Com o Lula no poder as ONGs ( associações, Sindicatos) Voltam a ter força total.
E tome ONG para cuidar dos pets, das tartarugas, das águas, das serras, das borboletas, dos patos mergulhões, não sou contra nenhuma, vai daqui o meu apoio a todas.
Cada um com a sua ONG. Tanto que me deu uma sapituca e pretendo criar a minha também. Sim, sim e minha ONG vai cuidar das palavras lançadas fora do vocabulário. Uma espécie de ABRIGO ( ASILO) PARA PALAVRAS ESQUECIDAS, ABANDONADAS. Nele pretendo guardar palavras e termos que vão sendo jogados no lixo da modernidade. Quero acolher os vocábulos esquecidos nas páginas amareladas dos alfarrábios. “Alfarrábio”...alguém, usa? Taí, é preciso salvaguardar os termos lançados para escanteio, pela onda do “Politicamente Correto”. Quer ver? Não se pode chamar ninguém de funcionário, e sim de colaborador; gordo? Não, é crime! Portador de sobrepeso. Favela, é comunidade. Deficiente. Nunca! Portador de necessidade especial. Negro. Pode dar processo. É afrodescendente. Não se diz treinador, instrutor, orientador, mestre, se diz coach. ( que bosta, parece coisa de sapo, né? Desculpa) e por aí vai.
E lá me vou procurando as coitadinhas das palavras largadas, nos livros de Machado de Assis; nas homilias de Pe Vieira; nos discursos de Rui Barbosa; nos poemas parnasianos; no meu eterno Dicionário Larrousse; nos comentários do radialista José Maria Campos e nas cartas trocadas com o saudoso patrocinense/carioca, Rondes Machado. Nas conversas de rabo de fogão com amigos da roça.( que chamam de meio rural) Quantos vocábulos hoje mortos e esquecidos.
É Flor do Lácio na lixeira.
E ora, bolas, o nosso português é tão farto, rico e tem gente/papagaio que só usa umas dez palavrinhas da moda. Chega de preconceitos. Gente precisa de cuidado, animais precisam de cuidados, a natureza precisa de cuidado, MAS AS PALAVRAS, TAMBÉM PRECISAM DE CUIDADOS.
Sabe de alguma palavra velhinha, esdrúxula, diferente, esquisita, esquecida, mande-a aqui aos cuidados desta coluna; para a nossa ONG. Elas vão parar no ABRIGO PARA PALAVRAS ESQUECIDAS. Adotei estas palavras, algumas tão feinhas, emboloradas, abandonadas. De repente taco uma delas no meio de uma conversa:
ANCIONATO: (Asilo, instituição que abriga anciãos, que presta assistência à pessoa idosa) DEFENESTRAR: (Ato de jogar alguém ou alguma coisa pela janela) IDIOSSINCRASIA: ( Maneira própria de ver, sentir, reagir, de cada indivíduo.) BARBICACHO: ( Cordão cujas pontas são costuradas ao chapéu, e que passa sob o queixo. Dificuldade) ISONSO: (enjoativo) MACAMBÚZIO: (Pensativo, triste) CARRASPANA: ( Bebe horrores) NAUSEABUNDO: ( repugnante, repulsivo, nojento) ULTRAJE: (ofensa) CACUNDA: (Costas,ombros) SUBACO: (axila) PETARDO: (Chute violento), PUÍDO: (gasto) ESTROVENGA: (Um objeto estranho, mau feito, sem forma definida.) PILHÈRIA:(graça) BAFUZADA: (Confusão, trapalhada, bagunça) AJANTARDO: (Refeição única e abundante, feita mais tarde aos domingos e feriados) ENXACOCO: (Estranho, exótico)
