Foto: reprodução Rede Hoje TV 
Estatística
. É um festival de números que deva ser utilizado, visando a melhoria de vida de um lugar. Mas, quando se fala em estatística fala-se em levantamentos sérios, de institutos sérios, de credibilidade. De técnica apurada. Como os números divulgados pelo IBGE, Fundação João Pinheiro-FJP e Fundação Getúlio Vargas–FGV. Já esses levantamentos da mídia (TV, “sites” e portais), sobretudo os de políticos, visam mais a “levar” ou enganar a população, em busca de benefícios contratuais e ideológicos. Têm pouca ou nenhuma credibilidade. Com informações do crível IBGE, empresa de transporte patrocinense é destaque. Como também é apresentado o elevado poder aquisitivo (ter dinheiro) em Patrocínio.

QUASE 37.000 AUTOMÓVEIS – Em 2021, Patrocínio possuía 36.608 veículos. Isso lhe proporcionou o 26º lugar de Minas. A quantidade de automóvel está ligada diretamente ao número de habitantes e ao respectivo poder aquisitivo dessa população. Em termos de população total, Patrocínio é o 39º maior município mineiro e o 345º brasileiro. Em termos de automóvel, é o 26º em Minas e o 253º no Brasil. Assim, em termos per capita, há mais gente no Município com carro do que gente na maioria dos municípios mineiros. O movimento nas belas e planas ruas da cidade também mostram essa verdade.

EM QUASE DEZ ANOS, DOBROU... – Em 2010, eram 20 mil carros. Hoje, aproximando de 37 mil. Indo um pouco mais distante no tempo, em 2006 eram apenas 14 mil e alguma coisa. Com esse ritmo crescente, é hora de se ter eficaz planejamento público urbano. Então, é hora de planejar.

TEM MUITO CAMINHÃO! – São mais de 2 mil, com origem patrocinense. Exatamente 2.166 veículos dessa modalidade, no ano de 2021. A importância de caminhão em Patrocínio é mostrada pelo 21º lugar em Minas. Em 2006 eram tão somente pouco mais de 1.200 caminhões.

HAJA CAMINHONETE! – Beirando 7 mil veículos dessa espécie (precisamente 6.825 caminhonetes em 2021), Patrocínio é a 19ª maior quantidade no Estado. Para se ter ideia do impressionante crescimento das caminhonetes na cidade, basta registrar que em 2010, havia menos da metade. Ou seja, somente 3 mil carros desse grupo.

SHOW DE ÔNIBUS – Em 2021, Patrocínio alcançou o 18º lugar em Minas e o 135º no Brasil, no quesito número de ônibus. É bom explicar que se trata de ônibus urbano e ônibus intermunicipal (inclusive entre estados). Portanto, no tocante ao urbano, grandes cidades e grandes populações, determinam o número de ônibus. Por exemplo, os quatro primeiros lugares de Minas pertencem a Belo Horizonte, Contagem, Uberlândia e Juiz de Fora. Se utilizasse apenas a “variável populacional–ônibus urbano”, Patrocínio se situaria em torno do 40º lugar no Estado. O que não é a realidade. Mas, aqui entra a relevância de emplacamento de ônibus em Patrocínio, tão decantada por este minifúndio, por anos e mais anos. Uma prova disso, é a cidade de Curvelo (81 mil hab.) tem 1300 ônibus emplacados. Pois, a empresa patense-carmense Gontijo emplaca lá e dá o 5º lugar em MG para Curvelo.

PUJANÇA DO EXPRESSO UNIÃO – Essa genuína empresa patrocinense encontra-se em acelerado crescimento. Detentora/concessionária de relevantes linhas de ônibus no Sudeste brasileiro. Tais como: BH–Brasília, BH–Vitória, Uberlândia–Rio de Janeiro, Governador Valadares–SP, Cachoeira do Itapemirim–SP, Vitória–Campinas, Rio de Janeiro–Caldas Novas, Passos–SP, BH-Campo Belo e Campos–SP. O emplacamento realizado por ela em Patrocínio é determinante para os quase 700 ônibus registrados no Município (678 veículos no ano 2021). Mais IPVA, mais prestígio, mais divulgação (as redes sociais a elogiam, mencionando Patrocínio). Embora, o “site” da empresa (ainda) cite o Rio de Janeiro como sede.

