Educação. A história educacional de Patrocínio tem como âncoras quatro escolas, na primeira metade do século XX. Com os seus nomes originais, são: Grupo Escolar Honorato Borges (1912), o primeiro educandário do Município; Ginásio Dom Lustosa (1927), o primeiro então “secundário” (sexo masculino); Escola Normal Nossa Senhora do Patrocínio (1928), a primeira dedicada exclusivamente ao sexo feminino; e, Colégio Prof. Olímpio dos Santos–CPOS (1953), a primeira escola “secundária” (ginasial e técnico de comércio) gratuita da cidade. A classe menos favorecida ficou empolgada com a oportunidade de estudar. Como ilustração, a primeira turma que se formou em sua nova sede (Av. José Maria Alkmim) e algumas das celebridades patrocinenses do ano de sua colação de grau (formatura ginasial) merecem destaques. Professores inesquecíveis, políticos inigualáveis e alunos legendários. Alguns sobrevivem; a maioria vive na saudade.

FORMATURA EM 1962 – Numa quarta-feira chuvosa, 12 de dezembro, às 19h, ocorreu a solenidade de quem concluía o curso ginasial no CPOS. O local foi o luxuoso Cine Teatro Patrocínio, sob a gerência do Sr. Virgílio Gimenez (não era de Patrocínio). Os proprietários eram os irmãos Jorge Elias (avô da deputada federal Greyce Elias) e João Elias. Era a primeira turma, na sua quase totalidade, que estudou os quatro anos no novo prédio da Escola (Av. José Maria Alkmim).

EXPLICAÇÃO E ESQUECIMENTO – O Colégio Olímpio dos Santos–CPOS funcionou de 1953 a 1958, à noite, no Grupo Honorato Borges. Nessa época, a primeira diretora foi a prof. Irma Maria de Oliveira e o segundo diretor o prof. Franklin Botelho. Em 1957/1958, o prefeito Dr. Amir Amaral, apoiado intensamente pelo vereador Abdias Alves Nunes, reivindicou, junto ao deputado (majoritário) e ministro da Fazenda do governo JK, José Maria Alkmim, colaboração financeira na construção da escola. O lote foi doado pela família pessedista D. Mulata e filhos (Ambrolino o principal deles). D. Mulata residia em sua grande chácara, onde é hoje a Av. José Maria Alkmim, nº 280. Ela já tinha doado lote destinado à Praça de Esportes (hoje, PTC). Nem assim, Dona Mulata é lembrada pelos políticos atuais. Em fevereiro de 1959, após prestar o Exame de Admissão (tipo “vestibular” para fazer o ginásio), foi constituída a primeira turma no recente e belo prédio. E essa turma terminou os quatro anos do ginásio em novembro de 1962.

AS CELEBRIDADES POLÍTICAS: UDN E PSD – A foto de formatura mostra, lado a lado, os dois maiores expoentes do poder no Município. O prefeito Eneas Aguiar, UDN, que administrou Patrocínio precisamente no período ginasial dessa turma: 1959/60/61/62. E Amir Amaral, PSD, que tinha comandado anteriormente Patrocínio, de 1951 a 1958. Esse, no quadro de formatura é registrado como o fundador do Colégio. O que é verdade. O paraninfo (padrinho) da turma foi dr. José Figueiredo, PSD (em 1958, perdeu a eleição para Enéas Aguiar). O grande empresário Olney Barreira, PSD, também está no quadro e na foto como colaborador (certamente, destinou recursos para a manutenção da escola).

QUE MESTRES! – Galácticos. Fenomenais. Fantásticos. A começar pelo prof. Franklin Botelho (vice-diretor e mestre de Francês e Geografia). Prof. Sebastião Cirilo Fonseca (Português), profª. Laga Wadhy Farah (Inglês), essa irmã dos médicos Michel Wadhy e Latif Wadhy, e, Eustáquia de Souza (professora de desenho), da família Aleixo, residente em bonita chácara, onde é hoje o Supermercado Bretas e parte do bairro Morada Nova. Ione de Oliveira também foi professora de desenho no CPOS.