ESTORCEGAR (Aquele beliscão gostoso da Dona Florinda no Seu Madruga) ACEPIPE: (petisco) LAMBUJA:(vantagem que um jogador dá a outro),HIMENEU: (casamento) BONEMIA: (qualidade do homem bom, simples, crédulo) PAPALVO: (Homem simplório) LAFRAU: (intrujão, homem atrevido, patife)CHALAÇA: (Gracejo, pilhéria, piada) ENERGÚMENO: (indivíduo desnorteado, fanático, exaltado) ZAFIMEIRO:(velhaco, astucioso); LIMBO: (Esquecimento) ARAVIA: (Linguagem que não se entende) BAMBARÉ: (confusão de vozes, algazarra) SORUMBÁTICO: (Pessoa triste) PACÓVIO: (imbecil, ignorante) PERNÓSTICO: (Pernóstico, pretensioso , esnobe)FRUGAL:(simples)
HISTRIÔNICO: (Gosta de aparecer, fala teatral) AMASENDAR: (Assentar) PRETERIDO:(rejeitado) GARRAIO: (novato, inexperiente) RUFIÃO: ( Indivíduo que se mete em brigas por causa de mulheres de má reputação) IMISCIVEL:(que não se mistura) LANDUÁ:(uma mentira) FOBÓ:(pessoa sem importância) JUNTOURO: (ajuntamento de gente) OMBUMBRAR: (está escuro fica claro) FORNIDO: (uma pessoa robusta, cheia) AMOUXAR: (esconder) ZINGARELHO:(coisa que não tem utilidade ou que não funciona) CHOSTRA:(porcaria, coisa badalhoca.) PROPINQUIDADE:(vizinhança; proximidade) TERGIVERSAR: (inventar desculpas, voltar as costas) AMPLEXO:(Abraço apertado)ESMARRIR:(Desanimar)
IPSEIDADE: (Aquilo que é determinante para diferenciar um ser de outro(s); o atributo próprio, característico e único de um ser, que o difere dos demais)
SERENDIPIDADE: (Faculdade de descobrir coisas agradáveis por acaso) GORGOMILO : (Garganta; goela; esôfago, coisa da Leila Reis) FRALDISQUEIRO: (que anda sempre metido com mulheres, mulherengo; diz-se de cães que andam sempre ao colo). BADULACOS: (Utensílios pobres de casa) INFRENE: (sem freio; fig., desordenado; descomedido). TÍTURE: (Boneco que se move por cordéis, imitando gestos humanos. Palhaço, bufão.Fig. Indivíduo que só age por inspiração ou a mando de outrem.)
CONVESCOTE: (Piquenique) INZONEIRO: Malandro; mole; que perde tempo em futilidades HOMESSA!: (essa agora!; ora essa!) MÚNUS:(Encargo a que se impõe a alguém) EFEMÉRIDES: ( memorial diário, calendário) PERIPATÉTICO:( Relativo à filosofia aristotélica; que se ensina passeando)BATISCAFO:( Aparelho para medir as profundezas dos oceanos) QUIPROCÓ: (Confusão) TOSQUENEJAR: (Tirar um cochilo) DE REVESGUEIRO: (olhar de lado, de canto de olho) TERGIVERSAR:( desculpar-se), PANAPANÁ:(Bando de borboletas) AMPLEXO: (abraço) ADEMANES: (gestos, trejeitos afetados) VOVENTE: (aquele que faz votos ou promessas) PUNHADO: (Matéria contida numa/mão) CATERVA: (Grupo de vadios; desocupados). CARALHO: ( Calma que não é palavrão. Pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros das caravelas, de onde os vigias perscrutavam o horizonte em busca de sinais de terra. Também era considerado um lugar de "castigo" para aqueles marinheiros que cometiam alguma infração a bordo. ESCAGANIFOBÉTICO: Falta de elegância, desengonçado) (AVOENGO: ( Antepassado, ascendente)
Acha alguma palavra esquecida, diferente? Mande para o Nosso Abrigo Para Palavras Antigas esquecidas...