LÍDER REGIONAL – Em termos de número de ônibus, Patrocínio é o 3º lugar no Triângulo–Alto Paranaíba–Noroeste. Graças, sobretudo, a empresa da família Constantino. Perde apenas para a dupla Uberaba–Uberlândia, por causa dos ônibus urbanos. O crescimento do número de ônibus em Patrocínio aumentou de 2006 (480) para 2021 (678 veículos).

TEM MOTO PARA “DAR E VENDER” – São dois subgrupos: motocicleta e motoneta (menor tamanho). Quanto a essa, Patrocínio se posiciona em 25º lugar em Minas, com 2.683 motonetas, em 2021. Já no que se refere à motocicleta, havia 12 mil. Somando os dois subgrupos, pode-se dizer que estão rodando pelas ruas da “velha” e “nova” cidade, 15 mil motos. E o número continua crescendo significativamente. Que diga o Pronto Socorro, com a quantidade de cidadãos acidentados, com essa modalidade de veículo.

CONSEQUÊNCIA: REBOQUE CRESCENDO... – Em termos de veículos rebocados, o número aproxima de 1.800 em 2021. Na verdade, 1.739 veículos em reboque. Em 2012, há dez anos, era só 800. E viva o “progresso”! (como se fala no meio popular)

POR FIM – No geral, Patrocínio tem quase 70 mil veículos, incluindo todos os tipos. Com 66.612 veículos exatos, é o 29º lugar em Minas Gerais. Informações do IBGE. Não são do DataFolha, IPEC e companhia. Sigamos com o respeitável IBGE e companhia. Sempre.

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S. Hermann F. Richter| Pixabay 

Tangerina

Versátil. E expressiva, é a produção agrícola de Patrocínio. Além de ser o campeoníssimo maior produtor brasileiro de café, o Município tem bom desempenho, estadual e nacional, na produção de outros produtos. Essa produção agrícola é dividida em dois grandes grupos. O primeiro é a “Lavoura Permanente”, onde está o café. E o segundo grupo é a “Lavoura Temporária”, que tem como exemplo o algodão, o milho e a batata-doce. Nas duas últimas edições, foi destacada a presença significativa de Patrocínio quanto ao café e quanto alguns produtos classificados como “Lavoura Temporária”. Completando a pujança agrícola patrocinense, salienta-se a importância do Município na produção de outros produtos da “Permanente” (além do café), como o maracujá. E do milho na “Temporária”. Os dados são de plena confiabilidade. São do IBGE, referentes ao fechamento da safra 2021.

TEM MUITO MARACUJÁ – Em 2021, o Município produziu 870 toneladas, o que proporcionou o 7º lugar em Minas. À frente de Patrocínio, estão seis cidades mineiras, dentre as quais Araguari, que possui grande indústria de sucos. Esse é mais um belo exemplo para os patrocinenses de como industrializar os produtos agrícolas locais. Guimarânia e Carmo do Paranaíba também produzem mais maracujá do que a (nossa) cidade. Nessa última safra, o fruto rendeu R$ 3 milhões para os produtores da Santa Terrinha. Em termos de valor da produção, Patrocínio é o 3º lugar no Estado, superado apenas por Araguari e Jaíba. Isso significa que o maracujá desse chão tem mercado. Tem preço melhor. Tem notoriedade estadual.

LIMÃO E MEXERICA À VONTADE... – O valor da produção patrocinense de limão alcançou o 26º lugar em Minas, com R$ 185 mil arrecadados em 2021. Bastante satisfatório. Já a tangerina posicionou o Município em 34º lugar, canalizando mais de R$ 1,2 milhão para os produtores. Da mesma maneira, a laranja municipal desempenhou bonito papel, quando os produtores receberam mais de R$ 2,7 milhões. Isso situou Patrocínio no mesmo patamar da tangerina. Ou seja, 35º lugar no Estado.

