIMOS – Com o 21º lugar em MG, Patrocínio efetuou, em 2021, operações de crédito no valor exato de R$ 1.292.029.522,00. Como curiosidade, Patos de Minas (6º lugar) buscou crédito de R$ 4,1 bilhões, Araxá empata com Patrocínio, e, a surpreendente terra dos legumes e verduras, São Gotardo, posiciona-se em 22º lugar (à frente de Araguari e Barbacena, por exemplo), com operações próximas de Patrocínio, ou seja, R$ 1.276.088.463,00. Da mesma maneira dos outros indicadores, Operações de Crédito em Patrocínio estão em ritmo de crescimento. Em 2006, foram só R$ 220 milhões; agora são R$ 1,3 bilhão em créditos.
RESUMINDO A PROSA – Somando os depósitos à vista, depósitos a prazo, poupança e obrigações por recebimento, são contabilizados mais de R$ 909 milhões circulando na cidade, em 2021. Do outro lado, mais R$ 1,3 bilhão em operações de crédito. É dinheiro para ninguém menosprezar.
FONTE – Nada de IPEC, nada de DataFolha, nada de Veritá, nada de Quaest. As informações apresentadas são do Banco Central do Brasil, trabalhadas pelo IBGE. Isso é o bastante. Isso tem credibilidade.
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S. Hermann F. Richter| Pixabay
Tangerina
Versátil. E expressiva, é a produção agrícola de Patrocínio. Além de ser o campeoníssimo maior produtor brasileiro de café, o Município tem bom desempenho, estadual e nacional, na produção de outros produtos. Essa produção agrícola é dividida em dois grandes grupos. O primeiro é a “Lavoura Permanente”, onde está o café. E o segundo grupo é a “Lavoura Temporária”, que tem como exemplo o algodão, o milho e a batata-doce. Nas duas últimas edições, foi destacada a presença significativa de Patrocínio quanto ao café e quanto alguns produtos classificados como “Lavoura Temporária”. Completando a pujança agrícola patrocinense, salienta-se a importância do Município na produção de outros produtos da “Permanente” (além do café), como o maracujá. E do milho na “Temporária”. Os dados são de plena confiabilidade. São do IBGE, referentes ao fechamento da safra 2021.
TEM MUITO MARACUJÁ – Em 2021, o Município produziu 870 toneladas, o que proporcionou o 7º lugar em Minas. À frente de Patrocínio, estão seis cidades mineiras, dentre as quais Araguari, que possui grande indústria de sucos. Esse é mais um belo exemplo para os patrocinenses de como industrializar os produtos agrícolas locais. Guimarânia e Carmo do Paranaíba também produzem mais maracujá do que a (nossa) cidade. Nessa última safra, o fruto rendeu R$ 3 milhões para os produtores da Santa Terrinha. Em termos de valor da produção, Patrocínio é o 3º lugar no Estado, superado apenas por Araguari e Jaíba. Isso significa que o maracujá desse chão tem mercado. Tem preço melhor. Tem notoriedade estadual.
LIMÃO E MEXERICA À VONTADE... – O valor da produção patrocinense de limão alcançou o 26º lugar em Minas, com R$ 185 mil arrecadados em 2021. Bastante satisfatório. Já a tangerina posicionou o Município em 34º lugar, canalizando mais de R$ 1,2 milhão para os produtores. Da mesma maneira, a laranja municipal desempenhou bonito papel, quando os produtores receberam mais de R$ 2,7 milhões. Isso situou Patrocínio no mesmo patamar da tangerina. Ou seja, 35º lugar no Estado.
MILHO AINDA BOM – Embora a produção de grãos de milho esteja em queda no Município, as 72 mil toneladas produzidas, em 2021, propiciaram o 23º lugar em Minas. A liderança pertence à surpreendente Perdizes, seguida por Uberaba e Unaí. A decantada capital do milho, Patos de Minas, é apenas o 10º lugar. Em termos de valor, os produtores patrocinenses embolsaram R$ 113 milhões.
FEIJÃO COM ARROZ NEM TANTO... – Patrocínio produz feijão, sim senhor!. Não com a expressão da dupla Paracatu-Unaí e região. Em 2021, os produtores patrocinenses receberam R$ 5,1 milhões. Pois, de 2020 para 2021, houve queda assustadora na produção de feijão. Já a produção de arroz caiu para nível insignificante.
PRODUZ PARA O GASTO... – Em termos de lavoura permanente, Patrocínio produziu ainda abacate (260 t.), banana (220 t.), coco-da-baía (58 t.), e, manga (240 t.). Todos esses produtos permanentes deram milhares de reais para os produtores. Exemplo: manga (R$ 420 mil) e banana (R$ 243 mil).