Foto Cássio Dias
É big, é festa! 181 anos, como cidade; há muito que comemorar; muito que avançar e muito que refletir. Este orgulho de ser patrocinense, não pode arrefecer. Há muito para ser feito. Os anos, os séculos se passando, temos perdido a chance de pensar Patrocínio de forma inteligente, democrática, responsável, harmoniosa, pacífica, ordeira, civilizada e inclusiva. Estamos levando isto a sério? Por exemplo: Levamos 181, anos para termos duas mulheres como parlamentares representantes do nosso povo. Histórico! Mas, olha aqui pra mim... nãão, dentro dos olhos! Greyce Elias e Maria Clara, já se encontraram pessoalmente? Já apertaram civilizadamente a mão uma da outra? Na solenidade de abertura da FENACAFÉ, ( Escrevi antes de acontecer) Greyce Elias, não esteve presente? Não foi convidada? Mas precisa ser? Não estou entre os que querem vê-las trocando beijinhos em público, ( Isto é demagogia e cinismo), no entanto é inegável a expectativa de algo superior á “velha política ferro e barro,” masculina. Olha o pioneirismo de mulheres em cargos de liderança. Isso implica dizer que a mulher, além da inteligência, delicadeza e força, tem o dom de ver o todo, sensibilidade emocional, criatividade, fraternidade, intuição, maturidade, empatia, mentalidade construtiva...
Devemos esperar alguma atitude diferente delas em suas respectivas gestões? Vamos mais? Que cidade Greyce Elias carrega dentro dela? Que cidade Maria Clara carrega dentro dela? Que cidade voce e eu carregamos dentro de nós? Vamos a uma fábula pertinente:
A fábula, encontra-se na pag, 26, do livro “Decifre e Influencie Pessoas”, autores, Paulo Vieira e Deibson Silva, é sobre dois viajantes e um velho sábio que recepciona visitantes no portal de uma pequena cidade. A história é mais ou menos assim:
“Um viajante ao chegar na cidade pergunta ao sábio:
- Senhor, como é esta cidade?
- Primeiro diga você, jovem viajante, com é a cidade de onde vens? Questiona o sábio.
- A cidade de onde venho é horrível, não tem oportunidades, as pessoas são rudes e não fiz nenhum amigo durante minha estadia nesta cidade, por estes motivos estou atrás de uma cidade diferente, uma cidade que me de oportunidades, onde eu possa ser feliz e realizado.
- Nossa cidade é exatamente igual a cidade de onde você vem! Responde o sábio.
O viajante bastante decepcionado com a resposta do sábio pega sua mochila e vai embora, em busca de uma cidade diferente da cidade de onde vem.
Cerca de duas horas depois chega outro viajante e após ser recepcionado pelo velho sábio, questiona:
- Olá! O senhor que vive a tanto tempo nesta cidade pode me responder. Como é esta cidade?
O sábio então questiona ao segundo viajante:
- Primeiro me diga você, como é a cidade de onde vens?
- A cidade de onde venho é maravilhosa, fiz muitos amigos, tive excelentes oportunidades de emprego e de aprendizado. Estou agora em busca de novos desafios, aprendizados diferentes, novas experiências e novos obstáculos a transpor.
O sábio então responde:
- Nossa cidade é exatamente igual a cidade de onde você vem!
Contente o viajante dirige-se a pousada mais próxima e instala-se na cidade. Perplexo com as situações que acabou de presenciar o neto do velho sábio, que estava junto ao sábio naquela tarde questiona:
- Vovô, o senhor que sempre foi um exemplo de honestidade e integridade, sempre me ensinou a não mentir, mas para um dos dois viajantes o senhor mentiu! Deu a mesma resposta para duas cidades totalmente diferentes.
- Não meu neto, eu não menti. Nossa cidade não é diferente de nenhuma outra cidade, as cidades são todas iguais, com pessoas rudes e pessoas amáveis, com oportunidades e desafios, o que determina se uma cidade é boa ou ruim é a forma como você enxerga ela.