MILHO AINDA BOM – Embora a produção de grãos de milho esteja em queda no Município, as 72 mil toneladas produzidas, em 2021, propiciaram o 23º lugar em Minas. A liderança pertence à surpreendente Perdizes, seguida por Uberaba e Unaí. A decantada capital do milho, Patos de Minas, é apenas o 10º lugar. Em termos de valor, os produtores patrocinenses embolsaram R$ 113 milhões.

FEIJÃO COM ARROZ NEM TANTO... – Patrocínio produz feijão, sim senhor!. Não com a expressão da dupla Paracatu-Unaí e região. Em 2021, os produtores patrocinenses receberam R$ 5,1 milhões. Pois, de 2020 para 2021, houve queda assustadora na produção de feijão. Já a produção de arroz caiu para nível insignificante.

PRODUZ PARA O GASTO... – Em termos de lavoura permanente, Patrocínio produziu ainda abacate (260 t.), banana (220 t.), coco-da-baía (58 t.), e, manga (240 t.). Todos esses produtos permanentes deram milhares de reais para os produtores. Exemplo: manga (R$ 420 mil) e banana (R$ 243 mil).

IDEM, IDEM... – Quanto à lavoura temporária, Patrocínio também teve outras produções. Não expressivas para o ranking, todavia geraram reais. Destaque para o abacaxi (40 t.), mandioca (801 t.) e tomate (1.250 t.). Nesse último caso, é bom mencionar que é basicamente produção do distrito de São João da Serra Negra. Na verdade, a produção patrocinense de tomate caiu demais. De 30 mil toneladas em 2004 para 1,2 t. em 2021.

Foto: Pupunha, a árvore do palmito

A SURPRESA PALMITO!
– Com 25 t. em 2021, Patrocínio tornou-se o 25º maior produtor do Estado. Por isso, os produtores receberam R$ 170 mil. Embora seja utilizado apenas 5 há, não há registros históricos sobre palmito no Município. Parece ser novidade, bem ao estilo de Patrocínio. Terra “onde plantando, tudo dá”. O produtor líder de palmito é Uberlândia, seguido por Monte Alegre de Minas.

POR FIM – A riqueza das informações do IBGE é show. Daí, sigamos mostrando-a. Sempre com a presença de Patrocínio.


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Foto: George | Pixabay
Hoje é aniversário da pessoa que é minha rocha, minha sustentação, meu refúgio. Márcia Helena Costa, minha esposa.

As pessoas não dizem o que sentem enquanto podem depois se arrependem. Muitas vezes, são cheias de tato para falar com um estranho e tratam de qualquer maneira àqueles que as rodeiam no trabalho e na família. Outras vezes têm vergonha de ser taxadas disso ou daquilo. Eu prefiro falar tudo enquanto posso, especialmente para as pessoas importantes de minha vida porque não sei o que vai acontecer no próximo segundo. Então, não guardo nada. Respeito que pensa diferente, mas eu sou assim.

E este é um caso bem típico. O aniversário de casamento. Dia 12 de fevereiro é o dia do nosso. E posso garantir que esses mais de 50 anos (48 só de casados) foram de felicidade e amizade. Foram acima de tudo de muito amor. Como a conheço, sei que ela não vai gostar de expor nossa vida em público. Mas, peço perdão — não posso deixar esta oportunidade de registrar passar. Meu amor é incondicional. Agora mais forte do que no começo.

Nos dois primeiros anos, sem motivo, o meu ciúme doentio quase estragou um casamento que depois se mostraria maior que o tempo e construtivo. Felizmente, creio que alguém lá em cima deve ter dito:

Calma, rapaz. Isso não é amor, esse sentimento é posse, deixe de ser tão possessivo.

Talvez pela idade — éramos muito jovens quando constituímos família, eu com 20 ela com 17 —, isso pesa. Porém, do terceiro ano em diante percebi que casamento não é posse. A posse você perde a qualquer hora. Se agir assim, no casamento também.