IDEM, IDEM... – Quanto à lavoura temporária, Patrocínio também teve outras produções. Não expressivas para o ranking, todavia geraram reais. Destaque para o abacaxi (40 t.), mandioca (801 t.) e tomate (1.250 t.). Nesse último caso, é bom mencionar que é basicamente produção do distrito de São João da Serra Negra. Na verdade, a produção patrocinense de tomate caiu demais. De 30 mil toneladas em 2004 para 1,2 t. em 2021.
Foto: Pupunha, a árvore do palmito
A SURPRESA PALMITO! – Com 25 t. em 2021, Patrocínio tornou-se o 25º maior produtor do Estado. Por isso, os produtores receberam R$ 170 mil. Embora seja utilizado apenas 5 há, não há registros históricos sobre palmito no Município. Parece ser novidade, bem ao estilo de Patrocínio. Terra “onde plantando, tudo dá”. O produtor líder de palmito é Uberlândia, seguido por Monte Alegre de Minas.
POR FIM – A riqueza das informações do IBGE é show. Daí, sigamos mostrando-a. Sempre com a presença de Patrocínio.
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Foto: George | Pixabay Hoje é aniversário da pessoa que é minha rocha, minha sustentação, meu refúgio. Márcia Helena Costa, minha esposa.
As pessoas não dizem o que sentem enquanto podem depois se arrependem. Muitas vezes, são cheias de tato para falar com um estranho e tratam de qualquer maneira àqueles que as rodeiam no trabalho e na família. Outras vezes têm vergonha de ser taxadas disso ou daquilo. Eu prefiro falar tudo enquanto posso, especialmente para as pessoas importantes de minha vida porque não sei o que vai acontecer no próximo segundo. Então, não guardo nada. Respeito que pensa diferente, mas eu sou assim.
E este é um caso bem típico. O aniversário de casamento. Dia 12 de fevereiro é o dia do nosso. E posso garantir que esses mais de 50 anos (48 só de casados) foram de felicidade e amizade. Foram acima de tudo de muito amor. Como a conheço, sei que ela não vai gostar de expor nossa vida em público. Mas, peço perdão — não posso deixar esta oportunidade de registrar passar. Meu amor é incondicional. Agora mais forte do que no começo.
Nos dois primeiros anos, sem motivo, o meu ciúme doentio quase estragou um casamento que depois se mostraria maior que o tempo e construtivo. Felizmente, creio que alguém lá em cima deve ter dito:
— Calma, rapaz. Isso não é amor, esse sentimento é posse, deixe de ser tão possessivo.
Talvez pela idade — éramos muito jovens quando constituímos família, eu com 20 ela com 17 —, isso pesa. Porém, do terceiro ano em diante percebi que casamento não é posse. A posse você perde a qualquer hora. Se agir assim, no casamento também.
O casamento é uma relação de amor, onde um respeita o espaço do outro.
O amor bem construído, forjado no dia a dia da convivência, no entendimento, vai se fortalecendo, até chegar o dia em que você não se vê mais como um ser só. Formam uma cumplicidade que vai além da vida terrena. Precisa dela e ela de você, a ponto de vocês verem o outro em tudo que fazem. Como diz a música dos mineiros do Jota Quest:
“É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Amor de dentro pra fora
Amor que eu desconheço
Quero um amor maior
Um amor maior que eu”.
Em fevereiro de 2023, completam-se 49 anos dessa parceria e eu nem percebi. O meu amor é muito maior do que na época de adolescência e juventude. O que antes era pura paixão e carne, hoje é isso e também alma. Além do mais, éramos dois, de repente o tempo foi passando e quando percebemos éramos seis. Eu, ela e os quatro filhos — André, Patrícia, Alexandre e Luiz Costa Jr. Mas o tempo passa rápido. No Natal mais recente — o único que não pudemos estar todos reunidos por causa da pandemia da Covid-19 —, me dei conta de que já éramos 18. Nós dois, três filhos, uma filha, três noras, um genro e oito netos.
Não sei por que, mas os bons espíritos sempre me acompanharam. Deus colocou no meu caminho essa mulher de fibra e garra, que está comigo pro que der e vier — e ela sabe que existe reciprocidade nisso — e é linda. Vivemos — e continuaremos vivendo — nossas vidas em harmonia no sentir, pensar e agir.
Ela, Márcia Helena Costa, merece uma música especial. E eu roubo a criação de Djavan, “Um amor puro”, para dedicar a ela como agradecimento por ter me dado 46 anos preciosos de sua vida, exatos dois terços da minha.
“O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer
E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
É teu e de mais ninguém
Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história
Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul
Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro...”
No "Evangelho Segundo do Espiritismo", encontramos a definição no capítulo "A Lei do Amor":
"O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento (...) Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo! Seus pés são leves, e ele vive como transportado fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina, — amor — fez estremecerem os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo"
Márcia, te amo.
Outubro de 2022
Esta cronica é parte do livro “O Som da Memória – O Retorno”, breve estará publicado