E O SHOW CONTINUA... – O quadro e a foto registram também o querido e eficiente professor de Matemática, Antônio de Pádua Novais, que, felizmente sobrevive (cantor do Coral da Igreja Matriz). A disciplina Ciências Naturais, nesse período, foi entregue à professora Ester Andrade de Melo (esposa do vice-prefeito e farmacêutico Benedicto Romão de Melo, UDN), residentes entre o Fórum (hoje, Superintendência de Ensino) e o Edifício Rosário (Rádio Difusora), na praça Honorato Borges. E, por fim, professora Lirinha, ícone do ensino patrocinense. A mestre Liria Lassi Capuano, falecida, da família Pieruccetti, casada com o Sr. Luís Capuano, pais do ex-gerente da Caixa Econômica Federal–CEF, Luís Carlos.

TEM FORMANDO FAMOSO... – Foram 24 alunos que concluíram o curso ginasial. Ismar Cortes e Alvim Nunes Dias falaram em nome de todos (os oradores). Um dos cinco maiores craques do futebol genuinamente patrocinense, Luiz Antônio Figueiredo (Totonho), foi um dessa turma (isso depois de passar pelo Diocesano, de Uberaba, e Dom Lustosa). O então radialista da Difusora Massilon José Marques, falecido, filho do poeta Massilon Machado, e marido de Vânia Guarda, também pertenceu a essa turma de 1962. O hoje delegado da Polícia do Rio, escritor de livros, torcedor nº 1 do Fluminense carioca, ex-Difusora, Valterson Botelho, também encontra-se entre os formandos do CPOS, nessa época.

TEM MAIS GENTE DE DESTAQUE – David Araújo e Ivo Ferreira. Este irmão da professora Ilda Ferreira. Ambos, sobrevivem, graças a Deus, Nildo Afonso de Almeida (da Funerária Irmãos Almeida), e, Jorge Abrão Farah Netto, filho da professora Laga, que faleceu, em acidente automobilístico, em Ribeirão Preto-SP, anos 60 (ainda muito jovem).

E ESSE... – Belchior de Oliveira Ferreira, hoje residente em Belo Horizonte, auditor (UFMG) aposentado e irmão de Baltazar Ferreira (engenheiro em São José dos Campos). Eles, parentes do mega-empresário Nenê Constantino e dos irmãos intelectuais Odair de Oliveira e Gerson de Oliveira (Belchior foi uma das fontes vivas consultadas para esta crônica).

O GRANDE DIRETOR – Abdias Alves Nunes, dentista pela UFMG, filho de Manoel Nunes, vereador por sete mandatos pelo PSD, professor e de nobre espírito público (não era remunerado), tornou-se responsável maior pelo Colégio Professor Olímpio dos Santos nos anos 50 e 60. Inclusive diretor. Quem copiar um pouco as suas ações e praticá-las, com certeza, Deus o beneficiará. O exemplo de Abdias precisa ser mais pesquisado. E seguido, sobretudo pelos políticos.

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Crédito: AndreasAux | Pixabay

Por Alaércio Nicoletti*



Riqueza. É interessante sabê-la quando é mostrada utilizando-se da geografia: município, estado e país. A distribuição da riqueza apresenta os pontos fortes e fracos de um lugar. Dessa vez, coube à competentíssima Fundação Getúlio Vargas (FGV) demonstrar os ricos e os pobres do Brasil. Para tanto, ela analisou dados das declarações do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRF da Receita Federal) como base. Usou também informações do IBGE. É bom ter atenção para não confundir esse indicador (Imposto de Renda) com outros, tais como o PIB per capita e o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal).

PATROCÍNIO CIDADE RICA – A análise do Patrimônio Líquido Médio da População demonstra que o Município é o 32º lugar de Minas, com quase R$ 43 mil (exatamente R$ 42.553,00). Mas o que isso significa? Pelo Imposto de Renda, o patrimônio líquido de uma pessoa são os bens que ela possui menos as dívidas, em um ano. Ou seja, os ativos menos os passivos de uma pessoa. Como o indicador é considerado, em termos médios, cada patrocinense tem R$ 43 mil de patrimônio líquido. Na realidade, não é bem assim. Pois, tem pessoas com enorme patrimônio líquido, e, pessoas com até patrimônio negativo (deve mais do que tem). Por isso, adota-se o termo “média” ou “médio”.

SHOW DE PATOS DE MINAS – Pelo Patrimônio Líquido, Patos é mais rica do que Patrocínio. Lá, o patense, em média (sempre é bom repetir isso), tem o patrimônio líquido de R$ 78 mil. Quase o dobro do patrocinense médio. É o 8º lugar em MG e o 109º no Brasil.