O casamento é uma relação de amor, onde um respeita o espaço do outro.

O amor bem construído, forjado no dia a dia da convivência, no entendimento, vai se fortalecendo, até chegar o dia em que você não se vê mais como um ser só. Formam uma cumplicidade que vai além da vida terrena. Precisa dela e ela de você, a ponto de vocês verem o outro em tudo que fazem. Como diz a música dos mineiros do Jota Quest:

É preciso amar direito

Um amor de qualquer jeito

Ser amor a qualquer hora

Ser amor de corpo inteiro

Amor de dentro pra fora

Amor que eu desconheço

Quero um amor maior

Um amor maior que eu”.

Em fevereiro de 2023, completam-se 49 anos dessa parceria e eu nem percebi. O meu amor é muito maior do que na época de adolescência e juventude. O que antes era pura paixão e carne, hoje é isso e também alma. Além do mais, éramos dois, de repente o tempo foi passando e quando percebemos éramos seis. Eu, ela e os quatro filhos — André, Patrícia, Alexandre e Luiz Costa Jr. Mas o tempo passa rápido. No Natal mais recente — o único que não pudemos estar todos reunidos por causa da pandemia da Covid-19 —, me dei conta de que já éramos 18. Nós dois, três filhos, uma filha, três noras, um genro e oito netos.

Não sei por que, mas os bons espíritos sempre me acompanharam. Deus colocou no meu caminho essa mulher de fibra e garra, que está comigo pro que der e vier — e ela sabe que existe reciprocidade nisso — e é linda. Vivemos — e continuaremos vivendo — nossas vidas em harmonia no sentir, pensar e agir.

Ela, Márcia Helena Costa, merece uma música especial. E eu roubo a criação de Djavan, Um amor puro”, para dedicar a ela como agradecimento por ter me dado 46 anos preciosos de sua vida, exatos dois terços da minha.

O que há dentro do meu coração

Eu tenho guardado pra te dar

E todas as horas que o tempo

Tem pra me conceder

São tuas até morrer

E a tua história, eu não sei

Mas me diga só o que for bom

Um amor tão puro que ainda nem sabe

A força que tem

É teu e de mais ninguém

Te adoro em tudo, tudo, tudo

Quero mais que tudo, tudo, tudo

Te amar sem limites

Viver uma grande história

Aqui ou noutro lugar

Que pode ser feio ou bonito

Se nós estivermos juntos

Haverá um céu azul

Um amor puro

Não sabe a força que tem

Meu amor eu juro

Ser teu e de mais ninguém

Um amor puro...

No "Evangelho Segundo do Espiritismo", encontramos a definição no capítulo "A Lei do Amor":

"O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento (...) Feliz aquele que ama, porque não conhece as angústias da alma, nem as do corpo! Seus pés são leves, e ele vive como transportado fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou essa palavra divina, — amor — fez estremecerem os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo"

Márcia, te amo.

Outubro de 2022


Esta cronica é parte do livro “O Som da Memória – O Retorno”, breve estará publicado


 

O escritor Cornélio Ramos, nasceu em São Jerônimo dos Porções, distrito de Campos Altos, Alto Paranaíba, mas mudou-se ainda criança para Patrocínio, onde estudou no Ginásio Dom Lustosa.

E como este ex-aluno do Dom Lustosa, amava Patrocínio!

Posteriormente, escolheu Catalão para viver, se tornou um apaixonado pelas histórias e estórias daquela terra. Foi escritor de grande cepa, poeta, contista, cronista, pensador, pesquisador, historiador e produtor cultural. Cornélio Ramos, tornou-se um dos mais importantes personagens da cidade de Catalão.