VOCE CARREGA A SUA CIDADE DENTRO DE VOCE.!”
Patrocinenses (incluindo Greyce e Maria Clara), sejamos como o segundo viajante. Vamos buscar em nós a motivação necessária para construir a nossa feli-cidade.
ELE MORREU NO MEU LUGAR...
Notei que já era noite quando dei pela falta de um fiozinho de luz que entrava pela grade de minha cela. Naquele instante, senti um calafrio percorrer minha alma. Estava tão entregue a ruminar minha agitada vida de violência e sedição, que não notei o avançar das horas.
A certeza de que aquela seria minha última noite na face da terra, me deixava com os nervos a flor da pele. Eu, Barrabás, estava perdendo a compostura de valentão naquela prisão gelada...
Lá de fora vinha um alarido de confusão. Jerusalém nunca fôra uma cidade onde reinasse a tranquilidade, mas aquela histeria toda estava muito fora do habitual. Gente apressada, vozerio exaltada e por quê esse choro de mulheres?
Bem. Mas o que importava? ...Qualquer episódio extra que estivesse ocorrendo lá fora, não mudaria o curso de minha malfadada sorte. Eu sabia –e como sabia- o que me esperava, logo ao romper daquela manhã. Notei que as horas voam quando deveria parar. Maldito relógio.
Decidi que naquela minha última noite de um homem, não iria dormir. Aliás, nem se o quisesse, o sono me abandonou, a exemplo dos comparsas de minha gang. Cadê a fidelidade dos caras?
Naquele confinamento fétido, comecei a repassar cenas de minha vida desbragada. Até então não havia encontrado limites para minhas peripécias e aventuras. Duvido que alguém ao longo da Judéia, Samaria e Jerusalém, não tivesse ouvido das proezas do “Bando do Barra”. Quantos crimes bárbaros, saquiações e motins. Nosso plano foi sempre audacioso. Nossos adversários, de peso. Imagine, queríamos passar por cima de cadáveres ilustres! Para se ter uma idéia, pretendíamos liquidar com esse Sumo Sacerdote, metido a besta, por nome, Caifás. Não via a hora de agarrá-lo pelo colarinho; em seguida, esse Governador da Judéia, bagre ensaboado, por nome Pôncio Pilatos; depois, essa besta-fera, chamada , Tetrarca Herodes, Governador da Galiléia, e, por último, arrancaríamos o próprio Imperador Tibério César, de seu trono.
Nosso plano, no entanto, vazou, melou tudo, deu ruim. Sabendo de tudo colocaram um Centurião Romano, com cerca de cem homens, dia e noite em minha cola... Mas, até que dei trabalho para estes perdigueiros de Roma. Fugi, enganei-os, pior: matei alguns e deixei o restante se queimando de ódio.
Bom...mas, agora estou aqui, nesta masmorra horrenda, logo romperá a manhã e esse tal Centurião, virá com sêde de vingança e não vê a hora de dilacerar as minhas carnes com aquele chicote de chumbo. Dizem que a flagelação romana é das mais bárbaras e cruéis do mundo. Daqui a pouco saberei disto como ninguém.
Em pensar que tive chance de levar uma vida diferente e normal, sim, inclusive, quase me casei. Não, não é chacota minha, não! Eu, Barrabás, quase coloquei uma argola (modo carinhoso de dizer aliança) em minha mão esquerda. Era uma camponesa de Cafarnaum, cuja beleza parecia uma flor de mandrágoras. Toda manhã, ela e suas amigas, buscavam água no poço comunitário com seus cântaros. Aquilo era um raio de sol numa gota de orvalho. Trocamos olhares. Fiquei enamorado e acho que ela também. Acontece que seu pai descobriu e conhecendo minha má fama, mudaram-se, quis um futuro melhor para filha.