PATROCÍNIO REGULAR – Mudando de indicador, considerando agora a Renda Média da População, Patrocínio é o 34º lugar em MG, com R$ 1.230,00. E Patos de Minas é o 12º lugar, com R$ 1.571,00. Nesse quesito, a campeã mineira e brasileira, Nova Lima, tem renda média de quase R$ 9 mil (R$ 8.897,00).

PATROCÍNIO DECLARA MENOS... – Os declarantes do Imposto de Renda em Patrocínio correspondem a quase 15% da população. Em outras palavras, próximo de 14 mil declarações. Pouco, se comparar com Patos de Minas (18% da população) e com a cidade nº 1, Nova Lima (33% da população). Isso para não citar Araxá (20%), Araguari (17%), Monte Carmelo (13%) e Perdizes (empatada com Patrocínio). Nesse quesito (declaração), a cidade se posiciona em 69º lugar em MG. Posição fraca.

TEM POBREZA NO PEDAÇO – Mesmo sendo classificado como rico, o Município apresenta desigualdade de renda. Essa desigualdade também se acentua fortemente no Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri. Em até cidades grandes como Pirapora, Teófilo Otoni e Montes Claros. Se juntar no raciocínio que quase 80 mil cidadãos patrocinenses (tem menor de idade, dependente e desempregado nesse número) não declaram imposto de renda, que o patrimônio líquido médio dos declarantes de Patrocínio é apenas regular (o de Patos de Minas é o dobro), e, que a renda média dos Declarantes (não confundir com renda média da população) encontra-se no mesmo patamar do patrimônio líquido, chega-se a um veredito. É visível que Patrocínio necessita de evolução quanto aos declarantes. O número de declarantes está abaixo de seu progresso.

BRASÍLIA É EM OUTRO PLANETA – A renda média no Distrito Federal é de R$ 3.148,00 (14º lugar no Brasil). Dentre as capitais, as maiores são de Florianópolis e Porto Alegre. Nova Lima, o 1º lugar geral, tem quase R$ 9.000,00 em média de renda por pessoa. Aliás, a riqueza dessa cidade da Grande BH é devido, sobretudo, aos bairros Jardim Canadá, Vila da Serra e condomínios de alto luxo, nessa região do famoso BH Shopping, na capital mineira. Tem alguns patrocinenses que residem por lá. Porém, a desigualdade maior é quando a FGV mostra que a renda média no Lago Sul de Brasília é de R$ 23.241,00. Isto é, três vezes maior do que a renda no município mais rico do País (Nova Lima). Assim, a capital dos servidores públicos “estoura a boca do balão”. Brasília, retirando a periferia, é habitada por gente do setor público. Gente de elevadíssimos ganhos.

PORQUÊ PTC É RICA – Patrocínio está situada no “Mapa da Riqueza da FGV Social”, na maior faixa de renda média da população. Isso baseado nas declarações do DIRF de 2021, ano-calendário 2020.

ALGUMAS VITÓRIAS PATROCINENSES – A Renda Média da População de Patrocínio (R$ 1.230,00) é maior do que as de Minas (R$ 1.153,00), Goiás (R$ 1.092,00), Espírito Santo (R$ 1.134,00) e todo o Norte e Nordeste.

POR FIM – A região é rica. Patrocínio é rica. Todavia, persistem “bolsões” da pobreza (pobre é aquele que ganha menos de R$ 497,00 mensais, segundo o FGV). Suavizar a desigualdade é preciso.

PALAVRA FINAL

SAUDADE – Sábado, dia 18, faleceu José Eustáquio Santos, aos 74 anos. Além de músico em bandas patrocinenses (anos 60/70), que encantaram aquela geração, era seguramente, o fã nº 1 do lendário Renato e seus Blue Caps (a versão dos Beatles no Brasil). Zé Eustáquio foi exemplar quanto à probidade e fineza. Sem volúpia pelo modismo, o seu paraíso, a sua praia, chamava-se Patrocínio (era também sobrinho deste autor).

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Que glória! A “ PRIMEIRA COLUNA” assinada por EUSTÁQUIO AMARAL, celebra , neste 25/02/ 23, 45 ANOS de circulação ininterrupta na imprensa Rangeliana. (BODAS DE RUBI).