Em 2010, celebrou-se condignamente por lá, o Centenário de seu nascimento. O prédio da antiga Estação Ferroviária, daquela cidade, foi construída em 1940, tombado como patrimônio histórico municipal, transformado em Museu Histórico e finalmente, foi batizado com o nome do escritor. “MUSEU HISTÓRICO MUNICIPAL CORNÉLIO RAMOS ”

(Lembrando que a estação Ferroviária de Patrocínio, foi fundada em 1918, cujo centenário passou em branco. Hoje tombada, como Patrimônio histórico, contudo, está lá toda descaracterizada. Por um tempo a sede foi usada como escritório da Ferrovia Centro atlântica - FCA, mas atualmente está em completo abandono. Sem nenhuma destinação histórico/cultural. O prédio está se desabando sob os olhos insensíveis dos patrocinense, que dizem amar a história)

Reiterando que esse ex - Chefe da estação, viveu sua juventude em Patrocínio, cidade que jamais esqueceu. (Era tio da saudosa amiga, colega de trabalho na SGL (Gráfica União) Maria Emília Alves Fraga, falecida em 2011, no distrito de Salitre de Minas. Através, desta sobrinha, mantive uma prazerosa relação de amizade com ele, infelizmente não cheguei a conhecê-lo pessoalmente. Por meio de cartas e bilhetes.

Cornélio, deixou diversas obras entre as quais: “Letras Catalanas” "Colina dos poetas" (1992), "Catalão de ontem e de Hoje" (1984), "Histórias e Confissões" (1987), "Fim de Primavera" (Poemas-1990), "Momento Lírico" (Poemas -1968), "Pequena História de Ouvidor "(1988), "Amor em Quarto Crescente " (Contos-1967), "Catalão-Poesias, “Lendas e Histórias "(1978).

Em 2001, acometido de um câncer e provavelmente por conta de uma depressão ocasionada pela doença, acabou, infelizmente, tirando a própria vida com um tiro.

Para homenageá-lo, reconhecendo sua grandiosidade, transcrevo de seu livro a “Colina dos Poetas”, (o qual, tenho o orgulho de possuí-lo, autografado pelo autor), um relato dos bastidores do processo eleitoral, dos tempos dos coronéis.

A política ainda é suja, perversa e sem escrúpulo…. Já foi ruim, ficou moderna, ficou pior?

(Somente um parêntese importante, antes, do texto de Cornélio Ramos: As eleições, felizmente, mudaram muito muito nas últimas décadas. O rigor da legislação eleitoral, a introdução de novas tecnologias, tais como biometria, permitem ao eleitor um pouco mais de segurança, liberdade e conforto para escolher e votar no seu candidato.

A urna eletrônica, tem sido a responsável para que as votações e apurações dos pleitos ocorram com rapidez e segurança. O revolucionário, uso da internet nas campanhas eleitorais. Até o chato horário eleitoral ( se não manipulado) tem lá o seu valor.

Tecnicamente em termos de legislação e campanha eleitoral, muita coisa mudou para melhor, mas o ser humano vai mudando sempre para pior.

A arte de enganar, mentir e manipular é a mesma de antanhos tempos. O pau-de-sebo do poder é o mesmo, uns querem subir, outros querem permanecer lá em cima…. Eterna política sem caráter...

Lembra dos famigerados folhetos anônimos derramados na calada da noite? Foram substituídos pelas fake news, pelas fake vídeos e por outras manipulações virtuais com poder de destruição de reputação mil vezes mais detonantes. Pesquisas de intenção de votos falsas proliferam soltas. "Idiotas úteis" viralizam a mentira conforme a conveniência. Cabos eleitorais trocam catiripapos virtuais num autêntico vale tudo. Acham que estão arrasando, ganhando votos, mas estão espantando eleitores inteligentes. São os "desmancha rodas" da redes. Temporariamente, o cidadão comum, deixou as redes ou arenas sociais, somente para digladiação eleitoral. Essa gente espantou toda sensatez, poesia e leveza da boa convivência.

E o voto de cabresto, do qual fala o Mestre Cornélio Ramos, ainda existe? Siiim. Ele está por ai nas empresas, fábricas, entidades e instituições, mas é sutil, beem veladinho.