Outra coisa que não revelei é que meu primeiro nome não é Barrabás. Meu primeiro nome é Jesus. Mudei por causa do meu homônimo ,( xará) Jesus de Nazaré. Nossos propósitos eram como água e vinho. Não justificava a gente ter o mesmo nome. Ele fundou uma sociedade alternativa pacifica, eu, uma corja de malfeitores.
Certa feita nossos grupos se cruzaram, a gente vinha de um assalto, numa algazarra tremenda, quando deparamos com esse Galileu e seus doze seguidores. Fui pra cima deles. Queria dizer-lhes umas poucas e boas na lata. Sem um pingo de medo de meus rompantes, esse tal Jesus, deu-me um sermão, ali, apenas com um olhar sereno. O que eu fiz? Caí no mato! Veio-me a mente a história de Simão Pedro, caboclo d’água durão, que até queria ele no meu bando, começou um negócio agora de ser pescador de homens.” vai que isso contagia”, pensei, metendo sebo nas canelas.
Pronto... O fiozinho de luz que vem da grade, voltou, chamando-me á realidade. A minha hora final chegou. Ouço passos no corredor... Toc,toc, toc... lá vem meus algozes, pensei. A chave gira, a porta se abre. Estou sentado, no canto do cárcere, pulso ferido, olhos vermelhos, não estava para nenhuma visita.
De repente a voz do carcereiro, ecoa – “Hei, Barrabás ! Já sabe da boa nova?”Pensei, pronto! Começou a tortura. Por que não acabam logo com minha raça? Soltando minhas algemas ele disse em tom triunfante: “Então, você não sabe, seu felizardo, acompanhe-me.”
Acompanhei-o sem compreender absolutamente nada, nada. Deixamos a prisão, cruzamos a rua e alcançamos a muralha de Jerusalém. Quando meu guia parou...pôs a mão em meu ombro...apontou para a colina do Gólgota e perguntou-me : “Está vendo aquelas três cruzes? Aquela do meio era a sua, AQUELE HOMEM MORREU EM SEU LUGAR.”
-“Ele...morreu no meu lugar!?”...
Registra a história extra bíblica que Barrabás jamais foi o mesmo homem...e ninguém mais seria ao tomar ciência desta nova...
Esta crônica quisera ser um fiozinho de luz nesta Semana Santa: Aquela cruz do meio, amado, leitor, era, por mérito, minha e sua, você, sabe, conhece o velho catecismo...mas talvez não tenha parado para pensar. Onde estaríamos, se não fosse a Obra do Calvário? E eis aqui o coração do Evangelho: "Ele tomou o nosso lugar , levando sobre Si todas as nossas dores, todas a nossas enfermidades , toda maldição que estava sobre nós ele levou sobre Si e o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados ". Por isso temos uma divida, que jamais poderemos pagar. Deveríamos estremecer, ainda, ao ler: “DEUS estava em Cristo reconciliando consigo o mundo”
Enquanto, o ser humano vai dando errado, a política espalha fogo, as “pessoas monstros” se proliferam, a violência urbana se espalha, a injustiça social e a depredação do meio ambiente, grassa em nossa sociedade, esta Velha Boa Nova do Evangelho, vai sendo esquecida, deformada, deturpada. Além de erros crassos debaixo do tapete do Catolicismo, haja, Felicianismos, Edir Macedismos, Malafaismos, RSoarismos e o pesado marketing Go$pel. ...CRISTO MORREU EM MEU LUGAR... Tragam de volta este Evangelho que é simplesmente sal que fertiliza a terra, e a luz que ilumina o mundo. ”
Memória. A de um povo ou de uma família é necessário mantê-la. Ela sustenta a história. Faz parte da inteligência de um lugar ou de uma raça. Patrocínio, ao longo de muitos anos, tenta manter viva a sua memória, a sua saga. Mas, não tem tido muito êxito. Mesmo com os seus 181 anos completados dia 7 de abril. Assim, mesmo sendo o 32º mais antigo município mineiro, vive na rabeira da cultura. O imposto ICMS documenta isso. O cotidiano nem se fala. Parece até que os apedeutas superam os intelectuais no Município.