Se trata-se de um marco? Em suma, basta dizer que estamos diante de um caso com cabedal para o Guinness World Records. Com a palavra Rondes Machado lá no Céu…

Sua coluna, no dizer do próprio autor, “amadora”, é publicada semanalmente na Gazeta de Patrocínio, Sites Patrocinionline e Rede Hoje, mas deveria, ser lida também na Tribuna da Câmara Municipal de Patrocínio, em cada Sessão Ordinária. Logo depois da leitura bíblica e execução do Hino de Patrocínio, faria-se a leitura de sua coluna, mantendo aquele mesmo espírito reverente e santo no recinto.

Caso alguém encontre exagero em minhas palavras: “ PATROCÍNIO ESTÁ ENTRE OS RICOS, PORÉM COM RESSALVA” Eis o título de sua coluna, exatamente neste histórico 25/ 02/23.

Do alto de sua humildade, zero ufanismo pela data. Nenhum confete ao seu ego pela façanha alcançada. Aliás, mais um show editorial… Como está nosso município entre os ricos e pobres do Brasil? (O nível de sua escrita e daí pra cima) Somente leitores da “ Primeira Coluna”, saberão coisa tais e muito mais.

Isto posto, olha aqui pra mim… não…nos olhos, por favor:
Voce acha que o prefeito Deiro Marra, vai enviar ao homem das “ Bodas de Rubi” um ofício de parabéns? Você acha que algum vereador vai apresentar- lhe uma “ Moção de Aplauso?” Você acha que a Deputada Federal Greyce Elias e Deputada Estadual Maria Clara, ao menos sabem da grandeza de “ Menestrel Rangeliano”? você acha que alguém da mídia vai lhe tecer algum tributo? Infelizmente a resposta é não.

É gente ocupada, no dizer deles “defendendo Patrocinio” Quanto a isso, só duas perguntas: Alguém destes, defendem a história, a gente, o chão sagrado, as glórias e o futuro de Patrocínio mais do que Dr. Eustáquio do Abadio Amaral? Mas…de graça?

Onde cada uma das autoridades da vez, estava há 45 anos?

E se, ao invés de nascer na “ Santa Terrinha”, ele tivesse nascido em Patos de Minas, Uberlândia ou Belo Horizonte, hoje seria aplaudido e de pé…

Ainda hoje, “ Menestrel Rangeliano” fará sua caminhada pelas alamedas bem arborizada de Belo Horizonte, onde reside. Quem passar por ele, possivelmente vai vê-lo com um foninho de ouvido. Nem imagina que está sintonizado em alguma rádio da “ Santa Terrinha”. Eis ele e seu cordão umbilical, que só pode ser de aço.

Mais uma verdade e na lata: O que E.A. fez pela Saúde de Patrocínio, enquanto, Superintendente de Planejamento e Finanças da Secretaria de Estado da Saúde, por 12 anos, nenhum deputado da terra, fez. Prova de que, o tempo todo, é mais do que um serviçado servidor de Patrocínio.

Aliás, que fenômeno: Seus pés, suas mãos e sua cabeça há muito estão lá na Côrte, mas seu coração, sua mente e sua alma NUNCA saíram de Patrocínio.

45 ANOS… Sua vida é um hino de amor a Patrocínio e região.
Que chegue aos céus em forma de prece, nosso aplauso de reconhecimento de gratidão!




Cenário. Fragmentos do cotidiano patrocinense permitem mostrar um pouco como era a vida, o cenário patrocinense, em uma época distante. O ano de 1934 é rico de informações. Na sua maioria, ainda desconhecidas. O domínio dos Correios, a liderança incontestável do Dom Lustosa e o papel importante de nomes da história patrocinense.

SEMPRE CHEGAVA HOLANDÊS – Direto da Holanda, em janeiro/1934, Padre Venâncio Hulselmans e Irmão Huberto van Ruiten passaram a residir no Ginásio (escrevia Gymnasio) Dom Lustosa. Com isso, mais holandeses no Município. Estava configurada a invasão holandesa em Patrocínio (invasão cultural e religiosa).

ERA MODA... – A comunidade holandesa de Patrocínio (e seus admiradores), afirmava, que segundo o censo na Holanda, todos os holandeses com mais de 20 anos de idade, eram católicos. Então, está explicado o grande número de padres holandeses.

CARNAVAL EM 1934 – “Serão prohibidos os gestos, canções e palavras obcenas, ou que envolvam desrespeito a quaesquer autoridades, classes e instituições...” Assim expressava o aviso da Polícia do Estado. Bom tempo...