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, está na Constituição, o voto é secreto. A liberdade do eleitor, diante da urna, é soberana. Escolha QUEM VOCÊ achar o MELHOR candidato. Supremo é o Povo: E como era as:

ELEIÇÕES DE ANTIGAMENTE”

Lembro-me, quando aluno do Grupo Escolar em São Jerônimo dos Porções (MG), das eleições que realizaram para Presidente da República, quando, em agitada, campanha eleitoral, subiu ao poder o Dr. Artur Bernardes.

Na época, os pleitos eleitorais eram conhecidos como eleições de bico de pena. Isso foi em 1922.

A seção eleitoral foi aberta num salão do aludido Grupo, às 8 horas, por um funcionário vindo da cidade de São Gotardo, à qual pertencia o distrito. A relação dos eleitores era organizada pelos “coronéis” que, na época, lideravam as cidades do interior e seus distritos. Poucos eleitores compareceram. Ao meio dia o presidente da seção, desejoso de concluir  os trabalhos chamou vários alunos de Grupo, entre os quais me encontrava, e mandou os mesmos escreveram nas listas de votação os nomes dos eleitores faltosos; e, em seguida, colocavam na urna a cédula do Dr. Artur Bernardes e, de vez em quando, uma de seu opositor, Dr. Nilo Peçanha, tendo o cuidado de deixar também algumas abstenções, para dar ao pleito cunho de legalidade.

Ganhou a eleição o candidato oficial. Governo não perdia eleições, era regra.

Em 1º de março de 1930. Aconteceu outra agitada eleição para Presidente da República, da qual participei já como eleitor. O alvoroço foi causado pelo rompimento da política “Café com  Leite”, um arranjo maroto que proporcionava a alternância na Presidência somente por mineiros e paulistas. A contenda foi causada pelo fato de o Presidente Washington Luiz, que pertencia  ao grupo paulista, pretender como seu sucessor outro paulista, rompendo assim a tradição. Os opositores formaram então a famosa “Aliança Liberal”, liderada pelos estados  de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, lançando como candidatos os doutores Getúlio Vargas e João Pessoa contra os oficiais Júlio Prestes e Vidal Soares.

O movimento cresceu e sensibilizou profundamente toda Nação.

Na época vigorava o “voto a cabresto”, um pouco mais evoluído do que o “voto de bico de pena” . Os eleitores era corretamente qualificadoss, mas, na hora da votação, os coronéis mandavam seus fiscais para a boca da urna e os eleitores eram obrigados a mostrar as cédulas antes de colocá-las.

Ai de quem tivesse o topete de votar contra. Se era funcionário, estava comprando sua demissão; se não era, teria que haver como o coronel. Era o voto a descoberto”.

Nos estados opositores, ganhou Getúlio Vargas, e nos outros,  fiéis ao Presidente da República, ganhou Júlio Prestes (eleição fraudulenta, é claro)

A nação, contudo, estava cansada desse jogo e em consequência disso, veio a Revolução de 1930, chefiada por Getúlio Vargas.

O Presidente foi deposto. Washington Luiz e Júlio Prestes foram exilados; criou-se então uma república Revolucionária chefiada por Getúlio e seu grupo.

Em 1934 foi que, com um correto cadastramento eleitoral, com a implantação do voto secreto, pode o povo brasileiro votar com tranquilidade para a escolha de uma Assembleia Constituinte, dando ao Brasil uma nova Constituição, a qual confirmou Getúlio Vagas na Presidência da República.

Daí para cá foi  o país abalado por vários acontecimentos políticos. No dia 18 de setembro de 1946 foi promulgada a terceira Constituição Republicana, reunindo as tradições da 1891, as conquistas da de 1934, regulamentando o direito de greve, a autonomia dos estados e municípios, mantendo a independência dos  Três Poderes.

 Depois dessa Constituição sofrer mais  de 20 emendas e cerca de 40 atos complementares, foi também substituída  por outra em 1967, imposta pelo Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, então na chefia do governo, graças a um golpe militar acontecido no dia 31 de março de 1964.