TODAS MAIS JOVENS... MAS TÊM MAIOR ICMS – Patrimônio Cultural é um dos indicadores (critério) para o repasse mensal de ICMS para cada município (o maior indicador é o Valor Adicionado Fiscal–VAF). Agora em 2023, Patrocínio apenas recebeu R$ 28 mil por esse critério. Na verdade, R$ 28.897,00, referentes a janeiro e fevereiro. Pouco, muito pouco. Sem se preocupar com ranking, o tanto que alguns municípios receberam nesse bimestre demonstram a pífia situação cultural patrocinense. Por exemplo, Patos Minas, nesse período, recebeu R$ 43 mil, Romaria R$ 34 mil, Santa Juliana R$ 35 mil, Araguari R$ 38 mil, Ibiá R$ 36 mil e Monte Carmelo R$ 30 mil. E outros vizinhos empatam com Patrocínio, tais como Serra do Salitre, Coromandel e Perdizes.
O QUE IMPORTA É O INDICADOR – O objetivo é demonstrar apenas que um número oficial retrata a apatia cultural da cidade. O valor financeiro não afeta o que a Prefeitura recebe de ICMS. Porém, o critério Patrimônio Cultural de Patrocínio é menor do que dezenas e mais dezenas de cidades do Estado. Entre elas, as inalcançáveis Ouro Preto (R$ 129 mil), Paracatu (R$ 55 mil), Pitangui (R$ 48 mil), Sabará (R$ 70 mil) e Mariana (R$ 147 mil). Inalcançáveis no critério cultural.
COMO É FEITO O CÁLCULO – O índice do quesito Patrimônio Cultural de Patrocínio é baixíssimo. Isso não é mistério para ninguém. O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico–IEPHA/MG soma todos os índices dos municípios mineiros, conforme Lei Estadual nº 18.030, de 12/1/2009. Cada cidade participa de diversos atributos culturais com notas. Atributos tais como: imóveis tombados (preservação da memória), registro de bens imateriais, existência de política municipal de proteção do patrimônio cultural, criação do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural e outros mais. É necessário uma boa conversa como o IEPHA para a adequada compreensão dessa engrenagem.
DEPOIS, REGRA BEM SIMPLES – O índice de Patrimônio Cultural, chamado de PPC, de Patrocínio é igual ao somatório das notas do Município dividido pelo somatório de todos os municípios. Na linguagem popular, o bolo (PPC) de Minas é dividido em 853 pedaços. O pedacinho de Patrocínio é muito pequeno. Pequeno em relação a maioria dos municípios do Estado. Ou seja, a cultura na cidade é curta.
RESUMO DA PROSA – A Lei Robin Hood (Lei do ICMS) mostra que, quanto ao critério de repasse do ICMS denominado Patrimônio Cultural, Patrocínio se encontra bem atrás da maioria das cidades do Triângulo Mineiro e de Minas Gerais.
“ATÉ TÚ...”! – A Academia Patrocinense de Letras–APL, berço do intelecto literário de Patrocínio, se encontra, parece, adormecida. Aliás, bela adormecida (este autor, um dos titulares decano, ocupante de uma das cadeiras, também é culpado por isso pela ausência).
PELOS CAMINHOS INCERTOS DA VIDA... – A imprensa eletrônica (internet) ou impressa não publica mais poesias, crônicas como de Edgard Rocha Andrade, Sebastião Elói e outros imortais. Assim, como acontecia há pouco tempo. E outros fatos acontecem que ratificam o menosprezo pela cultura. A eventual mudança da Biblioteca Municipal, pouco incentivo às artes, e o vício alucinante pelo “whatsapp” e outras “delícias” da web são exemplos. Coitada da língua pátria! Que pena.
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