ELEVADO NÍVEL DE JURADOS – Dentre os sorteados, no Júri de fevereiro, estavam Massilon Machado (poeta), Mário Alves do Nascimento (prefeito em 1963), José Luiz da Silva (um dos fundadores do CAP), Octavio de Brito (farmacêutico renomado), Secundino de Faria Tavares (pai da famosa família), Manoel Nunes (comerciante), Cândido Duca (farmacêutico), Luciano Furtado (advogado), e, outros que deram credibilidade ao Tribunal.

GUERRA RELIGIOSA... – A criação do Ginásio Dom Lustosa, em 1927, foi uma reação da Igreja Católica (devido) à presença da Igreja Presbiteriana, Instituto Bíblico sobretudo, em Patrocínio. Em 1934, o jornal “O COMMÉRCIO” publicou: “O pae catholico não deve e, em consciência, não pode colocar filhos em collegios protestantes, espíritas e anti-catholicos.” Ainda bem que essa época passou... e não deixou saudade.

JUVENTUDE DE CELEBRIDADES – Michel Wadhy (médico e fundador da Academia Patrocinense de Letras, em 1982) já publicava poesias em 1934. Nesse mesmo ano, o “menorista” Almir Marques viajava pelo trem para Belo Horizonte, rumo ao Seminário (Almir foi o primeiro e único bispo patrocinense). E o Cinema Odeon (Largo do Rosário) era o ponto de encontro dos enamorados.

INCRÍVEL: 300 MIL CARTAS CIRCULANDO – A Agência Postal e Telegráfica de Patrocínio publicou o movimento dos correios em 1933. Foram expedidas quase 95 mil cartas (só cartas “simples” foram 84.800). E recebidas 105 mil cartas (exatamente 95.395 cartinhas). Nisso é bom destacar que mais de 15 mil cartas eram registradas (recebidas + expedidas). E em trânsito (sem ser de Patrocínio), mais de 83 mil (só cartas simples totalizaram 79.084). Somando a tudo, foram mais de 6.000 malas postais. Para um tempo que não existia telefone interurbano (telefone ligando cidades), o correio dominou amplamente as comunicações entre as pessoas.

MOVIMENTO DE TELEGRAMAS... – Em 1933, foram taxados 5.277 telegramas com quase 80 mil palavras. E os telegramas locais chegaram a 11 mil, dentre “transmitidos” e “recebidos”. Cartas e telegramas, verdadeiro show postal, fizeram parte essencial da vida nos anos 30 e 40.

ESPETACULAR: ALUNOS DO DOM LUSTOSA APROVADOS – Todos os alunos do Ginásio Dom Lustosa que se submeteram a vestibular em Belo Horizonte e Rio de Janeiro, tiveram êxito. Medicina, Direito, Engenharia, Farmácia e Odontologia foram os cursos escolhidos. Esse fato é mais uma prova da seriedade educacional dos padres holandeses (naquela época havia poucas escolas superiores e a disputa bastante intensa). A escola era a melhor do Alto Paranaíba-Noroeste. E uma das duas melhores de todo o Triângulo (a outra escola era o Diocesano de Uberaba).

VINHO PATROCINENSE “BOMBOU”... O Vinho Generoso, fabricado pelo italiano-patrocinense Adolpho Pieruccetti, de pura uva, recebeu medalha de prata na Exposição do Centenário. Além de ter recebido um Diploma de Honra ao Mérito, do Instituto Agrícola Brasileiro.

JARDINEIRA... Ligando Patrocínio a Coromandel, havia a Autoviação do Antônio Brügger. Aos sábados, de Coromandel para Patrocínio. Às segundas-feiras, o retorno, às 7h da manhã. Saída: Largo Santa Luzia.

PEQUENAS E GRANDES NOTÍCIAS Em 1934/35/36, foi intensa a campanha para a construção da (atual) Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio. Professor Franklin Botelho já encantava os patrocinenses dirigindo excelente orquestra, exibindo-se na sede da União Operária (recém-inaugurada). Médico Vicente Soares destacava-se com as crônicas semanais (depois foi prefeito e cassado por volta de 1940). Operários da cidade comemoraram o dia 1º de maio (de 1934) com alvorada, música, passeata e “salvas”. Prefeito Honório de Abreu viajava sempre para BH, pelo trem. Éneas Aguiar (prefeito em 1959/62) regressou do Rio de Janeiro, onde esteve cuidando de sua saúde, também pelo trem de BH.

POR FIM Gratidão ao semanário “O Commércio” pela ajuda indispensável nessa viagem pela Patrocínio de outrora. Desta vez, a visita foi à década de trinta.

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