Mesmo submisso a um regime militar discricionário, o povo, por sua força, foi aos poucos reconquistando sua liberdade e, em eleição indireta, no dia 15 de janeiro de 1985, punha fim a uma ditadura militar que durou mais de 20 anos.

Surgiu assim a Nova República, propondo restabelecer a democracia. Convocaram uma Assembleia  Nacional Constituinte e, em seguida, elaboraram a Constituição de 1988, cheia de inovações, falhas e até hoje não completamente regulamentada”

(Cornélio Ramos)


No início dos anos 1970, Patrocínio ganha uma obra fundamental para o crescimento que viria: a nova estação de tratamento de água, ainda hoje a principal da cidade. A “caixa d’agua”, como era conhecida da população, transformou-se em ponto turístico. Muito bem cuidada por funcionários do Daepa, como os servidores Olímpio e o “Zizinho”, a estação impressionava pelos vários e enormes tanques de decantação, filtragem e reservatórios.

Os projetos parecem seguir a tendência da arquitetura e engenharia usadas na construção de Brasília. A caixa mais alta – construída depois, para possibilitar maior gravidade na distribuição da água – tem o formato das duas torres do Congresso Nacional – e um reservatório subterrâneo tem o formato de uma das conchas do mesmo conjunto de prédios do Distrito Federal, também mexendo com a imaginação nesse sentido. As pessoas sobem ali para tirar fotos.

Porém, o que atrai mesmo são os jardins em todos os cantos, muito bem cuidados, com flores variadas e árvores – ainda pequenas – dando sombras. Nesse tempo, não há muros. Toda a área da estação de tratamento é cercada por ciprestes, que exalam o cheiro característico deixando o ambiente perfumado. O vento, naquela região da cidade que é alta, é quase constante.

Às sombras das árvores ou das enormes estruturas de concreto que formam as grandes caixas d’agua, os jovens curtem domingos inteiros. Em cada canto há jovens casais de namorados ou grupos de rapazes e moças ouvindo música, tocando violão, cantando e, às vezes, jogando cartas, conversando. Uma diversão deliciosa e sem nenhuma preocupação. Ali se fazem verdadeiros piqueniques. As pessoas levam cestas com quitandas, frutas e bebidas. Forram a grama com toalhas de mesa feitas de tecidos, em geral, quadriculados. Levam também suas vitrolas, as famosas Sonatas.

Os jovens gostam daquele local por três motivos: o lugar é bonito e agradável, é seguro e, principalmente, pela liberdade. Como os pais ficam despreocupados com os jovens ali, os casais podem namorar tranquilamente sem as “velas” (pessoas encarregadas dos pais de vigiar os casais).

Por todo lado que se ande, ouvem-se músicas, entre outras: “O Milionário”, dos Incríveis; “Do you wanna dance”, Johnny Rivers; “Oh, Darling”, Beatles; “Eu te amo, te amo, te amo”, Roberto Carlos e “A namorada que sonhei”, do Nilton César, que – no romantismo ingênuo – previa com acerto: “um dia no futuro então casados, mas eternos namorados, flores lindas eu ainda vou lhe dar...”

Eu morava perto daquele ponto de encontro justamente no seu período mais efervescente, e aproveito bastante. Curtia mais pelos sons e pra ver as meninas do que namorar, por exemplo. É nessa época um local gostoso para passear.

Com o passar do tempo, a mudança nos comportamentos fez as autoridades ficarem precavidas com a insegurança reinante e qualquer coisa que possa sofrer algum tipo de sabotagem – como os sistemas de abastecimento de água das cidades – é protegida de forma quase insana e ninguém mais entra para passear. Quando muito é autorizada uma visita monitorada e com tempo determinado. Sinal dos tempos.

(As fotos: a primeira é atual, cedida pelo Daepa e a segunda, do acervo da Casa da Cultura. registra uma visita à construção da caixa principal no governo Mário Alves, anos 1960)


Esta crônica está no novo livro "O SOM DA MEMÓRIA - O RETORNO" a ser lançado breve pelo autor.

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